O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta ter�a, 23, que defendeu a tributa��o de offshores durante a reforma do Imposto de Renda (IR) patrocinada pelo governo, mas que a sua proposta foi paralisada por um lobby de "banqueiros ricos e poderosos" junto ao Senado Federal. "A proposta que tem a minha assinatura, que foi a primeira proposta, tem a tributa��o das offshores", disse Guedes.
Segundo o ministro, a retirada da tributa��o das offshores do projeto mostra influ�ncia do mercado financeiro sobre o Senado, ap�s uma atua��o em bloco junto com parlamentares da oposi��o para aprovar o texto na C�mara. "Aparentemente, banqueiros ricos e poderosos conseguiram esterilizar o trabalho na outra Casa o Senado", disse.
Guedes disse que o relator da reforma na C�mara, deputado Celso Sabino (PSL-PA), havia afirmado que o texto s� avan�aria sem a tributa��o de offshores.
Deputado n�o � inst�ncia pertinente
Durante a audi�ncia, Guedes se negou a fornecer os extratos de opera��es da sua empresa offshore �s comiss�es de Trabalho, Administra��o e Servi�o P�blico e de Fiscaliza��o Financeira e Controle da C�mara dos Deputados. O ministro argumentou que os parlamentares n�o s�o inst�ncias pertinentes para tratar de seus investimentos.
"Os n�meros est�o todos dispon�veis para as inst�ncias pertinentes, agora, os senhores t�m de ver que existe uma coisa que se chama privacidade", argumentou Guedes. "Eu abri tudo para a inst�ncia pertinente, mas eu n�o posso chegar agora e falar aqui: 'Brasil, veja tudo que eu tenho'", completou.
Guedes voltou a dizer que n�o fez nenhuma remessa � sua offshore desde 2014 e que todos os ativos operados pela empresa n�o t�m a ver com o Brasil. Segundo o ministro, qualquer opera��o com ativos brasileiros, como a��es da Petrobras, seria captada pela Receita Federal.
O ministro presta explica��es hoje sobre seus investimentos no exterior �s duas comiss�es da C�mara. Em outubro, a revista Piau� e o site Poder360 revelaram a exist�ncia de empresas offshore em nome de Guedes e de Campos Neto. As informa��es fazem parte da investiga��o dos Pandora Papers, coordenada pelo Cons�rcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).
POL�TICA