
O presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial em homenagem a Olavo, conforme publicado na edi��o extra do Di�rio Oficial da Uni�o (DOU). Pelas redes sociais, lamentou a morte do escritor e afirmou que ele era um "farol para milh�es de brasileiros". "Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcar�o para sempre", escreveu Bolsonaro.
O vice-presidente Hamilton Mour�o (PRTB) tamb�m homenageou o escritor e disse que sua partida "deixa uma lacuna no pensamento brasileiro". Os filhos do presidente tamb�m foram �s redes sociais lamentar a morte de Olavo.
Mas o escritor tamb�m recebeu severas cr�ticas. Uma delas do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que lembrou o negacionismo de Olavo em rela��o � covid-19. "Negou o v�rus, escarneceu dos mortos, n�o se vacinou, morreu do v�rus e ser� sepultado na Terra redonda. Mas, ainda assim, ao contr�rio dele, n�o festejo sua morte. Lamento todas as mortes e as v�timas da covid e deploro ainda mais o negacionismo que as provocou", criticou.
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), ex-bolsonarista, cobrou do presidente homenagens aos mortos na pandemia. "Bolsonaro sobre as crian�as que morreram de covid: 'insignificantes'. Sobre personalidades que morreram: sil�ncio", disse, no post de luto de Bolsonaro.
J� o perfil da C�mara dos Deputados no Twitter se desculpou por "curtir" uma publica��o da p�gina intitulada "Morte", que ironizava o falecimento do escritor. A publica��o dizia: "Olavo de Carvalho. Check". Minutos depois, a Equipe de Comunica��o da C�mara disse que "houve equivocadamente uma intera��o e que, ap�s detectada, o erro foi imediatamente corrigido".
O Pal�cio do Planalto, que n�o comentou nenhuma das mortes nos meios art�sticos e intelectuais do pa�s nos �ltimos tr�s anos — a mais recente, da cantora Elza Soares, aos 91 anos, foi ignorada —, publicou uma nota lembrando do escritor. Foi assinada conjuntamente pelo governo federal, pela Secretaria Especial da Cultura e pela Secretaria Especial de Comunica��o Social.
Apesar das homenagens, Olavo se distanciou do governo e fazia cr�ticas a Bolsonaro — mais recentemente chegou a se considerar um "poster boy", cuja imagem foi usada pelo presidente para se eleger. Ainda assim, disse que votaria em Bolsonaro em outubro por "falta de op��o".
A morte do escritor repercutiu na imprensa internacional, que o classificou como "controverso" e "negacionista". O The Guardian se referiu a ele como "negacionista do coronavirus", e mentor de Bolsonaro e da direita radical brasileira.
Entre julho e agosto do ano passado, Olavo foi internado tr�s vezes no Instituto do Cora��o do Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor). Ele era cardiopata e, nesse per�odo, foi submetido a diversos tratamentos, uma cirurgia na bexiga e um cateterismo de emerg�ncia. Fumante, em abril de 2021 o escritor foi internado, nos EUA — onde mora desde 2005 —, para tratar de problemas respirat�rios.