Mesmo que o Poder Executivo continue a jogar a responsabilidade dos problemas econ�micos do Pa�s no colo de governadores - devido �s medidas tomadas para conter a pandemia da covid-19 -, dirigentes estaduais n�o t�m deixado barato. Nesta sexta-feira (22), o governador Esp�rito Santo, Renato Casagrande (PSB), ironizou as cr�ticas do presidente, falando que sua postura � a de quem diz "a culpa � minha, e eu coloco em quem eu quiser".
Mesmo com as cr�ticas, o capixaba descartou a possibilidade de sucesso de um processo de impeachment de Bolsonaro, al�m da viabilidade de aprova��o de reformas para o pr�ximo ano. Na avalia��o de Casagrande, s� h� ambiente pol�tico para "arrastar o Pa�s at� 2022"
De acordo com o dirigente estadual, em cr�tica � postura do governo, para lidar com a falta de comunica��o do Executivo, os governadores foram obrigados a se organizar e criar redes de contato - e, apesar de tentarem, eles nunca conseguiram se reunir com o presidente. As cr�ticas contra a falta de articula��o do Planalto tamb�m alcan�aram sua rela��o com o Congresso, a quem o governador avaliou que o presidente virou as costas. O que "causou sempre instabilidade", disse Casagrande durante sua participa��o no 20� F�rum Empresarial Lide.
O capixaba fez ressalvas: segundo ele, o governo foi respons�vel pela aprova��o de boas mat�rias, mas a instabilidade gerada pelo Executivo federal "acaba mascarando aquilo que � bom".
O governador tamb�m fez suas apostas com rela��o �s elei��es do ano que vem. Ele avaliou que at� maio de 2022 o cen�rio pol�tico continuar� o mesmo, polarizado entre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro.
Para ele, Lula vive seu melhor momento, com altas chances de figurar no segundo turno das elei��es por mem�ria de seu governo, enquanto Bolsonaro, apesar de manter uma "rigidez de apoio surpreendente", ter� que encarar os desgastes do seu governo ao longo do seu primeiro mandato. Casagrande avaliou que o cen�rio s� pode ser desequilibrado, nesse primeiro momento, com a candidatura do ex-juiz S�rgio Moro, que pode angariar apoio de apoiadores do presidente Bolsonaro.
O governador declarou defender uma candidatura de centro democr�tico, mas afirmou que levantar o nome da "terceira via" � uma tarefa dif�cil. Uma das chances de alavancar este nome, avaliou, � a busca da sociedade por "caminho de volta ao centro e ao equil�brio". Para ele, se o candidato conseguir ocupar esse espa�o, poder� cair nas gra�as da sociedade. Casagrande tamb�m compartilhou que seu partido aventou a possibilidade de escolh�-lo para concorrer � Presid�ncia, convite que ele recusou por acreditar que j� existem muitos nomes de centro-direita.
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