Manifestantes de todas as regi�es do pa�s se preparam para os protestos, cujos pontos mais importantes ser�o a Esplanada dos Minist�rios, em Bras�lia, e a Avenida Paulista. Inspirados pelos discursos do presidente Jair Bolsonaro contra o Judici�rio, participantes v�o criticar as pris�es de apoiadores do governo, ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em inqu�ritos que investigam a propaga��o de discursos de �dio nas redes sociais. Eles tamb�m v�o levantar a bandeira do voto impresso, que levou o chefe do Executivo a amea�ar a realiza��o das elei��es de 2022 e se tornar alvo de inqu�ritos no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em v�rios estados est�o sendo preparadas caravanas para Bras�lia e S�o Paulo. Uma delas � organizada pelo cabo da reserva da PM de Santa Catarina Leonardo Cabral, que vende por R$ 400 passagens de ida e volta para os atos na capital federal. "Eu tenho dois �nibus de um total de 40 que sair�o daqui", disse o militar ao Correio. Morador do munic�pio de Barra Velha, ele anuncia a caravana nas redes sociais. O texto � bem curto, mas deixa clara a t�nica dos protestos. "O Brasil precisa de voc�, dia 7 de setembro, iremos a Bras�lia nos manifestar em defesa da democracia e lutar contra o julgo (sic) comunista do STF", escreveu o PM.
Em redes sociais, organizadores de um dos grupos dizem que a mobiliza��o � "contra corrup��o, pela liberdade e contra as arbitrariedades do STF".
De S�o Paulo, o empres�rio do ramo de fretamento F�bio Luis Cardoso, morador de Lins, disse que a previs�o � de que mais de 300 �nibus deixem o interior para se dirigir � Avenida Paulista, na capital. O bolsonarista reclamou da situa��o do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso depois de gravar um v�deo com amea�as ao STF. "Nossa manifesta��o � contra o Supremo. Prender um deputado federal? Eu votei nele, e ele n�o pode falar por mim? � com essa indigna��o que estamos indo para as ruas", afirmou � reportagem.
A reportagem teve acesso a uma lista de caravanas organizadas para os atos. A orienta��o geral � de que os manifestantes levem faixas em outros idiomas, como ingl�s, espanhol ou franc�s. Segundo o comunicado, "as fotos dos cartazes v�o para os jornais de todo o mundo".
Oposi��o
Al�m da manifesta��o organizada por apoiadores de Bolsonaro, movimentos populares que criticam o governo federal se preparam para um ato em Bras�lia no feriado da Independ�ncia. O tradicional Grito dos Exclu�dos vai concentrar o protesto contra o chefe do Executivo, mas partidos pol�ticos, grupos estudantis e centrais sindicais tamb�m se mobilizam.
Entre as entidades que lideram a organiza��o do ato, est�o a Central �nica dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), a Uni�o Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. PT, PSol e outros partidos de oposi��o tamb�m participam da mobiliza��o. A tend�ncia � de que eles se re�nam nos arredores da Torre de TV.
Algumas das principais pautas do protesto s�o os pre�os dos combust�veis, do g�s de cozinha, dos alimentos e da conta de luz. A atua��o do chefe do governo na condu��o da pandemia tamb�m ser� criticada, em especial pela demora na compra de vacinas e pela quantidade de mortos no pa�s, que se aproxima de 600 mil.
"Neste momento, n�o tem tarefa mais importante para a classe trabalhadora brasileira do que derrotar o governo Bolsonaro. Por isso, todos n�s temos uma tarefa muito importante: de ocupar as ruas e dizer para o Brasil e para o mundo que n�s n�o queremos Bolsonaro. Queremos um pa�s com democracia e desenvolvimento. E, para isso, o Bolsonaro tem que sair", afirmou o presidente nacional da CUT, S�rgio Nobre. Integrante da Frente Povo Sem Medo, Edson Carneiro fez coro: "O Brasil n�o pode continuar com esse desgoverno da viol�ncia, da mis�ria, da fome, do desemprego e do caos social".
O secret�rio de Seguran�a P�blica do Distrito Federal, Julio Danilo, confirmou, nesta semana, que a �rea ao redor da Torre de TV deve ser reservada para o protesto contra Bolsonaro. A pasta, no entanto, ainda n�o definiu como funcionar� o esquema de seguran�a para impedir confrontos. "O planejamento para as manifesta��es previstas para o pr�ximo dia 7 de Setembro est� sendo elaborado. As for�as de seguran�a do Distrito Federal atuar�o de forma integrada, de acordo com a legisla��o vigente no pa�s", informou a secretaria, em nota.