
Por meio tamb�m de nota, a m�dica disse ter sido agredida enquanto trabalhava e d� a sua vers�o dos fatos. Ela diz que, na madrugada de domingo (26/12), enquanto fazia reavalia��o m�dica para posterior alta e checagem de outro paciente com suspeita de infarto agudo no mioc�rdio, foi abordada por um indiv�duo que se dizia vereador, aparentemente com sinais de embriaguez, com falas agressivas e intimidadoras, questionando a demora no atendimento.
A m�dica diz que tentou acalm�-lo, levando-o at� a sala de triagem para mostrar as fichas que eram atendidas, conforme prioridade. Neste momento, o vereador teria segurado, chacoalhado e apertado o bra�o da profissional, dizendo de maneira agressiva: “agora voc� vai trabalhar”. A m�dica teria pedido para acionar a PM, o que foi feito por um enfermeiro. O vereador teria ido embora do local ao perceber que a PM foi acionada. “Com tudo isso, entrei em estado de p�nico, chorando e tremendo, pois nunca passei por situa��o semelhante, em que o meu ambiente de trabalho tenha sido violado”, diz, na nota.
O diretor cl�nico da UPA, Fl�vio Ferreira, admitiu, tamb�m por meio de nota, ontem (27/12), que, por volta das 3h ocorreu, no interior da unidade, um tumulto, sendo que testemunhas alegaram que o vereador chegou ao local exaltado, inviabilizando o trabalho e gerando perturba��o. A m�dica envolvida alegou que ele estava visivelmente sob efeito de �lcool, chegando, em dado momento, a agredi-la, conforme conta no Boletim de Ocorr�ncia lavrado pela Pol�cia Militar. “A diretoria esclarece, ainda, que o ocorrido ser� objeto de apura��o junto aos �rg�os competentes a fim de que os fatos sejam elucidados e todas as provid�ncias cab�veis adotadas”.
O vereador acusado da agress�o, Jo�o Benedito Serapi�o (PL), nega, por meio de um esclarecimento, que tenha agredido a m�dica e disse que estava na UPA para ajudar uma fam�lia e para fiscalizar. Ele disse que estava em casa quando recebeu um telefonema de uma fam�lia que estava na UPA desde �s 23h do s�bado com uma crian�a com febre e, at� ent�o, n�o tinha recebido atendimento.
A fam�lia, continua o vereador, moradora da zona rural, solicitou sua ajuda e que ele, como vereador na fun��o de fiscalizar, teria se deslocado at� a unidade para ver o que estava acontecendo. Na UPA, ele teria constatado a demora, mais duas crian�as aguardavam com os seus pais na fila, teria localizado a m�dica dentro da unidade e teria solicitado, educadamente e respeitosamente, que prestasse o atendimento � fam�lia.
“Doutora, por favor atenda aquelas crian�as”. Ela teria perguntado a ele se ele era policial e ele teria dito que n�o, que era um vereador e ali estava a pedido de um casal para resolver um atendimento demorado. Feito isso, ele diz ter se deslocado para recep��o aguardando que a crian�a fosse atendida, o que aconteceu de pronto e, ap�s esperar, deu carona pra fam�lia at� onde moram.
“Qual foi minha surpresa ao retornar para casa depois das 4h da manh� e me deparar com a viatura da Pol�cia Militar cujos componentes alegaram ter recebido uma den�ncia de agress�o na UPA e que um enfermeiro teria ligado na PM dizendo que eu teria chegado no local fazendo esc�ndalo, atrapalhando o trabalho, instigando os pacientes e que teria agredido uma plantonista. Fui convidado pela PM a fazer o teste do baf�metro e, no meu direito, neguei por estar s�brio. A ocorr�ncia terminou na porta da minha casa e, em nenhum momento, fui conduzido para Delegacia como espalharam os boatos e, em nenhum momento fugi da UPA”, diz um trecho da nota.
Hoje � tarde, os vereadores Francisco Sena (Podemos), Edmilson Amparado (MDB) e Pl�nio Costa de Andrade (PP) protocolaram um documento endere�ado ao Presidente da Casa Legislativa, Alex Bueno (PSD), solicitando que seja criada a Comiss�o de �tica e Decoro Parlamentar, para verificar e apurar eventuais abusos durante o trabalho de fiscaliza��o.