A mobiliza��o dos 20 parlamentares que protocolaram, anteontem, uma a��o contra o jogador de v�lei Maur�cio Souza por LGBTfobia � a mais recente de uma s�rie de eventos que evidenciam a inser��o do tema LGBT na arena pol�tica. Resultado da chegada de mais gays, l�sbicas, bissexuais e trans aos espa�os de poder, o debate sobre LGBTfobia, antes marginalizado, ganhou espa�o na agenda pol�tica.
"A simples presen�a de pessoas LGBT em espa�os de poder gera rea��es", afirmou a vereadora Duda Salabert (PDT), eleita com o maior n�mero de votos da hist�ria para o cargo em Belo Horizonte. Mulher trans, ela comp�e o grupo que moveu a a��o contra Maur�cio Souza no Minist�rio P�blico de Minas Gerais.
No fim de setembro, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) ocupou a tribuna da CPI da Covid para denunciar ter sofrido discrimina��o por sua orienta��o sexual. Em julho, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que disputa pr�vias presidenciais no PSDB, falou abertamente sobre ser homossexual, sem temer que sua eventual campanha seja afetada por isso.
Os epis�dios s�o resultado do crescimento do n�mero de LGBTs atuando na pol�tica. Em 2020, foram mais de 90 eleitos em 17 Estados e 72 cidades, segundo mapeamento da ONG #VoteLGBT. Em 2016, 38 candidatos LGBT ou "aliados" foram eleitos, segundo a Associa��o Brasileira de Gays, L�sbicas, Bissexuais, Travestis e Intersexos (ABGLT).
ESPA�O.
Para a cientista social Alciana Paulino, pesquisadora do projeto +LGBT na Pol�tica, essas pessoas abrem espa�o para o contradit�rio, diversificando pontos de vista. "O processo democr�tico � completamente dependente da diversidade para se fazer concreto. O palco pol�tico � uma disputa constante, e a popula��o LGBT precisa estar representada nesse tablado."
A a��o contra o atleta, segundo ela, � um exemplo dessa disputa. Mais que reivindica��o por direitos, serve de contraponto ao posicionamento de outros parlamentares, como os filhos do presidente Jair Bolsonaro, que se mobilizaram nas redes para prestar apoio a Maur�cio Souza.
Para Duda Salabert, o embate, natural da democracia, s� � poss�vel porque os dois lados est�o presentes no debate. "� recente a nossa presen�a na pol�tica formal, mas � poss�vel dizer que j� produz mudan�as nas estruturas de poder acostumadas ao padr�o heteronormativo."
CPI.
Em S�o Paulo, a luta contra a LGBTfobia ganhou for�a na C�mara Municipal pelas m�os da vereadora Erika Hilton (PSOL), que preside a primeira CPI criada para investigar viol�ncia contra pessoas trans e travestis no Brasil, instalada em setembro. Erika, que � mulher trans, avaliou que o conflito em temas ligados � sexualidade se d� pela chegada "sem arm�rios" de pessoas como ela aos espa�os de tomada de decis�o. "O significado disso � a defesa intransigente de nossas pautas, sem medo e sem media��es."
"� necess�rio que a gente fale nesse assunto sistematicamente para que possamos acabar com essa conduta que viola um dos fundamentos da Rep�blica Federativa do Brasil", afirmou Contarato. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
POL�TICA