
O ex-juiz tenta a rregimentar apoio nas bases "lavajatistas", incluindo grupos que lideraram as manifesta��es pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL).
Com a sa�da do apresentador Luciano Huck da disputa presidencial, o ex-ministro quer explorar a condi��o de poss�vel "outsider" da elei��o. Moro tenta construir pontes com economistas e teve conversas com quadros que eram pr�ximos ao apresentador da TV Globo, como Arm�nio Fraga. O objetivo � expandir sua narrativa para al�m do combate � corrup��o e fazer uma sinaliza��o ao mercado. Outro nome que est� no radar de Moro � o de Persio Arida.
IDENTIFICA��O
"Neste processo, uma das coisas que eu defendo � que n�o tem que ter nenhum veto a nenhum pr�-candidato, a nenhuma for�a pol�tica que queira trabalhar pela unidade. Se ele procurar, claro, vamos dialogar", disse o presidente do Cidadania, Roberto Freire. Na semana passada, Moro esteve com o presidenci�vel do partido, o senador Alessandro Vieira (SE).
Freire era um dos interlocutores pr�ximos de Huck. Assim como Moro, Vieira � identificado com a pauta do combate � corrup��o, o que facilitaria uma eventual composi��o. Mas, apesar da disposi��o ao di�logo, Freire faz pondera��es sobre a candidatura de Moro. "A agenda dele tem um certo peso na sociedade, a quest�o da luta contra a corrup��o. Mas n�o � suficiente para representar (o Pa�s). Os problemas brasileiros s�o muito maiores do que isso, embora isso (a corrup��o) seja um problema. Ele � um grande eleitor, mas n�o sei se ser� um grande candidato."
No caso do MBL, a disposi��o � expl�cita. "Precisamos de um nome vi�vel para unir a terceira via. O nome do Moro vai al�m do lavajatismo. Ele tem preocupa��es sociais e com a estabilidade econ�mica. Estar com Moro � uma possibilidade. Podemos convergir no ano que vem", disse a porta-voz do MBL, Ad�lia Oliveira.
Deputados e lideran�as do MBL estar�o no ato de filia��o do ex-ministro ao Podemos, amanh�, em Bras�lia e, em contrapartida, Moro confirmou presen�a no Congresso Nacional do movimento, no dia 20.
OUTROS TEMAS
Para o evento de filia��o, Moro redigiu um discurso que deve apenas passar por pontuais ajustes da equipe de marketing do Podemos. O Estad�o apurou que o texto n�o bate apenas na tecla do combate � corrup��o, mas deve tratar de economia, educa��o e sa�de. O ex-ministro tem dito a integrantes do partido e de sua equipe de campanha que deve privilegiar o debate sobre justi�a social.
Segundo aliados, Moro est� 100% focado neste momento em fazer pol�tica, mas tem operado com uma agenda pr�pria e de forma discreta. O ex-ministro, de acordo com correligion�rios, sabe que precisa ampliar o leque partid�rio de apoio para al�m do Podemos, uma legenda com recursos limitados do Fundo Partid�rio e do fundo eleitoral e pouco tempo de exposi��o no hor�rio eleitoral de TV e r�dio.
Futura legenda a ser criada a partir da fus�o entre o DEM e o PSL, o Uni�o Brasil, que deve ter seu registro formal em janeiro, foi procurado por Moro. O principal interlocutor do ex-ministro na legenda em forma��o � o deputado Junior Bozzella (SP), vice-presidente nacional do PSL e presidente do partido em S�o Paulo. O parlamentar chegou a organizar um grupo de parlamentares pr�-Moro dentro da agremia��o e, nos �ltimos 45 dias, tem conversado quase diariamente com o ex-ministro.
"O Uni�o Brasil nasce com o objetivo de construir a terceira via. Moro nutre as melhores condi��es para quebrar a polariza��o", disse Bozzella. H�, por�m, fortes resist�ncias dentro do novo partido.
Procurado, Moro n�o quis se pronunciar.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.