A aprova��o de Andr� Mendon�a para ocupar uma cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) escancarou a disputa entre partidos aliados do governo, que querem emplacar outro nome "terrivelmente evang�lico" na Pra�a dos Tr�s Poderes. Agora, por�m, a reivindica��o � para ter a vaga de vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro � reelei��o, em 2022.
A ala do Centr�o que tem reclamado de desprest�gio � a do Republicanos, partido ligado � Igreja Universal do Reino de Deus. A exig�ncia para apoiar Bolsonaro na campanha inclui mais influ�ncia no primeiro escal�o e na montagem dos palanques estaduais.
H� queixas de que a legenda vem sofrendo uma esp�cie de ataque especulativo por parte de parceiros do Centr�o. A insatisfa��o aumentou durante as negocia��es para a entrada de Bolsonaro no PL. N�o por causa da filia��o em si, mas porque o presidente tamb�m articulou a migra��o de ministros e deputados para o partido controlado por Valdemar Costa Neto. Al�m disso, alinhavou um "acordo" para abrigar como vice da chapa um pol�tico do Progressistas de Arthur Lira, presidente da C�mara.
Em conversas reservadas, integrantes do Republicanos dizem que, para n�o ser derrotado na disputa de 2022, Bolsonaro precisa agora selar um novo pacto, mas com a c�pula das igrejas e dos templos, e n�o com o Progressistas de Lira.
SALTO
O Planalto fez esse diagn�stico ao indicar Andr� Mendon�a, que definiu sua chegada ao Supremo como "um salto para os evang�licos", p�blico que representa 31% do eleitorado no Pa�s. Mas, para muitos aliados, isso n�o basta. Diante da rota de colis�o entre Bolsonaro e o general Hamilton Mour�o, atual vice-presidente, l�deres religiosos v�o insistir na dobradinha com um evang�lico para 2022, sob pena de lavar as m�os na campanha.
Na guerra santa em que se transformaram os �ltimos epis�dios desta temporada, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz da Lava Jato S�rgio Moro (Podemos), principais advers�rios de Bolsonaro at� agora, tamb�m lan�am "iscas" conservadoras na dire��o dos templos.
Lula est� bem mais adiantado na ofensiva, mesmo porque j� fez alian�as com l�deres religiosos de v�rias denomina��es, at� mesmo com o pastor Silas Malafaia, que desde 2018 est� com Bolsonaro. Moro, por sua vez, conta com a ajuda do ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, nessa aproxima��o. Deltan � da Igreja Batista e vai se filiar ao Podemos com a inten��o de concorrer a deputado federal.
O ministro da Cidadania, Jo�o Roma, amenizou o confronto entre os partidos da base de sustenta��o de Bolsonaro. "Essa ciumeira � normal, mas tudo vai se harmonizar", disse Roma, que � filiado ao Republicanos e deve deixar o cargo no fim de mar�o para disputar o governo da Bahia. "Tem muita coisa para avan�ar nessas conversas."
As queixas de pol�ticos ligados � Igreja Universal incomodam aliados. "O Republicanos foi o primeiro partido a ter minist�rio no governo Bolsonaro. � natural, agora, que o vice seja de um partido com tempo de TV e estrutura, como o PP (Progresistas)", afirmou o deputado S�stenes Cavalcante (DEM-RJ), que � da bancada evang�lica e atuou na ca�a aos votos para Mendon�a. O ministro das Comunica��es, F�bio Faria, tem as credenciais citadas por S�stenes - est� prestes a migrar para o Progressistas, � evang�lico e tamb�m do Nordeste, regi�o onde o presidente enfrenta dificuldades. Bolsonaro, por�m, disse que a escolha do vice "ainda vai demorar". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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POL�TICA
Evang�licos querem vaga de vice de Bolsonaro
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