
A menos de oito meses do primeiro turno das elei��es, partidos e pr�-candidatos a presidente da Rep�blica, governador, senador e deputado avan�am na costura de alian�as. Do outro lado, eleitores come�am a pensar nos n�meros que v�o digitar nas urnas eletr�nicas. Para fomentar o debate p�blico, o Estado de Minas vai publicar, a partir deste m�s, rodadas de pesquisas sobre as inten��es de voto. Os levantamentos, feitos pela F5 Atualiza Dados, v�o tra�ar cen�rios a respeito das corridas rumo ao governo de Minas e ao Pal�cio da Planalto. A disputa por um dos tr�s assentos mineiros no Senado Federal tamb�m ser� retratada. As entrevistas para a primeira sondagem eleitoral, que ser� divulgada nas edi��es de amanh� e de segunda-feira pelo Estado de Minas, foram feitas entre segunda-feira (14/2) e quinta-feira (17/2).
Por meio de liga��es telef�nicas, a F5 ouviu 1.560 eleitores. As perguntas tratam dos potenciais votos para senador, governador e presidente, nessa ordem. Os contatos respeitaram a paridade de g�nero, faixa et�ria, escolaridade e renda familiar. Neste momento, como versa a legisla��o eleitoral, ningu�m est� oficialmente no p�reo — todos s�o pr�-candidatos. Em Minas Gerais, a disputa tem Romeu Zema (Novo), Alexandre Kalil (PSD) e Carlos Viana (MDB) para o governo. Para vaga no Congresso, parte da lista tem Alexandre Silveira (PSD), Reginaldo Lopes (PDT), Julvan Lacerda (filiado ao MDB, mas convidado a rumar ao Avante) e Duda Salabert (PDT).
O diretor-executivo da F5 Atualiza Dados, Domilson Coelho, diz que as sondagens eleitorais apontam tend�ncias e o comportamento dos cidad�os em rela��o aos nomes postos. Segundo ele, os levantamentos auxiliam os eleitores a escolherem seus candidatos. “O eleitor vai ter tempo para pesquisar a vida de cada um, as plataformas dos pr�-candidatos, o passado deles e o que j� fizeram. Pesquisa d� condi��o e tempo ao eleitor para decidir o voto em outubro”, avalia Coelho, graduado em administra��o p�blica pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e p�s-graduado em ci�ncia pol�tica.
As liga��es feitas para colher as impress�es eleitorais s�o feitas pelos pesquisadores do instituto, que trabalham com o aux�lio de um computador. As informa��es prestadas pelos eleitores s�o gravadas em tempo real, o que acelera a apura��o dos dados e a consolida��o das informa��es. Tudo vai imediatamente a uma sala de checagem, onde cr�ticos atuam para monitorar a qualidade da pesquisa e garantir voz a pessoas de todas as partes do tecido social.
O call center da F5 est� localizado na sede da empresa, em Alterosa, no Sul do estado. Para ir em busca dos eleitores e entender as peculiaridades locais, o instituto dividiu Minas Gerais em 13 regi�es. Moradores de todas as �reas estar�o representados nos n�meros finais. “Cada regi�o ter� uma amostra correspondente ao seu tamanho e import�ncia. Isso, dividido por cidades de pequeno, m�dio e grande portes”, assinala Domilson.
Quando recebem o telefonema do instituto, os eleitores respondem primeiro ao levantamento espont�neo, em que devem opinar sobre os nomes de prefer�ncia ao Senado, ao governo e ao Planalto, sem que haja interfer�ncia ou apresenta��o de op��es por parte do pesquisador. Depois, participam do cen�rio estimulado, em que uma lista de alternativas � dada para escolha.
Sobre a disputa nacional, a conjuntura apresenta possibilidades como a segunda candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a sexta do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Despontam, ainda, postulantes de “terceira via”, caso de Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos). “Como ainda � um per�odo de pr�-campanha, � muito dif�cil, hoje, ter certeza de quem ser� candidato a determinado cargo — e, at� mesmo, do partido pelo qual um pol�tico vai disputar a elei��o”, lembra Domilson.
“TERM�METRO” POPULAR
Apesar das indefini��es naturais ao per�odo de tratativas entre os interlocutores pol�ticos, o especialista ressalta a import�ncia dos resultados obtidos pelas pesquisas na defini��o dos rumos eleitorais. De acordo com ele, os n�meros s�o uma esp�cie de “term�metro” popular, servindo para amparar batidas de martelo sobre a manuten��o de pr�-candidaturas e a costura de acordos. “Os partidos est�o muito atentos �s pesquisas para ver se recuam ou avan�am”, pontua ele. “As pesquisas v�m um momento decisivo, no qual o futuro dos grupos pol�ticos, partidos e candidatos � pensado e definido”, completa.
A legisla��o eleitoral obriga os institutos de pesquisa a registrarem oficialmente as sondagens. O levantamento F5/Estado de Minas ter� a chancela da Justi�a Eleitoral. Depois da sondagem deste m�s, ser�o feitas novas rodadas em abril e agosto, al�m de outras duas em setembro, m�s anterior ao pleito.
Em 2020, o F5 forneceu ao EM os levantamentos sobre os cen�rios dos pleitos municipais em diversas cidades do estado, incluindo Belo Horizonte.