Guedes: n�o � errado que quem esteja no poder tenha mais poder sobre os recursos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta ter�a-feira, 30, n�o ser "errado" que quem esteja no Poder tenha "mais poder" sobre os recursos em rela��o ao lado que perdeu, em refer�ncia aos mecanismos de distribui��o de recursos pelas emendas de relator por meio do or�amento secreto, revelado pelo Estad�o. Guedes classificou de "pat�tico" que exista um or�amento de R$ 1,8 trilh�o, mas com 96% dele carimbado, o que gera uma briga pelo restante. "Emendas s�o R$15 bilh�es, R$ 16 bilh�es, com uma briga danada", disse Guedes.

"N�o � errado em lugar nenhum do mundo que quem est� no poder tenha mais comandos sobre recursos, isso � normal, � para isso que voc� ganha a elei��o. Ganha a elei��o, voc� ganhou, � natural que v� mais recursos para um lado do que para outro, a� quando outro lado ganha, ele comanda, por isso me parece dram�tica a discuss�o", continuou.

O ministro foi questionado sobre o assunto em participa��o no 93� Encontro Nacional da Ind�stria da Constru��o (ENIC). Ele afirmou que precisava ter "muita prud�ncia" para entrar nesta mat�ria e disse n�o conhecer os "detalhes" ao dizer que o esquema de distribui��o dos recursos pareceria "ser uma ferramenta que aparentemente � transparente". "Dizem que d� pra ver as emendas, eu n�o sei, n�o conhe�o o detalhe", afirmou Guedes.

A falta de transpar�ncia no mecanismo, no entanto, � um dos grandes problemas do or�amento secreto, o que foi reconhecido em decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ao Executivo e ao Legislativo dar ampla publicidade sobre a distribui��o das verbas secretas.

Apesar de dizer que "aparentemente" o sistema seria transparente, Guedes comentou a decis�o da Corte e disse que "pedir transpar�ncia � bom para todo mundo". "Dentro de or�amento de R$ 1,8 trilh�o, falar que R$ 15 bilh�es est�o invis�veis, me parece que est� faltando do ponto de vista do pr�prio Legislativo desenhar uma regra que fique claro para todo mundo o que �", disse Guedes.

O ministro ainda afirmou que o mecanismo n�o foi criado pelo atual presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL). Ele citou que o deputado Rodrigo Maia (sem partido-RJ), � �poca na presid�ncia da Casa, pediu R$ 30 bilh�es para as emendas de relator. "N�o houve essa convuls�o toda. Por qu�? possivelmente naquela altura o presidente da C�mara garantiu aqueles recursos para ficar independente do governo, fazer a pol�tica mesmo sendo oposi��o ao governo, ningu�m reclamou. Agora que � metade daquele dinheiro, mas para apoiar o governo, fazer as reformas, a� todo mundo descobriu que 'o or�amento � secreto, que aquilo est� errado'", disse, lembrando dos vetos da Economia a ferramenta.