A sabatina do ex-advogado-geral da Uni�o Andr� Mendon�a para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) virou uma prova de fogo para o Pal�cio do Planalto. Ocorrendo nesta quarta-feira na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) do Senado, o teste de Mendon�a - que tamb�m passar� pelo crivo do plen�rio da Casa - tem desfecho imprevis�vel. Quatro bancadas no Senado (MDB, PSD, Podemos e PSDB) v�o liberar os parlamentares para que votem como quiser.
Indicado em julho pelo presidente Jair Bolsonaro como o nome "terrivelmente evang�lico" para ocupar uma cadeira no Supremo, Mendon�a precisa de pelo menos 41 do total de 81 votos para ter o nome aprovado pelo plen�rio do Senado. A vota��o � secreta. O placar atualizado do Estad�o sobre a segunda indica��o de Bolsonaro para o Supremo - o primeiro foi Kassio Nunes Marques, aprovado em outubro do ano passado - mostra que o ex-advogado-geral da Uni�o, antes ministro da Justi�a, chega ao dia de sua sabatina com 29 apoios declarados. Em agosto, eram 25 e em julho, 26.
Quando o recorte � feito apenas com os senadores que comp�em a CCJ, respons�vel pela sabatina e primeira vota��o, o total de apoios cai a 13. Para passar pelo crivo do grupo, Mendon�a precisa de um voto a mais, j� que s�o 27 os parlamentares que formam a comiss�o.
Sob press�o do governo e do Judici�rio - o STF est� com um ministro a menos desde julho, quando Marco Aur�lio Mello se aposentou -, o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), cedeu e agendou a sabatina, que d� in�cio ao rito. Alcolumbre agia para emplacar na Corte outro nome: o do procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras.
Mesmo que a indica��o de Mendon�a seja rejeitada pela comiss�o, ela segue para o plen�rio, que d� a palavra final. Conforme o placar Estad�o, 46 dos 81 senadores n�o quiseram dizer como pretendem votar.
PEREGRINA��O
Pastor da Igreja Presbiteriana Esperan�a, de Bras�lia, Mendon�a intensificou ontem a campanha em busca de apoio. Evang�licos de v�rias denomina��es percorreram todos os gabinetes em busca de votos para ele. Era o Dia do Evang�lico. � noite, eles se reuniram com Bolsonaro, no Pal�cio da Alvorada, e fizeram uma ora��o.
Na cerim�nia de filia��o ao PL, ontem, Bolsonaro defendeu a aprova��o do nome de Mendon�a e disse que "alguns extrapolam" na Pra�a dos Tr�s Poderes (mais informa��es na p�g. A12). Era uma refer�ncia indireta ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator de inqu�ritos como o das fake news, que t�m Bolsonaro e seus aliados como alvo. "Mas essa pessoa vai ser enquadrada, vai se enquadrando, vai vendo que a maioria somos n�s", argumentou. "N�s aqui, que temos votos, � que devemos conduzir o destino da nossa na��o".
Desde que assumiu o governo, em 2019, a rela��o do presidente com a Corte foi marcada pelo confronto. Por causa da demora na sabatina do nome indicado por Bolsonaro, o STF est� hoje desfalcado: embora tenha 11 ministros, desde julho funciona com dez.
Os l�deres das tr�s maiores bancadas do Senado - Eduardo Braga (MDB-AM), Nelsinho Trad (PSD-MS) e Alvaro Dias (Podemos-PR), que re�nem 37 parlamentares - liberaram o posicionamento dos senadores. L�der de um grupo com seis parlamentares, Izalci Lucas (PSDB-DF) foi outro que decidiu liberar o voto. "Depois da sabatina, cada um vota com sua consci�ncia", afirmou.
CENTR�O
Dos partidos que d�o sustenta��o ao governo Bolsonaro, o n�cleo duro do Centr�o - composto por PL, Republicanos e Progressistas - deve dar a maioria dos votos a favor da indica��o. As tr�s legendas do Centr�o somam 13 senadores.
Vice-l�der do Progressistas, o senador Luiz Carlos Heinze (RS) disse que o partido vai auxiliar para que a indica��o de Mendon�a seja confirmada. "Vamos fazer um empenho para poder fechar essa vota��o. O pr�prio Ciro tem se empenhado nesse assunto pela Casa Civil", afirmou, numa refer�ncia ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. A l�der da bancada do Progressistas, Daniella Ribeiro (PB), informou a Mendon�a, no entanto, que n�o haver� orienta��o de voto.
A relatora da indica��o de Mendon�a para a vaga no Supremo � a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), evang�lica. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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