
Ap�s dois meses de campanha oficial, os concorrentes tucanos - incluindo Arthur Virg�lio (AM), ex-senador e ex-prefeito de Manaus - ainda s�o vistos com ceticismo pelos partidos e lideran�as que buscam alternativas eleitorais � polariza��o entre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), l�der das pesquisas de inten��o de voto, e o atual presidente Jair Bolsonaro. Tanto Doria quanto Leite afirmam que est�o abertos a uma alian�a que n�o tenha necessariamente o candidato tucano como cabe�a de chapa, mas o primeiro passo concreto nesse sentido vai ocorrer nos dias seguintes � divulga��o do resultado. O vencedor das pr�vias deve fazer gestos no sentido de uni�o das for�as de centro.
Se o governador paulista for o vitorioso, a expectativa � que ele e o ex-ministro S�rgio Moro estreitem a rela��o ap�s as pr�vias do PSDB e sejam vistos juntos em iniciativas de unidade da terceira via, que hoje soma mais de dez nomes.
O primeiro movimento para afunilar esse campo seria unir os dois "players" apontados como mais fortes, que seriam Moro e o escolhido tucano. Alguns integrantes do PSDB sonham com um palanque presidencial com Doria e o ex-juiz, mas ambos n�o pretendem falar disso t�o cedo. Ontem, Doria defendeu conversas com outros pr�-candidatos da terceira via e citou, al�m de Moro, os nomes do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e da senador Simone Tebet (MDB). "Terceira via, se n�o for fragmentada, ser� a melhor via", disse.
Ironizando Doria, que falou em procurar os presidenci�veis, Leite buscou se apresentar como melhor op��o para construir uma alian�a. "N�o preciso buscar; sempre tive di�logo com essas candidaturas e deixei claro que n�o se trata de projeto pessoal", afirmou, voltando a sinalizar que pode abrir m�o da cabe�a de chapa.
UNIDADE. Outro desafio imposto est� na unidade do pr�prio PSDB. Publicamente, os governadores de S�o Paulo e do Rio Grande do Sul j� se comprometeram a apoiar o vencedor em caso de derrota. O acirramento das prim�rias internas atingiu um n�vel mais elevado do que o imaginado. Segundo avalia��o de parte do tucanato, o presidenci�vel escolhido ter� uma miss�o delicada pela frente: promover uma concilia��o com ala bolsonarista da bancada federal, cerca de 15 dos 34 deputados, ou o expurgo desse grupo.
Processo in�dito, as pr�vias devem movimentar mais de 44 mil filiados. Apesar de o n�mero representar s� 3% do total de tucanos no Pa�s, a decis�o de reuni-los nas pr�vias pode ajudar a sigla a recuperar parte de seu protagonismo. Esse movimento vai depender da capacidade do vencedor em construir novas pontes em Estados onde o eleitorado j� foi majoritariamente tucano - como Acre, Rond�nia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul -, mas aderiu a Jair Bolsonaro em 2018. "Essa parte da bancada vai permanecer ou aderir ao bolsonarismo? A din�mica das pr�vias tem potencial de unifica��o, mas isso vai depender da habilidade do vencedor de estabelecer a unidade", avaliou o cientista pol�tico Jos� �lvaro Mois�s, da USP.
FRATURAS. "A impress�o era que as pr�vias fortaleceriam o PSDB, mas foram muitos os desgastes. O saldo foi mais negativo do que positivo", disse o deputado federal Junior Bozella (SP), dirigente do Uni�o Brasil, partido que nasce da fus�o de DEM e PSL. A nova legenda ter� uma das maiores fatias dos fundos p�blicos de financiamento de campanha e de propaganda na TV, potencial na mira dos partidos do centro expandido, como o PSDB e o Podemos, de Moro.
"A chegada de Moro baixou o �mpeto do PSDB", afirmou Bozella. Presidente do PSDB, Bruno Ara�jo discorda. Diz acreditar que as pr�vias dar�o "musculatura" ao escolhido no domingo.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.