
Presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia, Andr�ia tem sido alvo de ataques ap�s ter dito que o colegiado vai apurar as circunst�ncias da a��o policial deflagrada em Varginha, no Sul de Minas. A opera��o resultou na morte de 26 pessoas.
Nas redes sociais, pessoas passaram a amea�ar a deputada de forma acintosa - e at� criminosa -, com xingamentos de baixo cal�o. Ela chegou a ser comparada � Marielle Franco, tamb�m do PSOL. Vereadora do Rio de Janeiro, ela foi executada em 2018. "Voc� vai ver o que lhe espera. Vamos te matar. Seu fim ser� igual ao de Marielle. Pra tu ficar de exemplo", afirmou um dos cidad�os.
"Estou me preparando para garantir a minha seguran�a f�sica e a seguran�a de minha fam�lia. Toda amea�a tem, sim, um fundo de verdade", disse Andr�ia, hoje.
Ela levou todas as mensagens � Delegacia de Crimes Cibern�ticos da Pol�cia Civil. Trinta e cinco perfis enviaram conte�dos considerados amea�adores.
Na Assembleia Legislativa desde 2019, Andr�ia foi vice-presidente do comit� de Direitos Humanos at� assumir, neste ano, a lideran�a do grupo. Para ela, os ataques comp�em tentativa de impedir as atividades da comiss�o.
"Meu corpo continua � disposi��o para a luta e para a defesa incondicional da vida. Como a gente tem defendido, aqui, a vida de v�rios policiais. Tamb�m recebemos den�ncias sobre a viola��o de direitos desses trabalhadores", explicou.
Eleita com 17.689 votos, Andr�ia, de longa trajet�ria na advocacia popular, lembrou do papel exercido pelos deputados que cumprem fun��es na Comiss�o de Direitos Humanos.
"� anormal questionar uma mulher negra, presidente da Comiss�o de Direitos Humanos, cumprir o que � protocolar, que esta Casa sempre fez. Na hist�ria da Comiss�o de Direitos Humanos, � protocolar acompanhar todo procedimento para garantir lisura e dignidade em todas as atividades do Estado".
Pelo 'direito ao luto' e pelo 'direito � vida'
Andr�ia de Jesus tem mantido contato com m�es de alguns dos suspeitos mortos na a��o policial em Varginha. Segundo ela, h� pedidos por ajuda para o traslado dos corpos.
"S�o dezenas de mensagens de m�es pedindo ajuda para enterrar os filhos", contou.
A deputada refutou narrativas que atribuem aos defensores dos direitos humanos a pecha de 'defensores de bandidos'.
"Todos t�m direito � vida. Toda vida importa. N�o queremos ver policiais mortos. N�o queremos, tamb�m, ver nenhum suspeito, respondendo a processo, tendo a vida ceifada antes do devido processo legal", clamou.
