
Bras�lia – Titulares e suplentes de comiss�es gerenciais do Banco Central (BC) come�aram, ontem, a entregar os cargos, ap�s negocia��o capitaneada pelo Sindicato dos Funcion�rios do Banco Central (Sinal). A mobiliza��o � mais uma onda de protesto de categorias do funcionalismo federal contra o reajuste dos sal�rios dos policiais, cuja previs�o de recursos foi inclu�da no Or�amento de 2022. O aumento para os agentes de seguran�a p�blica – que comp�em apenas 3% de todo o contingente de servidores federais – foi definido mediante pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao relator da pe�a or�ament�ria no Congresso, deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ).
Antes dos trabalhadores do BC, servidores da Receita Federal adotaram a mesma estrat�gia na tentativa de ser tamb�m beneficiados com a corre��o dos sal�rios. Nos pr�ximos dias, uma s�rie de reuni�es virtuais com gestores respons�veis por v�rios setores do banco ser�o realizadas para explicar a mobiliza��o e convencer o maior n�mero poss�vel de servidores a aderirem ao ato.
Al�m dos titulares comissionados, o sindicato vai convocar tamb�m os suplentes, que s�o cerca de 500, para cruzarem os bra�os. O objetivo � paralisar setores e provocar uma esp�cie de blecaute em servi�os realizados pela autoridade monet�ria.
“Todo departamento do Banco Central tem uma fun��o gerencial, composta por pessoas que t�m caneta para gerenciar fluxo de trabalho. A ideia � que com essa entrega dos cargos, alguns servi�os do banco fiquem paralisados”, explica F�bio Faiad, presidente do Sinal. Faiad tamb�m � vice-presidente do F�rum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate), que re�ne diversos sindicatos representantes de funcion�rios p�blicos, 200 mil, ao todo, entre associados federais e estaduais.
O Fonacate, representante da elite do funcionalismo, organiza paralisa��o nacional de todas as categorias federais vinculadas no dia 18 de janeiro. Rudinei Marques, presidente do f�rum, admite que a janela dispon�vel para incluir reajuste salarial para outras categorias no Or�amento 2022 � curta devido �s elei��es.
Pela legisla��o, o presidente da Rep�blica n�o pode deixar d�vida corrente relativa a um mandato para outro. Caso o reajuste dos servidores n�o seja aprovado em 2022, a corre��o s� poder� ser negociada em 2023 para entrar em vig�ncia no ano seguinte.
“Estamos vendo v�rias categorias do funcionalismo se mobilizando e articulando para aumentar a press�o em prol da campanha salarial de 2022. Teremos uma janela curta, de tr�s meses e as pr�ximas semanas ser�o decisivas. No dia 18 de janeiro faremos um primeiro protesto nacional buscando reposi��o das perdas inflacion�rias nos �ltimos cinco anos. Se essa primeira manifesta��o n�o for suficiente para abrir um canal de di�logo com o governo, j� temos um calend�rio de mobiliza��es para semanas subsequentes”, explicou o presidente do Fonacate.
Nacional
Outro grupo integrante da elite dos servidores com vencimentos pagos pela Uni�o, os auditores fiscais refor�aram a mobiliza��o, de acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco). A entidade estima que 1.237 cargos foram entregues por esses profissionais.
Com contingente suficiente para provocar apag�o na m�quina p�blica, lideran�as do chamado “carreir�o” – segmento composto por 80% dos servidores p�blicos federais – tamb�m organiza��o paralisa��o. Segundo o presidente da Confedera��o dos Trabalhadores no Servi�o P�blico Federal (Condsef), S�rgio Ronaldo, haver� no pr�ximo dia 14 reuni�o para definir datas e paralisa��es. H� possibilidade de as carreiras vinculadas ao Condsef aderirem � paralisa��o nacional previsto para dia 18.
A press�o para reserva de recursos do Or�amento 2022 destinado a reajuste salarial dos policiais federais foi exercida pelo pr�prio presidente Jair Bolsonaro (PL), que ligou para o relator da proposta, deputado Hugo Leal (PSD-RJ). O relator havia, inicialmente, rejeitado o peddo do governo para incluir a previs�o de gasto com a corre��o salarial da categoria de seguran�a, base de apoio do Pal�cio do Planalto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi convencido pelo presidente a solicitar cr�dito para concess�o do aumento.