Fazer o Brasil crescer mais e combater a pobreza s�o dois temas no topo das preocupa��es dos conselheiros econ�micos dos presidenci�veis. O Estad�o ouviu os economistas que auxiliam os pr�-candidatos �s elei��es em 2022 com o presidente Jair Bolsonaro: Ciro Gomes, S�rgio Moro, Luiz In�cio Lula da Silva, al�m dos pr�-candidatos do PSDB, Jo�o Doria e Eduardo Leite, que disputam hoje as pr�vias do partido.
Veja uma compila��o do que est� na mente desses "gurus" econ�micos:
BOLSONARO. Na cadeira da Presid�ncia, Bolsonaro tem a caneta na m�o para lan�ar "bondades" na tentativa de melhorar sua popularidade. A aprova��o da PEC dos precat�rios � essencial para esse plano, e o seu "Posto Ipiranga", o ministro da Economia, Paulo Guedes, n�o tem lhe dito n�o. Nem mesmo para a quebra do teto de gastos, regra que atrela as despesas � infla��o.
Pelo contr�rio: Guedes j� declarou que agora que "vem a elei��o, vai para o ataque". Apoiou, por exemplo, a decis�o do presidente de subir o Aux�lio Brasil (substituto do Bolsa Fam�lia) de R$ 300 para R$ 400. Mesmo assim, Guedes continua alvo da fritura. Na fila para o seu lugar est� o presidente da Caixa, Pedro Guimar�es, outro conselheiro do presidente, que vai viajar com ele durante a campanha.
CIRO. Ex-secret�rio de Fazenda do Cear�, o deputado Mauro Benevides segue como um dos principais conselheiros de Ciro. Os dois estiveram juntos em 2018, quando um dos motes da campanha foi "Ciro vai tirar seu nome do SPC".
Segundo Benevides, o foco continua o mesmo: trazer de volta o crescimento com a amplia��o da capacidade de consumo das fam�lias e dos investimentos p�blicos. Sem essas medidas, diz, o Brasil continuar� estagnado. "O investimento p�blico est� no ch�o. Eram R$ 100 bilh�es em 2010 e est�o agora em R$ 20 bilh�es", afirma o pedetista, que defende a retirada dos investimentos do teto de gastos.
Benevides diz que a estrat�gia para 2022 n�o mudou porque nada do que foi proposto avan�ou, incluindo o corte de 15% das desonera��es tribut�rias e a volta da cobran�a do Imposto de Renda dos dividendos. Com essas medidas, diz ele, � poss�vel conseguir "f�cil" R$ 96 bilh�es por ano para melhorar as contas p�blicas.
LULA. L�der nas pesquisas, Lula n�o tem conselheiro econ�mico, apesar de economistas ligados ao PT - como Guilherme Mello, da Unicamp, e o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa - estarem apresentando propostas. "Ele � o porta-voz dele mesmo", diz a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR). Segundo ela, Lula tem o que mostrar, com uma "gest�o or�ament�ria respons�vel" nos oito anos em que foi presidente (2003-2010).
Na semana passada, em viagem internacional, Lula se encontrou com l�deres pol�ticos, entre eles o presidente da Fran�a, Emmanuel Macron. Refor�ou pontos da sua gest�o em contraste com o governo Bolsonaro, o que deve ser a t�nica da sua campanha: controle da infla��o, eleva��o do sal�rio m�nimo e a cria��o do Bolsa Fam�lia, agora substitu�do pelo Aux�lio Brasil.
MORO. Ex-presidente do BC, Affonso Celso Pastore surpreendeu quando aceitou se juntar a S�rgio Moro para desenhar o programa econ�mico. Outros economistas ajudam a elaborar o programa - nomes que ainda s�o mantidos em sigilo.
Na vis�o de Pastore, um ponto importante da agenda � dar a correta dimens�o sobre qual deve ser o tamanho do Estado na economia. "Privatiza��es s�o importantes, mas h� aqui um conflito entre o Estado m�nimo, liberal no qual se privatiza todas as empresas, e o Estado que � eficiente e privatiza aquilo que for privatiz�vel para fazer a��es como reduzir o n�vel de pobreza", afirma.
PSDB. Como secret�rio de Fazenda de S�o Paulo, Meirelles � hoje o economista mais pr�ximo do governador Jo�o Doria, que disputa hoje com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, as pr�vias da candidatura tucana.
Para Meirelles, o que deve marcar o debate eleitoral em 2022 � o cen�rio econ�mico muito dif�cil, com infla��o elevada, juro alto, crescimento baixo e falta de emprego. Ele diz que Doria tem o que mostrar: crescimento maior do que o restante do Pa�s, responsabilidade fiscal, reformas econ�micas que abriram espa�o de R$ 50 bilh�es para investimentos e concess�es.
Ex-secret�rio de Fazenda do Rio Grande do Sul, Aod Cunha � o homem forte da economia na campanha de Leite. O programa do governador ga�cho ter� uma grande preocupa��o com o tema da desigualdade social e foco de erradica��o da pobreza infantil, um contingente de 17 milh�es de crian�as at� 14 anos. "Achamos que o n�vel de desigualdade, n�o s� de renda, mas de uma maneira geral � muito disfuncional, inclusive para o crescimento", diz Cunha.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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