O xadrez da corrida eleitoral ainda est� longe da jogada final, mas entre os concorrentes cresce a expectativa sobre quem seria o nome a compor a chapa com o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que busca a reelei��o. Nos bastidores, tem-se dito que h� uma guerra interna entre dois generais do primeiro escal�o do governo. Augusto Heleno, do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), e Braga Netto, ministro da Defesa, t�m concorrido, mesmo que sem uma promessa concreta, pelo cargo ao lado do capit�o nas elei��es.
Consequentemente, a fissura dos dois militares em garantir a vaga tem elevado a preocupa��o do entorno. Comandantes das For�as Armadas, ao qual os dois respondem, e parlamentares do Centr�o, no Congresso, n�o enxergam uma possibilidade de vit�ria para Bolsonaro se a escolha de composi��o for entre os militares. � unanimidade no segmento que a preocupa��o do atual presidente deve ser em angariar votos, portanto o vice deve ser algu�m de dentro da pol�tica.
Entre os liberais, o maior bolsonarista a atuar na defesa do governo na CPI da COVID, no Senado, o senador Marcos Rog�rio (PL-RO), n�o arrisca um nome. “Tenho certeza de que o perfil ideal � algu�m que agregue votos considerando a quest�o das regi�es e de g�nero, mas a decis�o caber� pessoalmente ao presidente. � uma quest�o particular, n�o um modelo de coaliz�o”, ressaltou.
A avalia��o de militares de alta patente � de que a guerra entre Augusto Heleno e Braga Netto � sobre ego, pois na pol�tica n�o h� espa�o para Bolsonaro associar sua imagem � classe. De acordo com o brigadeiro �tila Maia, tamb�m pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica, na elei��o de 2018 havia um anseio da popula��o em ter um militar no Planalto e isso minguou. “A outra elei��o era a onda militar e a onda Bolsonaro que ditavam. Agora n�o existe mais esse anseio forte, Bolsonaro conseguiu criar no inconsciente coletivo essa rejei��o (com os militares)”, pontuou.
O concorrente que, no passado, j� passou pela expectativa de ser o vice do mandat�rio acredita que para este ano o cargo n�o est� t�o disputado quanto parece. “Antes todo mundo queria, mas hoje eu n�o sei se tem algu�m que queira ser candidato a vice do Bolsonaro. Primeiro porque ele vai queimar a elei��o e segundo porque vai queimar o nome. Praticamente todo mundo j� tem consci�ncia de que essa elei��o n�o ser� bem-sucedida”, concluiu. “� como um time que j� foi grande e agora briga por ser vice em campeonato de v�rzea”, diz o vice-presidente da C�mara dos Deputados, Marcelo Ramos, que deixou o Partido Liberal (PL) ap�s a filia��o de Bolsonaro � legenda e agora se filia ao PSD, de Gilberto Kassab.
"� uma escolha somente dele. Mas acho que ele vai aproveitar a oportunidade para trazer um partido que agregue for�a, principalmente criando palanques nos estados e somando tempo de televis�o"
Coronel Tadeu (PSL-SP), deputado federal
Escolha exclusiva
Embora ministros, militares e amigos da fam�lia Bolsonaro sejam citados para ocupar a vaga, o �nico consenso entre os entrevistados � que a decis�o depender� exclusivamente do pr�prio presidente.
Relator do projeto Habite Seguro, que promete financiamento da casa pr�pria aos policiais – considerado fundamental para a campanha de Bolsonaro –, Coronel Tadeu (PSL-SP) diz que ainda � cedo para a defini��o. “� uma escolha somente dele. Mas acho que ele vai aproveitar a oportunidade para trazer um partido que agregue for�a a ele, principalmente criando palanques nos estados e somando tempo de televis�o”, ressaltou. “Muitos nomes s�o falados, mas � poss�vel que nenhum deles seja escolhido”.
Outros interlocutores do Planalto garantem que, por enquanto, tudo se trata de especula��o, ainda n�o h� um nome concreto para a campanha. At� o atual vice, Hamilton Mour�o, ainda � uma hip�tese. Segundo um assessor, Bolsonaro ainda ir� chamar Mour�o para conversar sobre o assunto.