
Essa situa��o come�ou a ser explorada pelos advers�rios do presidente e tem tudo para crescer nos debates eleitorais, sobretudo se o pa�s mergulhar na recess�o. A primeira a chamar a aten��o para isso foi a senadora Simone Tebet (MS), pr�-candidata do MDB � Presid�ncia da Rep�blica. Ao se lan�ar para a corrida eleitoral, ela foi clara:
"Essa miss�o tem um clamor. Tem o clamor da urg�ncia. Porque o nosso povo, o povo brasileiro est� morrendo de fome. Depois de centenas de milhares de brasileiros terem morrido por uma sa�de p�blica omissa, insens�vel e negacionista, enquanto, nos lares, faltam cidad�os brasileiros, nas ruas, n�s temos o cen�rio da indig�ncia total", destacou.
Para Raquel Borsoi, analista de risco pol�tico da Dharma Politics, a capacidade de Bolsonaro de atrair o apoio de mais eleitores "ainda � uma inc�gnita". "O presidente aposta em uma l�gica de que, para al�m das estruturas de campanha baseadas na internet, o Planalto se esfor�a em consolidar um apoio do mainstream pol�tico. Nesses termos, PL, PP, al�m de possivelmente o Republicanos e outros partidos do Centr�o, dar�o a for�a de palanques estaduais que Bolsonaro n�o possui", diz Raquel, para, em seguida, fazer um alerta: "O que se sabe � que o presidente, apesar do momento de fragilidade, possui controle da m�quina p�blica e do or�amento. E isso, por si, d� a ele protagonismo", mesmo tendo perdido 40% dos eleitores que o levaram ao Planalto.
Di�logo com a base
A analista tamb�m destaca que Bolsonaro, possivelmente, refor�ar� o di�logo com sua base de apoio, insistindo em alguns dos elementos que o levaram ao poder em 2018.
J� para Guilherme Casar�es, professor da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), h� chances reais de Bolsonaro n�o se reeleger em 2022, sobretudo em raz�o do perfil dos principais advers�rios. "Sem d�vida, Bolsonaro tem dois advers�rios muito fortes para 2022, que s�o o ex-presidente Lula e o ex-ministro Sergio Moro", observa.
Para Casar�es, ambos amea�am a candidatura bolsonarista, mas por raz�es diferentes. "Bolsonaro e Lula quase disputaram em 2018, n�o fosse a pris�o do petista, e Moro � uma figura que ocupa um espa�o dentro da direita que acaba tirando votos do Bolsonaro, acaba enfraquecendo a candidatura ou pelo menos parte dos seus argumentos. Ent�o, n�o ser� uma tarefa f�cil", salienta.
O cientista pol�tico acredita, ainda, que, como em outras campanhas � reelei��o, a m�quina p�blica ser� colocada para trabalhar a favor do presidente. "Qual � a grande vantagem que o Bolsonaro tem se comparado a 2018? Ele tem mais recursos. A m�quina do governo certamente vai funcionar a seu favor, e isso, como a gente sabe, no caso brasileiro, � um elemento decisivo", explica.
