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Estado de Minas SUCESS�O PRESIDENCIAL

Fator Moro nas elei��es: o que muda no cen�rio?

O que esperar no segundo turno com Bolsonaro e o ex-ministro? Para especialistas, candidatura de Moro pode tirar a previsibilidade do tabuleiro pol�tico


06/12/2021 04:00 - atualizado 05/12/2021 22:38

Moro
Pr�-candidato do Podemos, Moro ter� que enfrentar o desafio de superar a pulveriza��o para ocupar a posi��o de terceira via (foto: Eduardo Ramirez/AFP - 2/12/21)

Bras�lia – Desde o an�ncio da pr�-candidatura do ex-ministro da Justi�a S�rgio Moro (Podemos) ao Pal�cio do Planalto, a t�o falada “terceira via” ganhou novas configura��es para as elei��es de 2022. Moro, que ficou longe do pa�s durante o �ltimo ano, retorna trazendo seu nome para o centro da disputa e, na opini�o de especialistas, com possibilidade de crescimento significativo nas pesquisas, caso mantenha a postura contida, sem revidar ataques.
 
Bolsonaro
Para especialistas, n�o haver� reconcilia��o entre Bolsonaro e o ex- ministro nem para combater o advers�rio comum dos dois (foto: Evaristo S�/AFP)
Para aliados, Moro � o candidato certo para aliviar as tens�es da polariza��o pol�tica entre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que prometem ser mais altas em 2022 do que em 2018. � o que aposta o colega de partido, o senador Eduardo Gir�o (CE). “� uma op��o que renova a for�a de um s�mbolo perdido de esperan�a e transforma��o, sem termos que enveredar necessariamente para mais um Fla x Flu”, cr�. “O cidad�o brasileiro n�o aguenta mais briga por pol�tica. Repugna isso. Ele quer maturidade e di�logo”, acrescenta o parlamentar.
Gir�o destaca ainda que Moro goza de muita credibilidade junto a grande parte da popula��o. “Seu trabalho exitoso, que ganhou popularidade por ser um s�mbolo positivo do pa�s, de que a justi�a seria para todos, est� muito forte e recente no imagin�rio do povo brasileiro”, afirma o senador, que menciona tamb�m um sentimento de “gratid�o” de muitos brasileiros.
Lula
Composi��es pol�ticas nos �mbitos regionais e locais e tempo na TV podem beneficiar Lula, assim como o presidente, na corrida eleitoral (foto: Julien Rosa/EM/D.A Press - 16/11/21)
 
Leandro Consentino, professor de Ci�ncia Pol�tica e Rela��es Internacionais do Insper, acredita que, caso Moro mantenha a popularidade, � poss�vel que mude o rumo das elei��es. “O desafio da terceira via � dif�cil quando h� pulveriza��o de candidatos, mas o Moro � quem tem mais condi��es de fazer isso neste momento”, avalia.
Consentino explica que a candidatura de Moro tamb�m torna delicada a situa��o do Partido dos Trabalhadores (PT), visto que enfrentar Bolsonaro no segundo turno seria o melhor cen�rio para o partido de Lula. “Dever� haver um esfor�o de igualar Moro e Bolsonaro ao longo da campanha, em uma tentativa de deslegitimar essa candidatura”, prev�.

CESSAR FOGO Para Danilo Morais dos Santos, professor da p�s-gradua��o do Ibmec-DF, uma eventual ascens�o de Moro na prefer�ncia do eleitorado pode levar “Lula e Bolsonaro a um cessar fogo entre si, tendo em vista que a maior amea�a para ambos � a chamada terceira via”. Diante disso, � poss�vel que a imagem do ex-juiz venha a sofrer alguns desgastes, em raz�o dos excessos cometidos pela Lava-Jato, que devem ser explorados pelos advers�rios durante a campanha presidencial.
 
A respeito da candidatura, outro ponto a ser considerado s�o os limites da popularidade do ex-ministro, uma vez que ter o nome em pauta nas principais capitais do pa�s, no caso de Moro, � um dos principais desafios. “� uma candidatura que vai do Oiapoque ao Chu�. N�o basta ser um nome conhecido apenas em alguns lugares. Embora Moro tenha largado com muita pot�ncia na corrida eleitoral, h� desafios pela frente para consolidar o nome dele pro ano que vem”, explica Danilo Santos. O professor destaca tamb�m que o enraizamento partid�rio poder� fazer falta para o ex-ministro, que se filiou no in�cio deste m�s ao Podemos.

ANIMOSIDADES Ap�s a conturbada sa�da de Sergio Moro do Minist�rio da Justi�a de Bolsonaro, em abril do ano passado, n�o s�o raros os ataques entre o presidenci�vel do Podemos e o chefe do Executivo. Na �ltima live realizada por Bolsonaro nas redes sociais, o presidente chamou Moro de “mentiroso deslavado” e afirmou que ele faz “papel de palha�o”.
Foi uma rea��o �s declara��es do ex-ministro de que Bolsonaro havia comemorado a sa�da de Lula da pris�o. Moro, por outro lado, usou as redes sociais para criticar as declara��es do presidente contra a vacina��o. “Volto a dizer: com mais de 615 mil mortes, a postura antivacina do presidente j� foi longe demais. Estamos falando de vidas humanas”, escreveu em um tweet no dia 1º de dezembro.
 
O ex-ministro Moro ainda declarou, em entrevista ao Correio Braziliense, que o combate � corrup��o, t�o evidenciado na campanha de Bolsonaro, n�o � uma prioridade de fato. “Bolsonaro n�o est� nem a� para o combate � corrup��o”, disse ele � jornalista Denise Rothenburg.
 
Diante das cr�ticas trocadas entre os dois poss�veis candidatos ao pleito, especialistas avaliam que, mesmo em um cen�rio em que a uni�o de Moro e Bolsonaro fosse determinante para a derrota de Lula, n�o h� chance de reconcilia��o. “N�o concebo uma alian�a entre Bolsonaro e Moro. A sa�da dele do Minist�rio foi muito traum�tica, e com o presidente jogando nesse modo sobreviv�ncia, tudo indica que ser� uma campanha muito pesada, que vai dificultar muito um apoio entre os dois”, analisa Danilo Santos.
Para o senador Gir�o, as trocas de farpas n�o ir�o colaborar com o debate edificante que deveria haver nas elei��es. “Tudo o que o brasileiro anseia � por uma campanha diferente, que deixe de lado a agressividade entre candidatos e evidencie exposi��es propositivas para o triunfo do Brasil e dos brasileiros”, argumenta.

ACORDO IMPROV�VEL Consentino tamb�m acredita ser improv�vel um acordo que sele a paz entre Moro e Bolsonaro. “Mas tampouco eu consigo vislumbrar estes dois dando a m�o pro Lula num eventual segundo turno. Eu antevejo que eles v�o liberar seus eleitores para fazerem o que quiserem e a�, muito provavelmente, os eleitores de um migram pro outro”, vislumbra. “Acho que a quest�o est� menos pautada nas lideran�as, num acordo eventual, e mais no comportamento do eleitorado”.
 
� poss�vel, ainda, que ocorra o contr�rio do cen�rio de 2018, quando muitos pol�ticos de carreira foram deixados de lado, em meio aos anseios por renova��o. O pleito de 2022 pode vir com um qu� de tradi��o e convencionalidade, como avalia Danilo Santos. “Nessa elei��o, apostaria nos pol�ticos profissionais, com tempo de TV, composi��es pol�ticas, nos �mbitos regionais e locais. Nesse sentido, Lula e Bolsonaro largam na frente em desfavor de Moro”, vislumbra. “Moro est� muito pr�ximo de um ponto de satura��o, isso cria uma expectativa grande do mercado. Ou ele vai estagnar, ou mesmo com a campanha negativa, pode haver inflex�o forte e perder esse eleitorado. � um forte candidato a repetir o fen�meno Marina Silva”, avalia.
 
A ex-ministra do Meio Ambiente, nas elei��es de 2014, era favorita nas pesquisas. Mas na reta final do primeiro turno a ent�o candidata do PSB teve encolhimento de seu eleitorado, ficando com 21% dos votos.





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