
Conforme protocolo, os ministros entregaram ao chefe do Executivo o convite para a posse de ambos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevista para o pr�ximo dia 28. Fachin, atual vice-presidente do TSE, suceder� o ministro Lu�s Roberto Barroso na presid�ncia da Corte eleitoral at� agosto, quando Moraes passar� � presid�ncia do �rg�o durante as elei��es de 2022.
Segundo interlocutores, Bolsonaro aproveitou a ocasi�o para pedir um di�logo mais frequente com o Judici�rio. A agenda contou ainda com as presen�as do Advogado-Geral da Uni�o, Bruno Bianco, e do Subchefe para Assuntos Jur�dicos da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Pedro Cesar Sousa, al�m do ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Fachin e Moraes v�o se reunir tamb�m com Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidentes da C�mara e do Senado, respectivamente.
Apesar de ser uma visita formal ao chefe do Executivo, o encontro n�o deixa de ser simb�lico e ocorre dias ap�s Bolsonaro descumprir ordem de Moraes ao n�o comparecer ao depoimento na Pol�cia Federal na investiga��o que apura o vazamento de informa��es sigilosas da Justi�a Eleitoral.
Em agosto, o presidente atacou o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ap�s se tornar alvo de inqu�ritos nas duas Cortes por fazer amea�as �s elei��es. O chefe do governo questionou a legalidade desses procedimentos e disse que, em resposta, poderia atuar fora "das quatro linhas da Constitui��o".
Moraes � um dos ministros mais criticados pelo presidente, que j� o chamou de "canalha". Ap�s a manifesta��o de 7 de Setembro, Bolsonaro ainda chegou a pedir ao Senado o impeachment de Moraes, sem sucesso.
Em outubro, durante o julgamento das a��es que pediam a cassa��o da chapa de Bolsonaro e do vice, Hamilton Mour�o (PRTB), por abuso de poder pol�tico e disparo de mensagens em massa durante a elei��o, na qual foram absolvidos, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que ocorreram tanto os disparos quanto o compartilhamento de not�cias falsas nas elei��es de 2018 e que, caso isso se repita em 2022, o registro do candidato ser� cassado.
"Se houver repeti��o do que foi feito em 2018, o registro ser� cassado e as pessoas que assim fizerem v�o para a cadeia por atentar contra as elei��es e a democracia no Brasil", afirmou na data.
Em dezembro, Bolsonaro criticou o voto a favor do novo marco temporal de terras ind�genas do ministro Edson Fachin afirmando que "n�o � novidade" e o chamou de "trotskista" e "leninista".
Tanto Fachin quanto Moraes s�o considerados juristas linha dura e que t�m batido de frente com o Pal�cio do Planalto e alertado sobre os riscos das fake news para a democracia em meio �s elei��es. Para os analistas consultados pelo Correio, o pleito deste ano ser� tenso e com frequentes judicializa��es. Apesar disso, apontam que a Corte eleitoral est� mais bem preparada para os desafios e apertar� cerco contra as mentiras e desinforma��es que se espalhar�o nas redes sociais.