(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

PSDB repudia atos bolsonaristas, mas adia decis�o sobre apoio a impeachment


08/09/2021 20:56

A reuni�o da Executiva Nacional do PSDB nesta quarta-feira, dia 8, n�o chegou a uma decis�o favor�vel ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Convocado pelo presidente nacional do partido, Bruno Ara�jo, o encontro virtual debateu uma rea��o aos discursos antidemocr�ticos de Bolsonaro em atos do 7 de Setembro, mas n�o houve unidade.

A dire��o do partido, que agora se diz de oposi��o, pressiona para tentar mudar a posi��o de tucanos apoiadores do governo no Congresso. Segundo nota do PSDB Nacional, a decis�o em passar a integrar a oposi��o foi un�nime.

"O partido repudia as atitudes antidemocr�ticas, truculentas e irrespons�veis adotadas pelo presidente da Rep�blica em manifesta��es pelo Dia da Independ�ncia", diz a nota. "O PSDB se alinha a todas as for�as da sociedade brasileira que t�m na democracia, na defesa das institui��es e no respeito � liberdade o seu maior compromisso."

Nos bastidores, integrantes da dire��o tucana reconheceram que o discurso do presidente da C�mara, Arthur Lira (Progressistas-AL), em defesa de uma "pacifica��o" sem dar margem ao impeachment, influenciou o debate no PSDB. Para um dirigente partid�rio ouvido reservadamente, a fala calculada de Lira, transmitida na TV C�mara, "jogou um balde de �gua fria" na expectativa de quem apoia o afastamento de Bolsonaro.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, disse que Bolsonaro cometeu atos "il�citos" e "crime de responsabilidade" ao anunciar que vai passar a desconsiderar decis�es do ministro da Corte Alexandre de Moraes. Mas a acusa��o de Fux, acompanhada de uma cobran�a sobre o Congresso, foi ignorada.

Com diverg�ncias na bancada tucana na C�mara, explicitada em epis�dios recentes como a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) do voto impresso, a Executiva optou por cobrar um posicionamento e debate entre os parlamentares, sejam deputados ou senadores. No m�s passado, o partido orientou a bancada a defender a urna eletr�nica e n�o apoiar a retomada do voto em c�dulas de papel e contagem manual, como defende Bolsonaro, mas o resultado foi outro: 14 tucanos foram favor�veis e 12 contr�rios; 5 n�o votaram, e o ex-presidenci�vel A�cio Neves (MG) se absteve.

A reuni�o ocorreu � tarde, de modo virtual, com cerca de 30 integrantes da Executiva. Segundo tucanos presentes, ningu�m pediu a palavra para defender Bolsonaro ou o governo na reuni�o virtual. Em vez disso, todos repudiaram os atos de Bolsonaro. Por�m, reconheceram as divis�es internas que impedem posicionamentos futuros mais enf�ticos.

A dire��o do partido submeteu uma nota � avalia��o dos presentes, em tom de "rep�dio". O posicionamento da dire��o tenta sensibilizar integrantes do PSDB na C�mara e no Senado - a avalia��o corrente � de que sem unidade nas bancadas n�o d� para ir al�m na defesa do impeachment. A expectativa � gerar um debate interno entre deputados e senadores tucanos, al�m de estimular a discuss�o semelhante nos demais partidos.

No PSD, cuja dire��o tamb�m pautou o debate do impeachment, tamb�m n�o houve avan�os. Os parlamentares da bancada reconhecem que n�o h� maioria absoluta entre os deputados do PSD, e que s� uma a��o direta do presidente nacional, Gilberto Kassab, poderia encaminhar o rumo do partido para apoiar o impeachment de Bolsonaro. Para Kassab, as manifesta��es evidenciaram que Bolsonaro, apesar da mobiliza��o ao longo de um m�s para o 7 de Setembro, n�o conseguiu convencer a maioria da popula��o ir �s ruas a seu favor.

Kassab promete acompanhar os passos do presidente diariamente e monitorar crimes de responsabilidade. Ele disse que a chance de abertura do processo � grande e se tornar� "pedra jogada" caso ele de fato desrespeite uma decis�o judicial do STF.

"O presidente vem perdendo credibilidade e popularidade. A avalia��o do governo � muito ruim. Estamos chegando na imin�ncia de abrir o impeachment", disse Kassab.

Kassab tem sido cada vez mais cr�tico do governo e estimula a pr�-candidatura � Presid�ncia do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado. Mas tamb�m sabe dos "bolsonaristas" no PSD. Para cuidar do assunto, Kassab formou uma comiss�o interna, com os l�deres na C�mara, Antonio Brito (BA) e no Senado, Nelsinho Trad (MS). Eles conversaram na manh� desta quarta-feira. Tamb�m foram chamados a integrar o colegiado o senador Otto Alencar (BA) e o deputado Andr� de Paula (PE) - presidentes de diret�rios em seus Estados, eles s�o vistos como n�o alinhados ao Pal�cio do Planalto. Mas n�o houve nenhuma decis�o concreta a favor do impeachment at� agora.

Ao contr�rio do PSDB e do PSD, que n�o chegaram a nenhuma decis�o ainda, o Podemos anunciou ser contr�rio ao afastamento de Bolsonaro. Outrora alinhado ao ex-ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica e ex-juiz da Opera��o Lava Jato S�rgio Moro, o partido descartou apoiar o impeachment.

"O Podemos descarta aderir ao movimento de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, por entender que a abertura de uma nova crise pol�tica, em meio � pandemia do coronav�rus, desemprego e crise econ�mica, s� agravaria o sofrimento das camadas mais vulner�veis, que j� vivem em situa��o de extrema dificuldade", diz nota assinada pela presidente do partido, Renata Abreu (SP), e pelos l�deres do Podemos no Senado, Alvaro Dias (PR), e na C�mara, Igor Timo (MG).Na avalia��o do partido, "disputas pol�ticas devem ser resolvidas por meio das urnas" e � preciso buscar uma terceira via para as elei��es de 2022. A legenda reafirmou o posicionamento de independ�ncia em rela��o ao governo Bolsonaro e da defesa de pautas como o combate � corrup��o e o fim do foro privilegiado. Al�m disso, a nota destaca que a sigla ficar� "vigilante pela preserva��o das institui��es democr�ticas, rejeitando toda e qualquer bravata autorit�ria em todos os Poderes."

LEIA A �NTEGRA DA NOTA DO PSDB:

O PSDB decidiu hoje, por unanimidade, em reuni�o da Executiva Nacional, que � oposi��o ao governo de Jair Bolsonaro.

O partido repudia as atitudes antidemocr�ticas, truculentas e irrespons�veis adotadas pelo presidente da Rep�blica em manifesta��es pelo Dia da Independ�ncia.

O PSDB se alinha a todas as for�as da sociedade brasileira que t�m na democracia, na defesa das institui��es e no respeito � liberdade o seu maior compromisso.

Com a participa��o da Executiva e das bancadas na C�mara e Senado iniciamos o processo interno de discuss�o sobre crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente da Rep�blica. O primeiro passo foi o debate aberto ocorrido hoje e agora ser� aprofundado pelas bancadas do Congresso Nacional.

Conclamamos todas as for�as do centro democr�tico a formar uma frente de oposi��o ao governo de Jair Bolsonaro. � da uni�o dessas for�as que vir� a derrota definitiva do projeto autorit�rio de poder que o atual ocupante do Pal�cio do Planalto encarna e a volta do modelo pol�tico e econ�mico petista tamb�m respons�vel pela profunda crise que enfrentamos.

Basta de insensatez. Os brasileiros esperam de seu governante solu��es para a pandemia, que beira 600 mil mortos; para o desemprego, que vitima 14 milh�es de pessoas; para a infla��o, que beira os dois d�gitos; para a paralisia econ�mica; para a desigualdade; para a crise h�drica e para o descalabro fiscal. Um presidente que saiba enfrentar a desestrutura��o social e econ�mica ao inv�s de buscar enfrentar a pr�pria lei.

A democracia brasileira permitiu que milhares fossem �s ruas no dia de ontem defender suas ideias. Mas tamb�m defendemos os milh�es que ficaram em casa e querem um Brasil que possa superar a crise.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)