O procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, se manifestou nesta ter�a-feira, 30, ao Supremo Tribunal Federal, pelo arquivamento da not�cia-crime que solicitava a investiga��o do banqueiro Andr� Esteves e o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto por suposto crime de insider trading.
O pedido de apura��o, feito pela Associa��o Brasileira de Imprensa, est� relacionado a �udio em que o dono do BTG afirmou que Campos Neto teria lhe consultado, por telefone, sobre o limite para redu��o da taxa de juros, a Selic.
Na avalia��o de Aras, 'n�o h� ind�cios m�nimos' de que Esteves e Campos Netos 'se utilizaram de informa��es relevantes, ainda n�o amplamente conhecidas, para fins de auferimento de lucro ou outra vantagem mediante sua operacionaliza��o junto ao mercado de capitais'.
"N�o existe nenhum elemento indicativo de que o suposto di�logo informal, j� desmentido pelos noticiantes, tivesse potencial de ofender a integridade, a efici�ncia e o regular funcionamento do mercado de valores mobili�rios", escreveu ainda o PGR em parecer datado desta ter�a-feira, 30.
O documento foi enviado � ministra Rosa Weber, relatora do caso no Supremo. No �ltimo dia 11 a vice-presidente da corte m�xima enviou a not�cia-crime � PGR - procedimento de praxe para que o Minist�rio P�blico Federal, titular da a��o penal, se manifeste sobre o caso.
Em seu parecer, Aras reproduziu as alega��es apresentadas por Esteves e Campos Neto nos autos da peti��o que tramita no STF. O banqueiro alegou clandestinidade da grava��o e sustentou que n�o houve conversa informal com o presidente do Banco Central, mas 'reuni�o por videoconfer�ncia entre membros da diretoria do Bacen e representantes de institui��es financeiras'. J� Campos Neto, levantou d�vidas sobre a integridade e autenticidade da grava��o e negou a exist�ncia suposta consulta informal imputada a ele.
Na grava��o que est� no centro do pedido de investiga��es, Esteves afirmou: "E eu me lembro que os juros estavam assim em uns 3,5% e o Roberto me ligou para perguntar: 'P�, Andr�, o que voc� est� achando disso, onde voc� acha que est� o lower bound? (menor taxa b�sica de juros poss�vel)'. Eu falei assim: 'olha, Roberto, eu n�o sei onde que est�, mas eu estou vendo pelo retrovisor, porque a gente j� passou por ele. Acho que, em algum momento, a gente se achou ingl�s demais e levamos esse juros para 2%, o que eu acho que � um pouquinho fora de apre�o. Acho que a gente n�o comporta ainda esse juros'.
POL�TICA