Bolsonaro volta a prometer reajuste para servidores, mas sem recompor infla��o

O presidente Jair Bolsonaro voltou a prometer reajuste para os servidores p�blicos em 2022, ano em que disputa a reelei��o. "Reajuste seria de 3%, 4%, 5%, 2%, que seja de 1%", disse Bolsonaro, em entrevista � Gazeta do Povo, gravada pela manh� e veiculada na noite desta quarta-feira, 8. "Servidor, em grande parte, merece isso", completou. No entanto, o chefe do Executivo alertou que o aumento n�o recomporia a infla��o: "N�o tem espa�o", disse.

H� menos de um m�s, Bolsonaro j� tinha prometido o agrado ao funcionalismo caso a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) dos Precat�rios fosse aprovada por deputados e senadores. Hoje, a PEC foi promulgada de forma fatiada pelo Congresso. Uma parte ainda precisa de nova vota��o.

Ao todo, a proposta abre espa�o de R$ 106,1 bilh�es no Or�amento de 2022. O argumento do governo para que o texto fosse aprovado era que viabilizaria o pagamento de R$ 400 do Aux�lio Brasil, substituto do Bolsa Fam�lia, no ano que vem.

O texto foi alvo de cr�ticas por adiar o pagamento de precat�rios, que s�o d�vidas reconhecidas pela Justi�a, a partir do pr�ximo ano e por mudar a regra de c�lculo do teto de gastos, a principal �ncora fiscal do Pa�s.

Bolsonaro voltou a dizer que o reajuste aos servidores foi negociado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, com a aprova��o da PEC dos Precat�rios. Na �ltima vez que prometeu o aumento, em viagem a Dubai, em novembro, o ministro da Cidadania, Jo�o Roma, contradisse o presidente ao afirmar que o reajuste n�o estava no elenco da PEC dos Precat�rios.

O relator-geral do Or�amento 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), disse ao Estad�o/Broadcast que � dif�cil um reajuste do sal�rio dos servidores p�blicos entrar no Or�amento de 2022. Segundo ele, n�o h� espa�o or�ament�rio nas contas do governo, principalmente, porque esse � um gasto permanente.

Como mostrou o Estad�o/Broadcast, o reajuste dos sal�rios dos servidores sempre esteve no radar do presidente Bolsonaro. O Minist�rio da Economia chegou a fazer c�lculos para uma corre��o de 5% com custo de R$ 15 bilh�es. Guedes tem sempre refor�ado a interlocutores que conseguiu economia de gastos com o congelamento dos sal�rios do funcionalismo em 2020 e 2021, apesar da resist�ncia do Congresso em aprovar esse dispositivo ano passado.

Para o presidente, o que pesa � que governadores, com caixa cheio, est�o dando reajustes aos servidores estaduais. No governo federal, o �ltimo reajuste dado �s chamadas carreiras de Estados (que n�o encontram correspondentes na iniciativa privada, como diplomatas) foi em 2019. Para o grosso do funcionalismo, o �ltimo aumento foi em 2017.