
O presidente do Partido Social Democr�tico (PSD) em Minas Gerais, Alexandre Silveira, �, oficialmente, senador da Rep�blica. Ele tomou posse ontem, na vaga de Antonio Anastasia (PSD), que renunciou para assumir o posto de ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e tamb�m fez discurso de despedida. A formaliza��o da substitui��o ocorreu durante a primeira sess�o de 2022 do Senado. Silveira assume o cargo em meio a debates sobre ser – ou n�o – o l�der do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado. Neste momento, segundo apurou o Estado de Minas, a tend�ncia � que ele recuse o convite.
Ele foi formalmente convidado a substituir Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e, em janeiro, afirmou que n�o poderia tratar do tema at� tomar posse no Congresso Nacional. O presidente chegou a confirmar que Silveira seria seu l�der, mas a situa��o ainda n�o est� resolvida. Ao discursar para os colegas, Silveira pregou a uni�o de todos os senadores – aliados a Bolsonaro, opositores e independentes – para a luta contra problemas socioecon�micos. "Nosso Brasil adoeceu e empobreceu. � uma realidade que n�o podemos aceitar. Fome, mis�ria e dor n�o t�m partido. N�o � verde, vermelho ou amarelo", disse.
Servidor p�blico de carreira como delegado de Pol�cia Civil e ex-deputado federal, o pessedista prometeu lutar por uma sociedade "unida, justa, s�lida e fraterna". "A verdadeira prioridade salta aos olhos: me juntar aos meus pares nesta Casa na busca de solu��es para os graves problemas – principalmente econ�micos e sociais – que vivemos no Brasil e acarreta a assustadora volta da infla��o, do desemprego, da fome e da mis�ria, que j� assola a nossa gente".

Pedindo "ousadia e coragem", Silveira teceu cr�ticas indiretas � pol�tica econ�mica do governo, tocada pelo ministro Paulo Guedes. "H� mais de dois anos ou�o falar na tal recupera��o em V, na estabilidade do d�lar e do equil�brio fiscal como fonte geradora de justi�a social. Onde est� o resultado desse discurso? N�o d� mais para esperar", pontuou.
As primeiras falas de Silveira foram marcadas por cr�ticas � polariza��o pol�tica e por defesa � "converg�ncia" e � "modera��o". Ele se colocou � disposi��o para auxiliar o Pal�cio do Planalto, mas descartou ter “alinhamento com os erros” ou tecer "cr�ticas aos acertos".
"Este apoio [ao governo] n�o significa submiss�o ideol�gica nem assun��o a qualquer cargo. Pelo contr�rio: significar� muitas vezes apontar o que considero errado em rela��o � pauta econ�mica, ambiental e social. N�o sem valorizar o que est� dando certo no agroneg�cio, na infraestrutura e no desenvolvimento regional", pontuou.
O evento foi prestigiado por ministros do governo federal, como Fl�via Arruda, da Secretaria de Governo, e Rog�rio Marinho, do Desenvolvimento Regional. De Minas Gerais, viajaram, a fim de prestigiar a posse, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV). O presidente nacional pessedista, Gilberto Kassab, tamb�m marcou presen�a.
“POSITIVO E FELIZ”
Antes de Alexandre Silveira ser empossado por Pacheco, Anastasia fez o �ltimo discurso como senador, cargo que ocupou por sete anos. Ele afirmou encerrar o ciclo como parlamentar "de modo positivo e feliz", "com a cabe�a erguida" e com "sentimento de dever realizado". A posse dele na corte de Contas ser� hoje. O agora ex-senador valorizou os anos na Casa, do qual chegou a ser vice-presidente, e prometeu levar ao TCU a experi�ncia adquirida como parlamentar.
"Aprendi � exaust�o o que significam na pr�tica a democracia, a toler�ncia, o entendimento e o esfor�o parlamentar para encontrar solu��es a quest�es extremamente intrincadas. Esse exerc�cio foi, � e sempre ser�, para os senadores, coletivo", observou.
Meus colegas me permitiram ser relator de mais de 350 projetos de lei ao longo de sete anos. Tive a oportunidade de relatar projetos de alt�ssima complexidade, sabemos – e a hist�ria assim mostra. Esses projetos, alguns deles hist�ricos, me permitiram sempre o aperfei�oamento do trabalho e dedica��o �mpar � democracia, no cumprimento rigoroso da Constitui��o", pontuou ele.
Anastasia se disse tranquilo por abandonar o Senado um ano antes do previsto por causa da capacidade pol�tica de Silveira. "No momento em que a caneta vai assinar [a ren�ncia], voc� titubeia. � natural. Voc� tem que ter a tranquilidade de saber quem est� deixando e quem est� ao seu lado", revelou, para pouco depois elogiar o correligion�rio: "Alexandre � um dos l�deres pol�ticos jovens, mas de mais energia que conhe�o".