O ex-secret�rio da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) Jos� Ricardo Santana esteve pelo menos 25 vezes no Minist�rio da Sa�de, de 2020 at� este ano. Em todas as ocasi�es, foi ao Departamento de Log�stica (DLOG) da pasta, ent�o chefiado por Roberto Ferreira Dias. Santana � acusado pela CPI de ter atuado como "lobista" da Precisa Medicamentos, de Francisco Maximiano, para tentar favorecer a empresa em licita��es do Minist�rio da Sa�de.
Os registros s�o da portaria do Minist�rio da Sa�de e mostram que Santana acessou o pr�dio se identificando como "secret�rio" da Anvisa mais de 20 vezes ap�s deixar a ag�ncia reguladora, em mar�o de 2020. As informa��es foram obtidas pela ag�ncia de not�cias Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso � Informa��o (LAI), e repassadas ao Estad�o.
O nome de Santana apareceu pela primeira vez nas investiga��es da CPI durante o depoimento de Roberto Ferreira Dias. Segundo Dias, Santana estava presente no jantar realizado no dia 25 de fevereiro, num shopping de Bras�lia, no qual o cabo da PM de Minas Luiz Dominghetti Pereira ofereceu ao governo 400 milh�es de doses da vacina da AstraZeneca contra covid em nome da empresa norte-americana Davati Medical Supply. Dominghetti, por sua vez, acusou Dias de pedir propina de US$ 1 por dose.
Jos� Ricardo Santana � administrador de empresas e foi secret�rio executivo da C�mara de Regula��o do Mercado de Medicamentos da Anvisa, mas n�o � servidor concursado da ag�ncia. A CPI da Covid considera que ele n�o estava envolvido apenas com o caso Davati, mas tamb�m com a Precisa Medicamentos, empresa que tentava intermediar a venda da vacina indiana Covaxin. A aquisi��o do imunizante n�o se concretizou, mas a empresa fechou outros contratos com o Minist�rio da Sa�de.
No come�o do depoimento de Santana, o senador Renan Calheiros, relator da CPI, reproduziu um �udio enviado por ele ao lobista Marconny Albernaz em junho passado. Na mensagem, Santana diz ter se reunido com a m�dica Nise Yamaguchi para formular um "plano" de combate � covid-19. O projeto seria apresentado ao ent�o ministro da Sa�de, o general da ativa do Ex�rcito Eduardo Pazuello, e ao presidente Jair Bolsonaro. A estrat�gia inclu�a a venda de testes r�pidos de covid ao minist�rio.
� CPI, Santana afirmou que tem uma "vasta experi�ncia" na �rea de sa�de e de com�rcio internacional, e que por isso foi escolhido para o cargo na Anvisa. Ele tamb�m negou ter qualquer rela��o com a Precisa Medicamentos e disse que deixou o posto na ag�ncia reguladora para assumir um cargo no Minist�rio da Sa�de, a convite de Roberto Dias, o que n�o aconteceu. Ao longo do depoimento, Santana se recusou a responder a diversas perguntas dos senadores ou disse n�o se lembrar dos ocorridos.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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