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Estado de Minas POL�TICA

MPF aponta corrup��o da Global e mira contratos com Sa�de, Correios e Petrobras


30/09/2021 17:58

A Opera��o Acur�cia, aberta em conjunto pela Pol�cia Federal, Minist�rio P�blico Federal e Receita Federal nesta quinta-feira, 30, � mais um desdobramento da Opera��o Descarte que teve como ponto de partida informa��es prestadas pelos advogados Luiz Carlos da Fonseca Claro e Gabriel Silveira da Fonseca Claro, pai e filho, em dela��o premiada. Eles revelaram aos investigadores como teriam usado o escrit�rio de advocacia e outras empresas controladas pela fam�lia para ajudar a Global Gest�o em Sa�de, investigada na CPI da Covid, a lavar dinheiro e gerar R$ 6,4 milh�es em notas frias para caixa dois.

Os advogados disseram na colabora��o que foram procurados para simular contratos de venda de medicamentos e de produtos eletroeletr�nicos sucateados, sem valor comercial, para a farmac�utica entre 2014 e 2016. Parte deles teria sido intermediada pelo empres�rio Milton Lyra, apontado como operador do MDB, pelo advogado Daniel Peixoto e pelo empres�rio Marco Carbonari, que se apresentava como representante da Precisa Medicamentos. Descontada uma 'comiss�o', o dinheiro teria voltado em esp�cie para a Global Sa�de pagar propina a pol�ticos, como o ex-senador Romero Juc� e o ex-deputado Eduardo Cunha, e para cobrir despesas com um empresa de t�xi a�reo, segundo os delatores. Os Claro disseram que as entregas do dinheiro a intermedi�rios da Global aconteceram em seu escrit�rio de advocacia e no Hotel Emiliano.

A partir da dela��o, a Receita Federal fez um pente-fino nas contas da Global Sa�de e afirmou ver ind�cios de um 'sofisticado esquema fraudulento de sonega��o fiscal e lavagem de dinheiro'. De acordo com os auditores fiscais, a farmac�utica n�o conseguiu comprovar a presta��o de servi�os e as empresas contratadas n�o t�m estrutura e capacidade operacional para sua execu��o. "Os pagamentos feitos pelo Grupo GLOBAL/PRECISA s�o lastreados em contratos fictos, utilizados na gera��o de recursos para benefici�rios ainda n�o identificados", afirma a Receita.

Com o avan�o da investiga��o, o Minist�rio P�blico Federal concluiu que o mesmo servi�o prestado pelos delatores pode ter sido operado tamb�m em contratos com a BSF Gest�o em Sa�de, que tamb�m pertence ao grupo da Global Sa�de, pelo escrit�rio de advocacia do ex-presidente da Confedera��o Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, e pela banca Calazans Advogados.

Ao autorizar a quebra de sigilo telem�tico e as buscas na opera��o de hoje, a 14.� fase da Opera��o Descarte, a ju�za Silvia Maria Rocha, da 2.� Vara Criminal Federal de S�o Paulo, concluiu que as provas colhidas em etapas anteriores da investiga��o justificam o aprofundamento do caso.

"A presente investiga��o n�o se encontra fulcrada unicamente nos depoimentos dos colaboradores", escreveu. "A corroborar as afirma��es dos colaboradores, constam dos autos elementos probat�rios colhidos ainda no in�cio da opera��o Descarte. No tocante, compete ressaltar que parcela consider�vel dos depoimentos de Luiz Carlos Claro e Gabriel Claro serviu para elucidar pontos verificados pela autoridade policial quando da an�lise do material apreendido, como por exemplo as planilhas eletr�nicas de pagamento e e-mails, mais especificamente aqueles que continham em anexos contratos e notas fiscais", seguiu.

Os delatores tamb�m disseram que mantinham uma 'rela��o de confian�a' com Francisco Maximiano, dono da Global Sa�de. O Minist�rio P�blico Federal chegou a pedir a pris�o tempor�ria do empres�rio, mas a ju�za concluiu que n�o h� ind�cios suficientes da participa��o dele nos crimes. Os contratos sob suspeita foram firmados antes de seu registro como s�cio da empresa.

O MPF suspeita que o dinheiro em esp�cie gerado atrav�s das fraudes nos contratos investigados tenha sido usado para pagar propina em contratos p�blicos com a Petrobras, Correios e Minist�rio da Sa�de. "O aprofundamento das investiga��es justifica-se inclusive para apurar e individualizar, na medida do poss�vel, os atos de corrup��o que ensejaram as opera��es de lavagem de dinheiro cometidas", defendeu o MPF ao pedir autoriza��o para fazer a Opera��o Acur�cia.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DA GLOBAL GEST�O EM SA�DE

"Chega a ser surreal repetir a mesma busca e apreens�o pela terceira vez em 13 dias, dessa vez para ir atr�s de documentos sobre o que delatores disseram que teria acontecido sete anos atr�s. N�o h� qualquer contemporaneidade ou qualquer elemento m�nimo para justificar essa opera��o. O que h�, sim, � um oportunismo, gra�as ao retorno da pirotecnia em torno das opera��es policiais que, em tempos racionais, jamais seriam deferidas pelo Poder Judici�rio, ante a manifesta aus�ncia de fundamenta��o."

Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados de Francisco Maximiano e da Global Sa�de


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