Dez partidos de oposi��o, do Novo ao PT, v�o se reunir amanh� para tentar organizar manifesta��es conjuntas e amplas pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Um dos desafios ser� encher a rua - objetivo n�o atingido pelo ato de domingo, liderado majoritariamente por ativistas que defendem uma "terceira via", com apoio de parte da esquerda. O outro � vencer resist�ncias de grupos de direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua. Eles resistem a participar de eventos que tamb�m recebam o partido do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).
A reuni�o de quarta deve ter representantes de PT, PDT, PSB, PSOL, Solidariedade, PCdoB, PV, Rede, Novo, Cidadania. Deve tratar da organiza��o de dois atos j� marcados contra Bolsonaro, em 2 de outubro e 15 de novembro, pelos partidos de esquerda. Na v�spera do ato de domingo, o PT havia divulgado uma resolu��o de sua Executiva Nacional. O texto saudava "todas as manifesta��es Fora Bolsonaro", mas informava que o partido n�o participaria do ato do dia seguinte.
O PSDB, que se declarou de oposi��o ao presidente ap�s as falas de Bolsonaro no 7 de Setembro, n�o deve participar do encontro de amanh�. O presidente do Diret�rio Estadual de S�o Paulo do partido, Marcos Vinholi, pr�ximo do governador paulista Jo�o Doria, disse que v� a vontade de defesa da democracia "em gente que tem um pensamento mais a esquerda, de centro ou de direita". Sem citar o PT, ele disse que o ambiente n�o � de forma��o de alian�as eleitorais. "N�o vejo alian�a pol�tica eleitoral dentro do cen�rio, mas respeito as diverg�ncias, compreendendo a import�ncia da democracia para o Pa�s."
Resist�ncia
MBL e Vem Pra Rua n�o t�m uma decis�o tomada sobre a presen�a nos atos do dia 2. Mas a tend�ncia � que n�o participem do evento. A resist�ncia maior � contra o PT. "O movimento Vem Pra Rua tem uma oposi��o hist�rica ao PT, n�o necessariamente � esquerda brasileira", disse a advogada Luciana Alberto, do Vem Pra Rua. Ela afirmou que n�o houve nenhum gesto de aproxima��o de seu movimento com os grupos que articulam os dois protestos. "O PT n�o tem interesse no impeachment de Bolsonaro, porque s�o duas faces da mesma moeda."
O deputado estadual de S�o Paulo Arthur do Val (Patriota), um dos l�deres do MBL, tamb�m ataca o partido de Lula. "Trabalhar com o PT em conjunto � algo fora de cogita��o. Porque consideramos o PT t�o antidemocr�tico quanto o governo Bolsonaro. A gente tem que lembrar que o PT comprou o Congresso. E est� claro que o PT n�o quer derrubar o Bolsonaro, porque derrubar o Bolsonaro � derrubar o Lula".
Do Val afirma que seu grupo foi criticado por abrir espa�o, no protesto de anteontem, para outras vertentes ideol�gicas, mas defende a aproxima��o com outros partidos. "A narrativa simpl�ria � sempre dif�cil de ser quebrada. � mais f�cil criticar: �Olha, vai se juntar com a esquerda�. Explicar que vamos estar em um caminh�o com Ciro Gomes, Mandetta, Amoedo, Isa Penna do PSOL, Jos� Daniel do Novo, v�rios senadores, porque vamos defender ali at� nosso direito de discordar, � muito mais dif�cil."
A uni�o dos diferentes campos a favor do impeachment do presidente foi defendida, na Paulista, por Doria, Orlando Silva (PCdoB), Ciro Gomes (PDT) e Jo�o Amoedo (Novo). Eles compararam a manifesta��o com o movimento Diretas J�, de 1984, pela volta da democracia. Luiz Henrique Mandetta (DEM), outro presidenci�vel que tamb�m discursou, por outro lado, disse que a popula��o n�o queria "nenhum dos dois extremos." O ex-ministro da Sa�de disse que Bolsonaro poderia sair pelo voto, n�o s� por impeachment.
Para que parte desses pol�ticos fosse ao ato, o MBL desistira do mote "Nem Lula, Nem Bolsonaro" por um protesto s� pelo impeachment. Apesar do p�blico menor do que na manifesta��o com Bolsonaro, os grupos que foram � rua no domingo fazem avalia��es positivas e dizem esperar que novos atos devem maiores, mesmo sem o PT. "A manifesta��o de ontem teve um aspecto pol�tico muito relevante sob o aspecto da defesa democracia", disse Marco Vinholi, presidente do PSDB de S�o Paulo.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
POL�TICA