Diante de um cen�rio de crescente crise econ�mica, marcada pelo desemprego elevado e alta inflacion�ria, os principais pr�-candidatos � Presid�ncia moldaram seus discursos e levaram propostas de gera��o de renda e trabalho para o centro do debate pol�tico. A preocupa��o do eleitor com os temas vem sendo detectada em pesquisas qualitativas das pr�-campanhas e levantamentos de empresas e consultorias.
O protagonismo da economia no debate eleitoral ficou evidente nas agendas mais recentes dos presidenci�veis e no lan�amento, nesta quarta-feira, da pr�-candidatura da senadora do MDB Simone Tebet. Ela que defendeu a recria��o do Minist�rio do Planejamento como medida priorit�ria. "Um Pa�s que n�o planeja n�o sabe para onde vai. � um Pa�s como n�s temos hoje. Sem comandante e com um piloto da economia que n�o sabe para onde vai."
Como mostrou o Estad�o/Broadcast, pr�-candidatos j� formaram "conselheiros" na �rea econ�mica com o objetivo de formular propostas para ampliar a renda e reduzir a infla��o. Para 2022, a proje��o do Produto Interno Bruto (PIB) piorou, de acordo com boletim Focus do Banco Central (BC) divulgado nesta semana. A estimativa de expans�o do PIB para 2022 recuou de 0,58% para 0,51% - h� um m�s, estava em 1%. J� o IPCA, que deve fechar este ano em 10,19%, pode chegar a 5,02% em 2022, tamb�m de acordo com o boletim - para conter a alta dos pre�os, o BC elevou nesta quarta-feira a Selic, a taxa b�sico de juros, a 9,25%, a maior em quatro anos.
Segundo pesquisa Genial/Quaest, a economia � o principal problema enfrentado hoje pelo Pa�s na percep��o dos brasileiros. O tema, que agrega desemprego e infla��o, foi citado por 41% nas duas mil pessoas entrevistadas pelo instituto, � frente de pandemia (19%) e quest�es sociais (14%). A corrup��o foi lembrada por 10%. "O aumento dos pre�os e o desemprego associado a um n�o crescimento econ�mico, far� com que o debate seja sobre isso", disse o cientista pol�tico Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Corrup��o
Para o pesquisador Renato Meirelles, presidente do Instituto Lokomotiva e especialista em pesquisas com a classe C, a economia ser� em 2022 o que a corrup��o foi em 2018 como tema eleitoral. "A economia para as pessoas n�o � o dado do PIB, mas saber se ela enche ou n�o o carrinho do supermercado com o mesmo dinheiro que enchia antes. Ou seja: infla��o", disse.
O ex-ministro e ex-juiz S�rgio Moro (Podemos) tem extrapolado o discurso anticorrup��o e batido na tecla do combate � pobreza. Nesta quarta-feira, ele esteve com dois pr�-candidatos do centro: Luiz Felipe d'�vila (Novo) e Jo�o Doria (PSDB). "Temos que fazer uma mesa redonda para criar uma agenda comum, e esse debate tem que come�ar pela economia", disse d'�vila ao Estad�o/Broadcast.
Vencedor das pr�vias tucanas, o governador paulista, por sua vez, tamb�m tem colocado a recupera��o da economia como prioridade de sua agenda e anunciou o ex-ministro da Fazenda e atual secret�rio da pasta em S�o Paulo, Henrique Meirelles (PSD), como porta-voz da equipe que vai elaborar seu plano de governo na �rea. N�o por acaso, foi o primeiro an�ncio do tucano, que pretende montar um time com seis economistas.
Em um evento com sindicalistas na sede da For�a Sindical, em S�o Paulo, o ex-presidente Lula criticou o teto dos gastos e centrou a maior parte de sua fala em dois temas: emprego e renda. "Se a gente emprestar dinheiro para o povo pobre, ele vai fazer a economia desse pa�s girar. O consumidor compra, a ind�stria produz, gera mais renda, consumo e produ��o", disse, ao defender que o perd�o da d�vida de grandes empresas deveria se estender a quem tem renda menor.
J� o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tratou do tema em uma live realizada na ter�a-feira com o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga. Por uma hora e meia, eles falaram exclusivamente sobre os principais t�picos ligados � economia brasileira. Ambos criticaram a alta taxa de juros no Brasil e compartilharam preocupa��es com a atual condu��o da economia no Pa�s.
Ajuste
Andr� Perfeito, economista chefe da corretora Necton, avalia que os pr�-candidatos liberais ter�o dificuldades em defender o discurso do ajuste fiscal. "O produto ajuste fiscal vai ser ruim de vender no ano que vem. O fato � que dado o n�vel de desemprego, queda da renda, infla��o e taxa de juro, falar em austeridade vai ser muito dif�cil", diz.
Candidato � reelei��o, o presidente Jair Bolsonaro defende a agenda econ�mica do governo e mant�m um discurso focado na pauta de costumes. Semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou que a economia segue em recupera��o em 'V': 'O Brasil est� de p�", disse. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA