S�cio da farmac�utica Belcher, Emanuel Ramalho Catori iniciou seu depoimento � CPI da Covid alegando que a empresa n�o atuou como "mera" intermedi�ria, facilitadora ou atravessadora, mas como representante legal do laborat�rio chin�s CanSino no Brasil. "A utiliza��o de alguns termos pode ser interpretada de forma pejorativa", disse Catori, segundo quem o trabalho da Belcher n�o seria uma "aventura", mas "s�rio e profissional".
"(A representante legal) � respons�vel por assumir riscos farmacol�gicos e todas as obriga��es legais e sanit�rias relativas � vacina, num contexto ainda mais complexo e arriscado da pandemia. Al�m da legisla��o, h� resolu��o da Anvisa que estabelece que o pedido de autoriza��o de uso emergencial deve ser solicitado por representante legal da empresa no Brasil", afirmou o empres�rio em depoimento nesta ter�a-feira, 24. De acordo com ele, a Belcher foi representante da empresa chinesa entre 19 de abril a 10 de junho deste ano.
Catori disse tamb�m que a primeira comunica��o formal da Belcher com o Minist�rio da Sa�de sobre a vacina se deu por e-mail enviado ao �rg�o em 12 de maio, com as informa��es gerais sobre o imunizante e a credencial da empresa para representar a CanSino.
O empres�rio tamb�m afirmou � CPI da Covid que o CanSino revogou unilateralmente as credenciais da Belcher para representar a empresa no Brasil por raz�es de compliance. Segundo ele, a Belcher, no entanto, n�o "reconhece as alega��es" feitas sobre a farmac�utica brasileira e, por isso, avalia a possibilidade de judicializar a decis�o da CanSino, respons�vel pela vacina Convidencia.
"A Belcher n�o reconhece as alega��es de compliance em preju�zo a nossa companhia, por isso nossos advogados est�o avaliando acerca da possibilidade ou n�o da judicializa��o da descontinuidade unilateral promovida pela Cansino", disse Catori. Antes do descredenciamento, a Belcher manteve conversas com o Minist�rio da Sa�de para a venda de 60 milh�es de doses da vacina.
Segundo ele, em 4 de junho uma carta de inten��o foi apresentada para inaugurar um canal formal de tratativas da vacina junto a CanSino. Por outro lado, afirmou Catori, a Belcher n�o fechou nenhum contrato com a pasta. "Era apenas carta de inten��o n�o vinculativa, e com condicionantes", disse.
Empres�rios
O s�cio da farmac�utica Belcher, afirmou, ainda, � CPI da Covid, que seu contato com empres�rios brasileiros envolvendo a compra de vacinas era voltado ao interesse de doa��o de imunizantes ao governo brasileiro. Catori citou especificamente as conversas que manteve com Luciano Hang, Carlos Wizard e Alan Eccel.
"N�o h� qualquer rela��o da Convidencia com esses empres�rios", disse Catori, segundo quem as conversas para uma eventual doa��o envolviam o laborat�rio Sinovac, respons�vel pela produ��o da vacina Coronavac.
"Entre fevereiro e mar�o a Belcher foi convidada para contribuir tecnicamente com grupo de empres�rios interessados a doar vacinas, insumos e equipamentos para o SUS. Objetivo era humanit�rio", afirmou o empres�rio. Ele tamb�m tentou esclarecer a participa��o em uma "live" com os tr�s empres�rios no dia 17 de mar�o. "Realizei apenas duas pequenas interven��es, falei sobre os esfor�os que estavam em andamento na tentativa de viabilizar a doa��o de vacinas ao Brasil", disse Catori.
De acordo com o empres�rio, a Belcher havia conseguido contato com a Sinovac, com a qual se "aventou a possibilidade" de aquisi��o de 9 milh�es de doses de vacinas prontas da Coronavac. "Seriam adquiridas pelo grupo de empres�rios e integralmente doadas, sem fins comerciais", disse Catori, segundo quem, naquele momento, era desconhecida a rela��o de exclusividade entre o Instituto Butantan e a Sinovac para disponibiliza��o da Coroavac no Brasil.
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