O escritor Olavo de Carvalho, considerado o 'guru' do bolsonarismo, negou � Pol�cia Federal manter rela��o com o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos Eduardo e Carlos, respectivamente deputado federal e vereador. Em depoimento prestado no bojo do inqu�rito das mil�cias digitais, o ide�logo disse que somente conversou com o chefe do Executivo em quatro ocasi�es - tr�s delas por telefone, com dura��o de cerca de dois minutos a liga��o, 'por motivo de data festiva ou congratula��es', e uma presencialmente na Embaixada do Brasil nos EUA.
Com rela��o aos filhos de Bolsonaro, Olavo disse n�o se lembrar se chegou a conhecer pessoalmente Carlos e citou Eduardo apenas como um dos alunos de curso de cinco dias ministrado em 2019 nos Estados Unidos. Essa �ltima indica��o tamb�m foi feita quanto ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. Segundo Olavo, ele n�o tinha os contatos do aliado do presidente antes de 2020.
Questionado sobre seu posicionamento pol�tico, Olavo afirmou � PF que 'nunca atuou, em elei��o, no interesse de algum candidato', tendo mostrado apenas 'simpatia' a Bolsonaro no pleito de 2018. Ele negou possuir qualquer influ�ncia sobre o governo federal, lembrando que no in�cio do mandato de Bolsonaro, foi convidado a ocupar o cargo de ministro da cultura ou da educa��o.
O ide�logo negou o convite, reconhecendo ter sugerido o nome de Ernesto Ara�jo para ser ministro das Rela��es Exteriores e de Ricardo Velez para o Minist�rio da Educa��o. No depoimento, ainda foi questionado sobre sua liga��o com outros aliados de primeira hora de Bolsonaro, como as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis.
A PF tamb�m quis saber da rela��o de Olavo de Carvalho com Steve Bannon, ex-estrategista do governo Trump. O ide�logo alegou que em 2019, Bannon teria aparecido em sua casa 'de informa inesperada, informando que queria conhec�-lo'. Em outra ocasi�o, foi convidado por Bannon a participar de um jantar em sua casa, para 'tratar de temas diversos', sustentou ainda o escritor. Al�m disso, Olavo disse que, em uma terceira ocasi�o, encontrou Bannon durante o evento de lan�amento de um filme no hotel do ex-presidente Donald Trump.
'Fuga' para o Paraguai
O depoimento de Olavo � PF ainda foi marcado por questionamento dos investigadores sobre o processo de agendamento de sua oitiva. O ide�logo foi ouvido por videoconfer�ncia por estar nos Estados Unidos. Ele retornou ao pa�s em novembro, ap�s passar tr�s meses internado em S�o Paulo.
O ide�logo negou ter sa�do do Brasil para evitar prestar depoimento presencialmente, dizendo que s� soube da intima��o da PF durante o trajeto de S�o Paulo para Assun��o, no Paraguai. Olavo disse que viajou at� o pa�s ap�s receber um convite de um 'aluno' chamado Pedro, amigo de seu filho Luiz Conzaga de Carvalho Neto, para que conhecesse seus alunos paraguaios, bem como a cidade de Assun��o'.
Olavo sustentou que Pedro enviou um carro para S�o Paulo com dois motoristas paraguaios para pegar ele e sua esposa. O ide�logo disse ainda que n�o conseguiu se encontrar com seu filho e, em raz�o de a viagem ter sido 'mais cansativa do que imaginava', quis voltar logo para os Estados Unidos.
Em um primeiro momento, Olavo disse que as passagens e Assun��o para Miami foram pagas por ele, compradas diretamente no aeroporto, e em dinheiro. No entanto, a vers�o acabou sendo questionada pela PF, que conseguiu documentos que mostram que a compra das passagens a�reas foi realizado pela esposa, em S�o Paulo, em uma ag�ncia de turismo. Olavo disse que se confundiu.
O ide�logo ainda foi confrontado pelos investigadores sobre sua alta da cl�nica onde estava internado. Olavo chegou a dizer que n�o obteve alta, mas seus m�dicos teriam dito que ele estava em condi��es de viajar e assim 'teria aproveitado a oportunidade'. A corpora��o contestou a informa��o, no entanto, indicando que, segundo a cl�nica a alta se deu por 'evas�o do paciente'. O escritor negou ter fugido do local, refor�ando que 'aproveitou o convite para viajar para Assun��o e rever seu filho'.
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