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Estado de Minas POL�TICA

Entre aplausos e vaias, Bolsonaro ouve serm�o cr�tico no Santu�rio de Aparecida

O presidente se apresentou para receber o sacramento cat�lico da comunh�o e participou do ritual de consagra��o � Nossa Senhora


12/10/2021 18:35 - atualizado 12/10/2021 20:46

O presidente Jair Bolsonaro tirou a máscara e causou aglomeração, nesta terça-feira, 12, no Santuário Nacional de Aparecida
Bolsonaro assistiu � missa da tarde na companhia dos ministros Marcos Pontes, da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es, e Jo�o Roma, da Cidadania. (foto: BRUNO MOTTA/PHOTOPRESS/ESTAD�O CONTE�DO)
Depois de ouvir cr�ticas sobre a libera��o de armas e a condu��o da pandemia pelo seu governo nas celebra��es do Dia da Padroeira , o presidente Jair Bolsonaro tirou a m�scara e causou aglomera��o , nesta ter�a-feira, 12, no Santu�rio Nacional de Aparecida . Ele, que j� tinha provocado um grande ajuntamento de pessoas na chegada, desfilou com o corpo fora do carro quando saiu do santu�rio. Parte do grupo, que se espremia nas cercas de seguran�a, o aplaudiu e chamou de "mito" , enquanto um coro menor gritava "lixo" . Um chinelo foi arremessado do meio do p�blico, mas n�o atingiu o presidente.

Bolsonaro assistiu � missa da tarde na companhia dos ministros Marcos Pontes, da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es, e Jo�o Roma, da Cidadania. Na homilia, � frente do presidente, o padre Jos� Ulysses da Silva, porta-voz do santu�rio, fez uma refer�ncia indireta � postura armamentista do governo. "Se consegu�ssemos abra�ar a proposta de Jesus n�s ser�amos um povo mais desarmado e fraterno", afirmou o padre.

Citando um trecho do evangelho lido por Bolsonaro durante a celebra��o, o religioso lamentou os mortos pela covid-19 e disse que "a vida � um valor que deve prevalecer sobre todo e qualquer outro valor, sobre nossos interesses pol�ticos, econ�micos e at� religiosos". Desde o in�cio da pandemia, o presidente sempre se posicionou contra as medidas de isolamento social, alegando preju�zo econ�mico. Segundo o padre, � gra�as � solidariedade da popula��o que o Pa�s n�o atravessa uma crise ainda mais violenta. "N�s sabemos quantas pessoas perderam a vida para cuidar da nossa. H� mesas vazias, h� desemprego e h� sequelas da enfermidade", afirmou. Disse, ainda, que al�m do "drag�o da pandemia" h� o "drag�o da gan�ncia" que suga a vida de quem mais precisa e "tem muita gente sofrendo".

As declara��es do padre ecoaram a homilia da principal missa do dia, celebrada pelo arcebispo de Aparecido, dom Orlando Brades, pela manh�: para ser p�tria amada, n�o pode ser p�tria armada".

Na cerim�nia da tarde, Bolsonaro se apresentou para receber o sacramento cat�lico da comunh�o e participou do ritual de consagra��o � Nossa Senhora. Importante para os cat�licos e devotos da santa, o ritual n�o � aceito pelos evang�licos, que comp�em importante base de apoio ao presidente. Durante a missa, Bolsonaro e seus ministros usaram m�scaras, embora a dire��o do santu�rio j� tivesse decidido permitir a participa��o presidencial na celebra��o mesmo sem a prote��o facial. Antes da missa, o presidente se reuniu com o padre Carlos Eduardo Catalfo, reitor do santu�rio, e com dom Orlando, que presidiu a celebra��o.

Mentiras e fake news

Al�m de criticar a pol�tica de libera��o do uso de armas do governo Bolsonaro, dom Orlando tamb�m se referiu ao vi�s negacionista de Bolsonaro, defendendo a vacina e a ci�ncia. Tamb�m pediu uma p�tria "sem �dio, uma rep�blica sem mentiras, sem fake news".

O arcebispo lembrou que o Brasil est� enlutado pelas mais de 600 mil mortes na pandemia da covid-19 e defendeu a preserva��o da Amaz�nia. Tamb�m pediu um abra�o aos �ndios, aos negros, �s crian�as, aos pobres e �s "nossas autoridades, para que, juntos, construamos o Brasil P�tria Amada. E para ser p�tria amada n�o pode ser p�tria armada".

Quando esteve no santu�rio de Aparecida em seu primeiro ano de mandato, no 12 de outubro de 2019, Bolsonaro foi aplaudido, mas tamb�m foi vaiado pelos fi�is. Naquele dia, o arcebispo havia usado a homilia da missa para criticar duramente "o drag�o do tradicionalismo" e afirmar que "a direita � violenta, � injusta, est�o fuzilando o Papa, o S�nodo, o Conc�lio Vaticano Segundo". Depois, na presen�a do presidente, amenizou o tom, dizendo que os drag�es seriam as ideologias "tanto da direita quanto da esquerda".

O presidente passa o feriado no Forte dos Andradas, em Guaruj�, litoral paulista. Ap�s a visita a Aparecida, ele retornou ao local, que funciona como hotel de tr�nsito da Marinha. Nesta quarta-feira, 13, ele retoma a agenda indo a Miracatu, no Vale do Ribeira, para uma entrega de t�tulos de regulariza��o fundi�ria. Na segunda, 11, ele fez um passeio de moto at� a Praia da Enseada, com capacete sem viseira - o que � proibido pelas leis de tr�nsito - e causou aglomera��es, mais uma vez sem usar m�scara. O uso do protetor facial � obrigat�rio por lei estadual. No s�bado, 9, o presidente esteve em Peru�be, onde visitou uma feira. Ele foi multado em R$ 500 pela prefeitura local por n�o usar m�scara.


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