O placar do Estad�o mostra que a crise na Pra�a dos Tr�s Poderes possivelmente j� afeta o n�cleo duro de apoio � indica��o do ex-ministro da Justi�a e ex-advogado-geral da Uni�o Andr� Mendon�a para o Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, s�o 23 os senadores que se declaram favor�veis ao nome do ex-chefe da AGU - em julho, eram 26. Para ingressar a Corte m�xima do Pa�s, o segundo indicado pelo presidente Jair Bolsonaro precisa de pelo menos 41 votos.
Na enquete feita com cada um dos parlamentares nos �ltimos cinco dias, 54 n�o quiseram responder e dois se posicionaram contra a indica��o, oficializada por Bolsonaro em 13 de julho e tratada em "banho-maria" pelo Senado desde ent�o. No grupo dos que n�o responderam est�o todos os petistas, al�m de aliados do Planalto, como representantes do Centr�o, e at� o filho do presidente, senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ).
A compara��o entre os dois placares mostra ainda que nove senadores "mudaram de voto" entre julho e agosto. Rom�rio (PL-RJ), Izalci Lucas (PSDB-DF), Marcos do Val (Podemos-ES), Antonio Anastasia (PSD-MG) e Chico Rodrigues (DEM-RR) se declararam favor�veis ao nome de Mendon�a no primeiro placar e agora n�o quiseram responder.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que havia se declarado indeciso, disse agora que votar� contra. Outros tr�s senadores - Carlos Viana (PSD-MG), Marcos Rog�rio (DEM-RO) e Oriovisto Guimar�es (Podemos-PR) - que tamb�m estavam no grupo dos indecisos afirmaram que v�o aprovar Mendon�a.
Por enquanto, n�o h� sinal de quando vai ocorrer a sabatina de Mendon�a no Senado. Presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) ouviu do pr�prio Bolsonaro um pedido para fazer andar o processo. Durante celebra��o do Dia do Soldado, na semana passada, o presidente disse, se dirigindo ao presidente da CCJ: "Resolve isso l�, pauta o Andr�". Alcolumbre indicou que seguiria a recomenda��o, mas at� o fim da semana passada n�o havia agendado a sabatina.
Um dia antes da cobran�a presidencial, na sess�o do dia 24, senadores apelaram a Alcolumbre para que paute a indica��o na CCJ. O Senado freou o tr�mite da indica��o do ex-ministro da AGU diante das amea�as de Bolsonaro ao Supremo.
O senador Telm�rio Mota (PROS-RR), que declarou voto favor�vel a Mendon�a, foi o primeiro a pedir que a pauta "ande" na comiss�o. "Eu queria fazer um apelo ao senador Davi, que presidiu esta Casa e que teve todo o nosso apoio, inclusive na CCJ. A CCJ tem que andar, a fila tem que andar. N�o pode hoje colocar na CCJ um tranca-rua. A CCJ tem que julgar: ou aprova ou desaprova", cobrou.
Al�m do Pal�cio do Planalto, aliados de Alcolumbre tamb�m o pressionam para pautar a mat�ria, especialmente depois que a comiss�o ouviu e aprovou, na semana passada, a recondu��o do procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, ao cargo por mais dois anos. A indica��o de Aras ocorreu uma semana ap�s a confirma��o de Mendon�a � vaga no Supremo. A finaliza��o do processo de Aras indica o "atraso" na tramita��o referente ao evang�lico. Ap�s vota��o na comiss�o, o nome de Mendon�a precisar� obter aval em plen�rio.
L�der do bloco parlamentar Vanguarda, formado por PL, DEM e PSC, Wellington Fagundes (PL-MT) disse que Mendon�a tem se mostrado uma pessoa "preparada e aberta ao di�logo, ciente do papel que deve desempenhar, na busca do equil�brio nas decis�es e pela converg�ncia entre os Poderes".
'Cren�a'
Para Jorge Kajuru (Podemos-GO), por�m, a indica��o n�o seguiu o interesse p�blico. O senador manteve seu voto contr�rio ao ex-ministro da Justi�a nas duas consultas feitas pelo Estad�o. Na primeira, foi o �nico a se declarar contra. "Na AGU, Mendon�a foi mais advogado de Jair Bolsonaro do que da Uni�o. No Minist�rio da Justi�a, nunca se explicou quanto � acusa��o de produzir dossi� sobre um grupo de servidores", afirmou.
Parte da controv�rsia referente � indica��o de Mendon�a tamb�m foi a promessa de Bolsonaro de indicar para o tribunal algu�m "terrivelmente evang�lico". "A cren�a religiosa n�o � pr�-requisito para cargo no Supremo", declarou Kajuru. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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