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Estado de Minas POL�TICA

CPI das Fake News vai manter foco de desgaste de Bolsonaro no Congresso


26/10/2021 17:01

Com o fim da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, um novo foco de desgaste para o Pal�cio do Planalto deve ser aberto no in�cio de 2022, ap�s a retomada das atividades de outro colegiado, que investiga a propaga��o de informa��es falsas com fins pol�ticos. � que a c�pula da CPI Mista das Fake News pretende aproveitar o material levantado nos seis meses de trabalho da CPI da Covid para ampliar ainda mais a agonia do presidente Jair Bolsonaro, candidato � reelei��o.

Das 66 pessoas que tiveram at� agora indiciamento pedido no relat�rio final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), a ser votado hoje, 15 j� eram alvo da CPI Mista das Fake News. O pr�prio Bolsonaro faz parte dessa lista.

Ao distorcer informa��es e dizer, em transmiss�o ao vivo pelas redes sociais, na quinta-feira passada, que pessoas vacinadas com duas doses contra o coronav�rus est�o desenvolvendo a S�ndrome da Imunodefici�ncia Adquirida (Aids), Bolsonaro teve o v�deo removido pelo Facebook, Instagram e YouTube, contribuindo para dar novos argumentos � CPMI das Fake News.

"Bolsonaro reincide a cada dia, faz quest�o de cometer os mesmos crimes. N�o muda. S� porque a CPI da Covid se encaminha para a reta final, ele acha que vai voltar a falar sozinho de novo nas redes sociais. Essa �ltima declara��o, sobre vacina e Aids, agrava ainda mais a situa��o dele", disse Renan.

Criada em dezembro de 2019, a CPI Mista das Fake News foi interrompida em mar�o do ano passado por causa da pandemia, mas deve ser retomada em fevereiro de 2022. As elei��es presidenciais est�o marcadas para outubro. O senador �ngelo Coronel (PSD-BA), presidente, disse que a comiss�o mista ter� tempo suficiente para avan�ar nas informa��es obtidas pela CPI da Covid. "Teremos 207 dias de trabalho", disse.

Aliados de Bolsonaro afirmam que a nova estrat�gia foi tra�ada sob medida para prejudicar o presidente porque se a CPI Mista retomar as atividades em fevereiro, os trabalhos s� devem terminar em agosto, �s v�speras da elei��es.

A comiss�o � composta por deputados e senadores. Em seu pouco tempo de trabalho, teve como principal foco a atua��o do chamado "gabinete do �dio" - grupo ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente -, que alimenta a milit�ncia mais radical do bolsonarismo nas redes sociais. A exist�ncia desse grupo foi revelada pelo Estad�o em novembro de 2019.

Tanto Carlos como outros integrantes do "gabinete do �dio", como os assessores da Presid�ncia T�rcio Arnaud Tomaz e Filipe Martins, tiveram o indiciamento pedido pela CPI da Covid por incita��o a crime, propaga��o de desinforma��o e por est�mulo ao descumprimento de regras sanit�rias. O mesmo crime foi atribu�do a outros dois filhos pol�ticos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ), tamb�m alvos da CPI Mista. O blogueiro Allan dos Santos, que teve a pris�o preventiva determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sob acusa��o de comandar uma mil�cia digital contra a democracia e as institui��es, � outro nome na mira da comiss�o.

"Temos clareza de que as informa��es e evid�ncias contidas neste documento apresentado pela CPI da Covid muito servir�o de apoio para o relat�rio com as conclus�es do trabalho da CPI Mista das Fake News", afirmou a deputada L�dice da Mata (PSB-BA), relatora da comiss�o. "Essa rede de desinforma��o � a mesma identificada pela CPI Mista das Fake News e pelo STF, sustentada pelo chamado 'gabinete do �dio' e denunciada por parlamentares que eram da base de sustenta��o do governo."

ACORDO

L�dice afirmou que muitas vezes a comiss�o mista auxiliou a CPI da Covid, instalada no Senado em abril. "A confirma��o desta rede se deu atrav�s de cruzamentos entre documentos, num acordo de coopera��o entre suas equipes de trabalho", disse a deputada.

Na lista dos que tiveram o indiciamento pedido por Renan e continuam no radar da CPI Mista tamb�m est�o Fabio Wajngarten, ex-secret�rio de Comunica��o do governo; blogueiros bolsonaristas, como Allan dos Santos e Bernardo Kuster, al�m dos empres�rios Luciano Hang e Ot�vio Fakhoury, apontados pela CPI da Covid como integrantes do chamado 'gabinete paralelo'.

Antes que a CPI Mista suspendesse suas atividades por causa da pandemia, Wajngarten, Allan, Hang, Fakhoury, Kuster e Filipe Martins j� haviam tido suas convoca��es aprovadas para prestar depoimento, suspeitos de propagar not�cias falsas e de estimular um clima de beliger�ncia contra o Congresso e o Supremo.

DEPOIMENTOS

A defini��o dos primeiros nomes a serem ouvidos na retomada das investiga��es depende da decis�o dos partidos, que podem mudar os integrantes do colegiado para tentar formar uma maioria governista. "Precisamos saber como vai ficar agora, por exemplo, o PSL, com a mudan�a partid�ria (fus�o com o DEM). Tem de recalcular", afirmou a relatora. Mesmo com a oposi��o em minoria, L�dice diz ser poss�vel avan�ar nas dilig�ncias. "Desde o in�cio havia maioria governista e, ainda assim, a gente conseguiu fazer algumas coisas.". Hoje, o colegiado tem 18 parlamentares governistas e 10 de oposi��o ou independentes.

O l�der do governo na C�mara e vice-presidente da CPI Mista das Fake News, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), minimizou os efeitos negativos da comiss�o para o Planalto, sob o argumento de que tudo n�o passa de "pura narrativa". "N�o tem nenhum problema. Eu vou continuar vice-presidente e vamos encerrar os trabalhos. Vamos votar o relat�rio, fazer o que tem de fazer", disse Barros.

O presidente da comiss�o afirmou, por sua vez, que os trabalhos somente ser�o reiniciados no ano que vem para evitar uma nova interrup��o nas atividades, decorrente do recesso parlamentar, em dezembro. "O foco agora est� nas reformas. (A volta da) CPI Mista tem previs�o para o in�cio do ano, para evitar interrup��es", declarou Coronel, tamb�m relator da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que reforma o Imposto de Renda. O Estad�o revelou que o senador foi um dos contemplados com a destina��o de R$ 40 milh�es em emendas, por meio do or�amento secreto. O esquema foi montado pelo governo Bolsonaro para aumentar sua base eleitoral no Congresso.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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