Prestes a ser oficializada, a fus�o entre DEM e PSL vai criar uma megapot�ncia partid�ria. A nova legenda deve nascer com 81 deputados federais e conquistar o posto de maior bancada na C�mara, com for�a para decidir vota��es importantes e ter peso significativo num eventual processo de impeachment de Jair Bolsonaro. Ser� a primeira vez em vinte anos que a direita reunir� tantos parlamentares em uma �nica agremia��o. A �ltima vez foi no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando o PFL (atual DEM) elegeu 105 representantes.
Caso a nova sigla seja concretizada, vai desbancar o PT, que desde 2010 elege as maiores bancadas na C�mara. Em 2018, foram 54. Mesmo que 25 parlamentares bolsonaristas deixem o novo partido, como esperado, a sigla que ser� criada seguir� com o maior n�mero de deputados.
A ideia de dirigentes de PSL e DEM � usar a megaestrutura que est� sendo formada para atrair uma candidatura � Presid�ncia em 2022 capaz de rivalizar com Bolsonaro e com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Al�m de maior partido da C�mara, a nova legenda deve controlar tr�s Estados, favorecendo a forma��o de palanques regionais nas disputas eleitorais. Hoje, o PSL governa Tocantins, com Mauro Carlesse, e o DEM administra Goi�s, com Ronaldo Caiado, e Mato Grosso, com Mauro Mendes.
O novo partido tamb�m deve ser o mais rico de todos. Ter� perto de R$ 158 milh�es por ano de Fundo Partid�rio, dinheiro p�blico que abastece as legendas para gastos que v�o de manuten��o de sede, pagamento de sal�rios, aluguel de jatinhos, entre outros. Em compara��o, o PT ganhar� R$ 94 milh�es dessa verba p�blica neste ano.
A sigla que pode sair da fus�o DEM-PSL receber� ainda, no que ano vem, a maior fatia do fundo eleitoral, cujo valor ainda deve ser fixado pelo Congresso. Se considerada a soma dos valores de 2020, o novo partido teria R$ 478,2 milh�es, � frente do PT, que ficou com R$ 295,7 milh�es somando as duas fontes de dinheiro p�blico.
Do lado do DEM, a uni�o � vantajosa justamente por causa do aumento de recursos p�blicos. Para o PSL, os principais atrativos para a fus�o s�o a capilaridade regional e estrutura que a outra sigla pode oferecer.
O partido resultante da fus�o reuniria ainda 554 prefeitos, 130 deputados estaduais e 5.546 vereadores, segundo o n�mero de eleitos nas �ltimas elei��es. No Senado, a altera��o n�o seria significativa, pois o PSL acrescentaria apenas mais uma parlamentar - a senadora Soraya Thronicke (MS) - � bancada de seis senadores do DEM.
Dentro do PSL a uni�o j� � dada como certa e esperam anunci�-la em 21 de setembro. Mas a possibilidade de fus�o desagrada a uma parte do DEM.
Resist�ncias
Na primeira demonstra��o de uni�o, os dois partidos divulgaram nota com cr�ticas a Bolsonaro ap�s as amea�as ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos atos de 7 de Setembro. DEM e PSL afirmaram que repudiam "com veem�ncia" o discurso de Bolsonaro "ao insurgir-se contra as institui��es de nosso Pa�s".
O texto gerou insatisfa��o em parte do DEM. O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, que � deputado licenciado pelo DEM do Rio Grande do Sul, afirmou que a nota n�o o representa. Disse ainda que a nova legenda "talvez nas�a grande", mas, "se n�o mudar o comportamento, ser� um partido nanico".
O
Estad�o
apurou que h� tamb�m conflitos no DEM do Rio. L�, o deputado S�stenes Cavalcante, aliado de Bolsonaro, comanda provisoriamente o diret�rio estadual. Trabalha para ficar com o cargo permanente.
O DEM fez uma interven��o no Estado para retirar o ex-prefeito e vereador Cesar Maia da presid�ncia estadual. A medida ocorreu ap�s a sa�da do ex-presidente da C�mara Rodrigo Maia, filho de Cesar, da legenda. Se for concretizada a fus�o, o controle do diret�rio do Rio ficar� com um nome do PSL.
Em Pernambuco, o ex-ministro da Educa��o e presidente do DEM no Estado, Mendon�a Filho (DEM), tamb�m resiste. "A minha preocupa��o � com a governan�a, como o partido vai se estabelecer, de que forma vai harmonizar os interesses regionais, nomes hist�ricos do partido em posi��es regionais."
Negocia��es. Detalhes como nome e n�mero da nova sigla n�o est�o definidos. A opera��o tem como principais articuladores o atual presidente do PSL, Luciano Bivar, o vice-presidente do PSL, Antonio Rueda, e o presidente do DEM, ACM Neto. Bivar deve ser o presidente do novo partido, Rueda deve ficar com a vice-presid�ncia e Neto, com a secretaria-geral.
Apesar das resist�ncias no DEM, a fus�o tem o apoio de Neto e do ex-ministro da Sa�de Luiz Henrique Mandetta. O ex-ministro tem articulado a sua pr�-candidatura ao Planalto. Pelo lado do PSL, o pr�-candidato � o apresentador Jos� Luiz Datena. Outro citado como op��o para 2022 � o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) - ele � cobi�ado pelo PSD e pode acabar saindo do DEM.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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