Liderado pelo ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, o plano para a economia do agora assumidamente presidenci�vel S�rgio Moro (Podemos) ter� foco no combate � pobreza, crescimento com distribui��o de renda e responsabilidade fiscal. Moro postou nesta quarta, 17, nas redes sociais a foto do livro Erros do Passado, Solu��es para o Futuro, de autoria do ex-presidente do BC, de 83 anos, como um recado da escolha de seu conselheiro econ�mico. O grupo que Pastore reuniu v� o ex-juiz e ex-ministro da Justi�a do presidente Jair Bolsonaro como a "terceira via" nas elei��es de 2022 e j� come�a a desenhar o plano econ�mico.
Ao Estad�o, Pastore detalha o que pensa para o Brasil em 2023. Mas diz que n�o tem pretens�o nenhuma de ser o 'Posto Ipiranga' de Moro como o ministro Paulo Guedes � de Bolsonaro.
Por que o sr. topou ajudar Moro na candidatura � Presid�ncia em 2022?
Moro, tanto quanto Eduardo Leite, (Jo�o) Doria, (Luiz Henrique) Mandetta e outros, est� tentando construir uma terceira via que n�o � nem o PT e nem Bolsonaro. A ideia � ter um mapa sobre que tipo de contribui��o se pode dar numa discuss�o na qual cada um desses pode ser o candidato. Moro julga que haja discuss�es muito bem feitas sobre o tipo de Pa�s que precisaria mudar do ponto de vista de retomada do crescimento econ�mico e distribui��o de renda. � natural que procure economista. Eu o conhe�o h� muito tempo, desde quando Cristina (a economista Maria Cristina Pinotti), minha esposa, escreveu o livro sobre Lava Jato e M�os Limpas. O que ele quer de mim � uma contribui��o do campo econ�mico para ver se essa terceira via se torna vi�vel.
Por que o sr. avalia que Moro seria o candidato ideal?
Quando ele resolveu entrar para a pol�tica, come�ou a fazer contato comigo. Tivemos uma s�rie de reuni�es iniciais. Meu relacionamento com Moro � saber se ele concorda como meu ponto de vista e seu concordo com a vis�o que ele tem de como conduzir o Brasil. Esse � um projeto que me agrada. Houve absoluta concord�ncia de como transformar o Brasil. Evidentemente, n�o se consegue fazer isso tudo sozinho. Outras pessoas v�o colaborar. O importante n�o s�o as pessoas, mas os temas.
Quais s�o os temas principais?
Ser� preciso um arcabou�o macroecon�mico para refazer a responsabilidade fiscal do Pa�s. S�o necess�rias condi��es para que se possa criar um programa que retome o desenvolvimento econ�mico e melhore a distribui��o de renda dentro do Pa�s. Na promo��o do desenvolvimento econ�mico h� um conjunto de coisas que � preciso fazer. Precisamos de reformas tribut�rias de bens e servi�os e do Imposto de Renda, criar as condi��es para abrir a economia brasileira ao setor externo. � importante que se d� uma correta dimens�o de qual � o tamanho do Estado na economia. Eu quero gastar um tempo discutindo isso.
O sr. n�o pode virar o Posto Ipiranga de Moro?
Eu n�o tenho nenhuma pretens�o de ser Posto Ipiranga de ningu�m. O que eu tenho feito com o ministro Moro � expor minhas ideias e ouvir os contrapontos. Desculpa, eu n�o vou falar em nome dele. Ele vai falar em nome dele. Eu n�o tenho nenhum engajamento de dar repostas por ele. O que me anima � que ele est� disposto a me ouvir. Eu vou dizer o seguinte: ele tem uma no��o muito clara dos problemas econ�micos e � capaz de colocar perguntas inteligentes que encaminhem a discuss�o para respostas que fa�am sentido. � uma coisa muito diferente de uma rela��o de economista com algu�m que n�o entende nada e n�o quer entrar na discuss�o.
O combate � pobreza ser� uma quest�o central?
N�s est�vamos come�ando a melhorar esse problema e fizemos o Bolsa Fam�lia, que ataca um peda�o da pobreza e condiciona a transfer�ncia de renda para que a crian�a v� para escola. Mas o Pa�s voltou para tr�s nesse campo. A pandemia provocou um efeito muito grande deixando uma quantidade de pessoas desassistidas.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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