
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva falou sobre os trabalhos da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid durante entrevista � r�dio Jovem Pan de Sorocaba (SP). "Embora a CPI n�o tenha colocado a palavra por terem alegado implica��es jur�dicas, n�s sabemos que o Bolsonaro se comportou como um verdadeiro genocida (durante a pandemia). Pra ele, sacos pretos carregando corpos n�o significavam nada. Essa � a verdade", afirmou.
Na entrevista concedida � r�dio do interior paulista, o ex-presidente tamb�m fez coment�rios sobre o teto de gastos, as elei��es de 2022 e a pol�tica internacional brasileira. Segundo ele, um "governo respons�vel n�o precisa criar uma lei dizendo o que pode gastar".
"As pessoas falam 'o Lula quer gastar'", disse, respondendo �s cr�ticas que recebe por j� ter declarado ser contra o limitador de gastos. Ao ilustrar a situa��o, Lula disse que "� igual um pai respons�vel, uma m�e respons�vel. Ele gasta aquilo que tem que gastar, aquilo que precisa gastar. Eu n�o tinha lei de teto de gastos e a infla��o foi controlada, crescimento aconteceu".
A imposi��o de um limite para os gastos p�blicos federais foi criada no governo de Michel Temer, em 2016, e entrou em vigor no ano seguinte. O teto � corrigido todos os anos pela varia��o da infla��o acumulada em 12 meses at� junho do ano anterior e, criado ap�s um per�odo de forte aumento dos gastos e da d�vida p�blica brasileira, a medida � vista por seus defensores como uma �ncora na credibilidade da pol�tica fiscal do Brasil.
Em uma an�lise sobre o cen�rio econ�mico nacional, o petista afirmou que "a infla��o est� descontrolada nos pre�os controlados", a exemplo dos altos custos da gasolina, diesel e energia el�trica que, segundo ele, "n�o t�m nenhuma l�gica".
"Se o governo n�o controla os pre�os subordinados a ele controlar, ele n�o tem moral sequer para passar confian�a nos outros cidad�os da sociedade que vendem produto para o povo consumir", afirma.
Dentre seus planos de governo para contornar a crise brasileira, Lula pontua que � preciso haver uma expans�o de cr�dito concomitante � gera��o de emprego e distribui��o de renda. "Tem que fazer com que o cr�dito chegue na m�o das pessoas para que as pessoas possam consumir", pontua, dizendo que s� assim a "roda gigante da economia come�a a girar de forma saud�vel".
Para ele, � preciso dinamizar a economia ao conceder cr�ditos para diferentes setores da sociedade, desde empres�rios, empreendedores at� produtores rurais.
"Quando a gente faz com que o dinheiro chegue, um pouquinho que seja, no bolso do povo, o pobre deixa de ser problema e passa a ser solu��o", destacou. Ao defender o papel do Estado na reestrutura��o econ�mica, Lula diz que se o governo "estiver cumprindo suas fun��es sociais, o Estado vai estar fazendo investimento na melhoria da qualidade de vida das pessoas".
Elei��es 2022
A vis�o do ex-presidente � que o Brasil em 2023 estar� em piores condi��es em compara��o a quando assumiu seu primeiro governo, em 2003. A estimativa, no entanto, n�o o desestimula a competir pelas elei��es.De olho em 2022, Lula afirmou que ir� se dedicar para fazer com que o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad (PT) seja eleito o governador paulista. Segundo ele, se o PT ganhar na disputa nacional e estadual, "a� voc� vai ver que revolu��o n�s vamos fazer no Brasil".
Rela��es internacionais
Com o objetivo de construir tamb�m uma agenda de influ�ncia internacional, Lula afirmou que ir� cumprir compromissos em alguns pa�ses, como Alemanha, B�lgica, Fran�a e Espanha. Ao destacar o contraste de sua postura � de Bolsonaro, Lula enfatizou a import�ncia de erguer boas rela��es com outras na��es.O petista relembrou epis�dios em que o chefe do Executivo estremeceu as rela��es com o mundo, como quando Bolsonaro fez piada sobre a esposa do presidente franc�s, Emmanuel Macron, e quando fez ataques � China e � Argentina.
"A gente precisa defender o interesse do nosso pa�s fazendo coisas ben�ficas para o nosso pa�s, e n�o fazendo bobagem e provocando os outros", declarou. "� melhor guardar sua l�ngua, n�o falar mal de ningu�m, e voltar a fazer com que esse pa�s seja respeitado."
Lula defendeu que, diante da necessidade de construir rela��es internacionais, o pa�s tamb�m tem que emprestar dinheiro para ajudar a desenvolver outras na��es.
"Desde que esse dinheiro emprestado preste servi�o ao Brasil, gerando emprego e vendendo produto brasileiro l� fora", condicionou. Para o ex-presidente, � preciso que a extrema direita, em ascens�o no mundo, seja "vencida no discurso". "E isso � o que eu quero contribuir para o Brasil", finalizou.