A tr�s dias dos atos que convoca em defesa de seu governo, o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro , repetiu o roteiro de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) neste s�bado, 4. Ap�s falar em "ruptura" institucional mais cedo em Caruaru (PE), onde participou de uma motociata, Bolsonaro apareceu de surpresa na CPAC Brasil, confer�ncia da direita realizada em Bras�lia, no fim da tarde, e repetiu o discurso cr�tico a ministros da Corte.
Ao falar aos apoiadores, ele ainda defendeu a participa��o de policiais militares nos atos de 7 de Setembro, o que tem sido vedado em alguns Estados por desrespeitar regimento interno das corpora��es.
"Hoje voc� v� alguns governadores amea�ando expulsar policiais militares que porventura estejam de folga no dia 7 e compare�am para festejar o 7 de setembro , Se n�s falarmos "eu n�o sou policial militar, n�o tenho nada a ver com isso", aguarde que a sua hora vai chegar", afirmou.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo , o Minist�rio P�blico do Distrito Federal (MPDFT) recomendou que a Pol�cia Militar e a Secretaria de Seguran�a P�blica distritais pro�bam expressamente a participa��o de militares da ativa nos protestos a favor do governo convocados para o 7 de Setembro.
Al�m do DF, em ao menos mais seis Estados os Minist�rios P�blicos tomaram provid�ncias para inibir a participa��o de PMs (Cear�, S�o Paulo, Rio de Janeiro, Para�ba, Mato Grosso e Santa Catarina).
Ao falar aos militantes, ladeado por alguns de seus auxiliares e ex-ministros, o presidente mirou os ministros do Supremo Alexandre de Moraes e Lu�s Roberto Barroso.
Apesar das investidas da Suprema Corte para conter amea�as antidemocr�ticas por parte de bolsonaristas, o presidente dobrou a aposta e avisou que n�o vai recuar. "Ou falo o que os caras querem ou abrem inqu�rito contra mim. Est�o achando que v�o me brochar, est�o achando que vou recuar. Sei que estar do lado deles � muito f�cil, mas n�o vou fugir da verdade nem do compromisso que fiz com voc�s", afirmou. " Ningu�m vai no 7 de setembro para idolatrar nenhum pol�tico. Vamos todos juntos falar: com a nossa liberdade n�o."
Ao se manifestar em Bras�lia neste s�bado, o presidente chegou a se referir "aos 10 ministros" da Suprema Corte. Relator das principais investiga��es contra Bolsonaro e aliados, Alexandre de Moraes passou a ser considerado inimigo.
Com preocupa��es sobre radicaliza��o dos atos, com invas�o �s sedes dos Poderes, Bolsonaro afirmou "que nunca invadimos e nunca invadiremos pr�dios". O presidente pretende discursar em atos marcados para Bras�lia e S�o Paulo no feriado da Independ�ncia. A pauta das manifesta��es � contra o STF, inclusive com pedido de pris�o de ministros.
Al�m de frases como "poder moderador � o povo", Bolsonaro disse que, nas manifesta��es agendadas por apoiadores para o dia 7 de Setembro, Dia da Independ�ncia, espera que seja formado "um retrato" capaz de frear a atua��o de ministros do Supremo Tribunal Federal.
"O retrato que queremos nesse dia n�o � meu, n�o � de nenhum pol�tico, � o retrato de voc�s que ser� usado naquela velha m�xima, uma imagem vale mais que 1 milh�o de palavras. Essa imagem � o nosso passaporte para mostrar para aqueles pouqu�ssimos que ousam brincar com a nossa Constitui��o e nossos direitos, falar: d� um tempo a�, cara. N�o vai continuar fazendo gracinha. N�o vai continuar prendendo gente que, segundo eles, abusou da liberdade de express�o", disse Bolsonaro.
O recado pode ser lido como uma amea�a ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que nas �ltimas semanas determinou -- atendendo a solicita��es da Procuradoria-Geral da Rep�blica -- pris�es de apoiadores de Bolsonaro investigados em inqu�ritos que apuram organiza��o de manifesta��es violentas no feriado de 7 de Setembro.
Em outro momento de sua fala no congresso de conversadores, Bolsonaro, sem mencionar nomes, instou o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, a dar uma "reprimenda" em ministros da Corte, em nova alus�o a Alexandre de Moraes.
"Se algu�m estiver fora e tem um ou dois ou tr�s fora, n�o mais do que isso, esse elemento tem que receber uma reprimenda de seu respectivo chefe de poder. � assim que vive uma na��o civilizada, � assim que n�s nos comportaremos, n�o jogaremos fora das quatro linhas, mas tamb�m n�o podemos admitir que nenhuma pessoa com o poder da for�a jogue fora das quatro linhas tamb�m", disse Bolsonaro.
Procurada, a assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal disse que n�o se manifestar� sobre as falas.