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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Economia ser� o grande teste para Bolsonaro no ano que vem

Com popularidade em baixa, presidente ter� de enfrentar crise econ�mica, mostrar resultados e chegar ao segundo turno


25/12/2021 04:00 - atualizado 25/12/2021 07:12

Presidente conta com pagamento de auxílio à população de baixa renda
Presidente conta com pagamento de aux�lio � popula��o de baixa renda e deve elevar o tom contra advers�rios para agradar aos apoiadores mais radicais (foto: Evaristo S�/AFP - 30/11/21)

Na reta final de seu mandato, o ano de 2022 promete ser um ano dif�cil para o presidente Jair Bolsonaro (PL). A economia ser� o principal tema das elei��es, tendo como pano de fundo a desigualdade social, a infla��o e a onda de desconfian�a por parte de grupos importantes no ramo, como empres�rios.

O chefe do Executivo dever� mostrar que merece a confian�a do eleitor para se reeleger e precisar� reverter ainda a queda da popularidade, tendo em vista postulantes competitivos como o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, Bolsonaro subir� ainda mais o tom contra seus principais antagonistas e, como estrat�gia, acenar� cada vez mais ao eleitorado raiz.

Essa � a aposta do cientista social e pol�tico do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Distrito Federal (Ibmec- DF), Ricardo Caichiolo. “Eu vislumbro um cen�rio de acirramento das posturas, declara��es e narrativas que fizeram e fazem de Bolsonaro a figura pol�tica que conhecemos, com caracter�sticas que encontraram eco em grande parte do eleitorado em 2018”, antev� Caichiolo, referindo-se � ainda fiel base eleitoral bolsonarista.

O grupo ser� essencial para uma performance minimamente razo�vel do presidente na sua tentativa de reelei��o, visto que os �ndices de descontentamento com o governo, levantados recentemente, apontam recordes. Uma pesquisa divulgada no �ltimo dia 14 pelo Instituto de Pesquisas Cananeia (Ipec) mostra que a rejei��o ao governo Bolsonaro atingiu 55%. Trata-se do maior percentual desde o in�cio do mandato, em 2019. No levantamento anterior, em setembro, a reprova��o foi de 53%. J� a aprova��o ficou em 22%. O levantamento mostra que o ex-presidente Lula (PT) tem 48% das inten��es de voto para a Presid�ncia da Rep�blica em 2022, enquanto Bolsonaro representa 21%.

Diante da alta dos n�meros, o presidente ainda corre o risco de ser abandonado pela base composta pelo Centr�o caso n�o apresente uma melhor performance. � o que acredita o deputado federal Marcelo Freixo (PSB - RJ). O parlamentar definiu o Centr�o como “pragm�tico” em rela��o aos apoios prestados. “Acho que qualquer possibilidade mais real, que mostre inviabilidade eleitoral do Bolsonaro, n�o tenho a menor d�vida de que o Centr�o migraria para outra campanha, provavelmente a do Lula, j� que a do Moro � uma candidatura muito semelhante”, analisa.

O cientista pol�tico Andr� Rosa destaca que o cen�rio pol�tico envolvendo o chefe do Executivo � um dos mais dif�ceis desde o per�odo da redemocratiza��o. “At� mesmo a reelei��o de Dilma Rousseff ilustra uma turbul�ncia menor, mesmo envolta em den�ncias do petrol�o. Portanto, mesmo com o poder da m�quina p�blica e com a viabilidade do Aux�lio Brasil, algumas candidaturas j� o fazem ficar um pouco mais fragilizado na disputa.” Ele observa que assim como o “antipetismo” levou Bolsonaro � cadeira palaciana em 2018, fato semelhante pode ocorrer, como o “antibolsonarismo”.

“� importante frisar que o mesmo eleitor que votou no Bolsonaro por n�o querer o PT est� votando no Moro e at� mesmo no Lula por n�o ter a possibilidade de haver um novo bolsonarismo em 2023”, diz. Rosa completa ainda que o foco de Bolsonaro dever� ser menor em Lula no primeiro turno e mais direcionado � candidatura de S�rgio Moro e que o presidente dever� atuar em duas frentes: na desconstru��o do ex-juiz e em programas sociais na tentativa de reverter a queda na popularidade. “Ao que tudo indica, Bolsonaro n�o tem uma estrat�gia definida para conter a debandada do setor empresarial, a �nica estrutura que ainda o sustenta � a figura j� fragilizada de Paulo Guedes”.

Crise


Freixo destaca o discurso antigoverno utilizado por Bolsonaro como estrat�gia nas elei��es de 2018, e analisa que ainda hoje, em busca da reelei��o, o presidente tenta acenos nesse sentido. “Ele n�o pode ser candidato negando o governo que teve, se comportando como inova��o sobre um governo que � dele mesmo, o que � estapaf�rdio. O grande problema � que ele n�o consegue apresentar resultados. H� uma crise muito profunda, os n�meros n�o s�o bons e a perspectiva n�o � boa”, opina o parlamentar.

Al�m disso, o deputado chama a aten��o para a postura inadequada de Bolsonaro, tanto enquanto ocupante da cadeira no Planalto quanto candidato � reelei��o. “O epis�dio em que ele visita o Sul da Bahia numa situa��o de trag�dia, e n�o consegue ter uma a��o concreta de ajuda local, fazendo dali um palco pol�tico, mostra um despreparo muito grande.” Freixo destaca, ainda, que o presidente deve subir o tom nos discursos nos pr�ximos meses. “Ele vai tentar levar a campanha mais uma vez para temas fora da pol�tica, tensionando o processo eleitoral com fake news, com ataques. Mas acho que isso n�o ter� o mesmo efeito. Em 2018, n�o se tinha uma figura forte como Lula”.



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