
Bras�lia – Em meio � perda de popularidade, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende se aproveitar do marco dos mil dias de seu governo para exaltar a��es e viajar pelo pa�s. Enquanto isso, a popula��o enfrenta infla��o elevada de alimentos, combust�veis e g�s de cozinha. Os valores das contas de energia tamb�m subiram diante da crise h�drica, pressionando o custo de vida.
Festa dos mil dias � ofuscada por infla��o alta e reformas emperradas
Festa dos mil dias � ofuscada por infla��o alta e reformas emperradas
Bolsonaro est� em quarentena desde quarta-feira, no Pal�cio da Alvorada, ap�s o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, testar positivo para a COVID-19 em miss�o da comitiva brasileira � Organiza��o das Na��es Unidas (ONU).
O governo completa amanh� quase tr�s anos e o plano � fazer uma cerim�nia comemorativa no Pal�cio do Planalto. Na ter�a-feira, a expectativa � de que Bolsonaro viaje para a Bahia, e em Teixeira de Freitas entregue 10 quil�metros de asfalto.
Na mesma data, est� prevista a presen�a do presidente em Teot�nio Vilela (AL). Dando prosseguimento aos eventos, na quarta-feira, a previs�o � de que ele desembarque em Boa Vista (RR), onde assinar� o contrato de concess�o dos aeroportos do Bloco Norte.
Na mesma data, est� prevista a presen�a do presidente em Teot�nio Vilela (AL). Dando prosseguimento aos eventos, na quarta-feira, a previs�o � de que ele desembarque em Boa Vista (RR), onde assinar� o contrato de concess�o dos aeroportos do Bloco Norte.
Em Belo Horizonte, Bolsonaro visitar�, nesta quinta-feira, uma esta��o de metr� acompanhado do ministro de Desenvolvimento Regional, Rog�rio Marinho.
O �ltimo da programa��o ser� 1º de outubro, quando a agenda presidencial ser� compartilhada entre eventos nos munic�pios de An�polis (GO), para a assinatura de contrato de concess�es de estradas, e Maring�, no Paran�, na apresenta��o de obras de amplia��o da �rea operacional do aeroporto local.
Ministros tamb�m ser�o enviados �s cidades para inaugura��es de obras e lan�amentos de projetos.
O �ltimo da programa��o ser� 1º de outubro, quando a agenda presidencial ser� compartilhada entre eventos nos munic�pios de An�polis (GO), para a assinatura de contrato de concess�es de estradas, e Maring�, no Paran�, na apresenta��o de obras de amplia��o da �rea operacional do aeroporto local.
Ministros tamb�m ser�o enviados �s cidades para inaugura��es de obras e lan�amentos de projetos.
O ministro das Comunica��es, F�bio Faria, por exemplo, inaugura nesta ter�a-feira, em Mossor�, no Rio Grande do Norte, a conex�o via sat�lite que entregar� internet banda larga gratuita, por meio do programa Wi-Fi Brasil. Durante o evento, Bolsonaro far� participa��o ao vivo, por meio de videochamada.
A exemplo de outras datas comemorativas que t�m rela��o com o tempo de dura��o do governo, o Pal�cio do Planalto deve divulgar um compilado de informa��es com an�lises positivas da atua��o do presidente, com destaque para o avan�o da vacina��o contra a COVID-19 e a promessa de amplia��o do programa substituto do Bolsa-Fam�lia, foco na retomada econ�mica e discurso anticorrup��o.
Pandemia
Nos quase dois anos e 10 meses de governo, entre outros percal�os, o pa�s teve de lidar com a piora em uma s�rie de indicadores econ�micos e foi surpreendido com uma pandemia que j� deixou quase 600 mil mortos. O chefe do Executivo � tido como o principal respons�vel por esses cen�rios, tanto que enfrenta uma rejei��o cada vez maior entre a popula��o.
Enquanto candidato, Bolsonaro chegou a afirmar no seu plano de governo que, caso fosse eleito, uma das estrat�gias seria “adotar as mesmas a��es que funcionam nos pa�ses com crescimento, emprego, baixa infla��o, renda para os trabalhadores e oportunidades para todos”.
Contudo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a realidade � bem diferente: s�o pelo menos 14,4 milh�es de pessoas desocupadas e, em 12 meses terminados em setembro, a infla��o alcan�ou 10,05%, portanto, dois d�gitos, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), pr�via da infla��o oficial.
Contudo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a realidade � bem diferente: s�o pelo menos 14,4 milh�es de pessoas desocupadas e, em 12 meses terminados em setembro, a infla��o alcan�ou 10,05%, portanto, dois d�gitos, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), pr�via da infla��o oficial.
A alta da infla��o � puxada, principalmente, pelos pre�os dos combust�veis, energia e do g�s de cozinha. Em 12 meses, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol de 40,75%, o diesel de 28,02% e o botij�o de 13kg de 31,7%.
Os alimentos tamb�m est�o mais caros, sobretudo os da cesta b�sica. Entre setembro do ano passado e em agosto deste ano, por exemplo, o arroz encareceu 32,68%, a carne, 30,77%, o caf�, 22,54%, e o a��car, 37,74%.
Os alimentos tamb�m est�o mais caros, sobretudo os da cesta b�sica. Entre setembro do ano passado e em agosto deste ano, por exemplo, o arroz encareceu 32,68%, a carne, 30,77%, o caf�, 22,54%, e o a��car, 37,74%.
Press�o
O presidente vem sendo cobrado da eleva��o dos pre�os e h� um sentimento de que ele n�o tem se empenhado para tomar atitudes que revertam o cen�rio.
Na semana passada, ao discursar na 76ª Assembleia-Geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), Bolsonaro apresentou uma realidade paralela sobre o Brasil aos demais chefes de Estado, colocando o pa�s como uma das melhores economias emergentes do mundo e jogando a culpa da infla��o nos governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento social para tentar impedir o avan�o da COVID-19.
Segundo alguns parlamentares, no entanto, qualquer discurso do governo n�o ser� capaz de alterar o atual cen�rio. A avalia��o no Congresso � de que Bolsonaro n�o pode virar as costas para a realidade do Brasil e pintar um quadro que n�o existe.
“O pa�s vive uma inevit�vel e grave escalada da infla��o. A eleva��o dos pre�os se reflete diariamente no consumo do brasileiro, das fam�lias brasileiras. Estamos diante de um processo inflacion�rio, acompanhado de estagna��o econ�mica. O emprego se esvai por completo. H� 14 milh�es de pessoas desempregadas no Brasil. S� h� uma sa�da para isso: desenvolvimento econ�mico”, cobra o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ).
Na mesma linha de racioc�nio, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) diz que Bolsonaro precisa dar uma resposta. “N�s temos um pa�s com os maiores �ndices de infla��o, com a economia estagnada, sem crescimento, com o �ndice de desemprego nos maiores patamares, com 19 milh�es de brasileiros sem seguran�a alimentar.
Al�m disso, n�o h� investimento p�blico e n�o h� investimento privado. O Brasil est� se desindustrializando. Portanto, a realidade � a trag�dia da carestia. A cesta b�sica subiu mais de 30%”, comenta.
Al�m disso, n�o h� investimento p�blico e n�o h� investimento privado. O Brasil est� se desindustrializando. Portanto, a realidade � a trag�dia da carestia. A cesta b�sica subiu mais de 30%”, comenta.
Os inimigos do pa�s s�o evidentes, de acordo com o deputado Darci de Matos (PSD-SC). “� o desemprego, � a fome, � a mis�ria, � a infla��o. Nesse sentido, n�s temos que juntar for�as para vencer o nosso inimigo e fazer com que o Brasil volte a crescer”, sustenta.
PELO PA�S
Viagens previstas do presidente da Rep�blica
Ter�a-feira: Teixeira de Freitas (BA) e Teot�nio Vilela (AL)
Quarta-feira: Boa Vista (RR)
Quinta-feira: Belo Horizonte (MG)
Sexta-feira: An�polis (GO) e Maring� (PR)