CPI: Renan admite diverg�ncias, mas diz que manter� acusa��es contra Bolsonaro

�s v�speras de entregar o relat�rio final da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), admitiu que h� diverg�ncias dentro da c�pula do colegiado com rela��o ao texto e aos crimes que o documento pretende atribuir ao presidente Jair Bolsonaro. Contudo, o parlamentar afirmou que deve manter onze tipos penais para o indiciamento de Bolsonaro, ressaltando que o que vai preponderar no final dos trabalhos "n�o � o que o relator pensa", mas o que a maioria da comiss�o converge.

"� natural que n�o haja consenso sobre alguns pontos. Essa � uma complexa investiga��o sobre muitas pessoas, sobre fatos que envolvem igualmente as mesmas pessoas. Ent�o � uma coisa detalhada, complexa, que tem que ser conversada", afirmou o senador, em entrevista � CNN Brasil , nesta segunda-feira (18). No entanto, apesar das diverg�ncias expostas entre o grupo, Renan diz que ainda n�o teve "nenhuma contrariedade com rela��o a ponto nenhum de ningu�m".

Conforme o Estad�o/Broadcast publicou, o relat�rio final da CPI conclui que o governo agiu de forma dolosa, ou seja, intencional, na condu��o da pandemia e, por isso, � respons�vel pela morte de milhares de pessoas. Dentre os tipos penais atribu�dos por Renan Calheiros � Bolsonaro est�o os crime de epidemia com resultado morte; infra��o de medidas sanit�rias; emprego irregular de verba p�blica; incita��o ao crime; falsifica��o de documento particular; charlatanismo; prevarica��o; genoc�dio de ind�genas; crimes contra a humanidade; crimes de responsabilidade; e o que tem gerado maiores diverg�ncias dentro do colegiado, o crime de homic�dio por omiss�o.

"N�o pode ser diferente", destaca o senador. Alvo de fortes cr�ticas de Bolsonaro, Renan esclarece que o papel do colegiado n�o � "julgar ningu�m". "O papel de julgar � da Justi�a. N�o somos julgadores, apuramos um fato e pedimos continuidade da investiga��o", afirmou.

Contra as cr�ticas do chefe do Executivo e de seus apoiadores, o senador afirma que o objetivo do colegiado n�o � desgastar o governo, mas cumprir o papel de investiga��o. Segundo ele, o desgaste de Bolsonaro deve ser atribu�do ao "desgoverno". "N�o temos nada a ver com o desgaste, com a infla��o, com o fato de ele ter podido evitar mortes, de ele ter atrasado a vacina de prop�sito", afirmou. "O problema do governo dele (Bolsonaro) � do governo dele, n�o � da CPI."

Ele ainda destaca que o colegiado n�o pretendia apurar corrup��o, mas demonstrar que muitas mortes poderiam ter sido evitadas. No entanto, conforme pontua, no caso da compra da vacina indiana Covaxin, "identificamos as digitais do presidente da Rep�blica". J� sobre a responsabiliza��o do senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ), um dos ilho do presidente, Renan disse que Fl�vio ser� acusado de participar da divulga��o de fake news e de advocacia administrativa, ao levar o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, para uma reuni�o com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.