
“A agenda do Paulo Guedes � uma, a do presidente � outra. O Paulo Guedes � um liberal que est� num governo ‘iliberal’, n�o tem como funcionar. � a mesma situa��o que eu estava no governo: minha agenda era, entre outras, anticorrup��o. Eu entendo que enfrentava resist�ncia no Congresso. Eu aceito que enfrentava resist�ncia no STF. Mas se um ministro n�o tem apoio e, ao contr�rio, tem sabotagem do presidente, voc� n�o consegue nem conversar. Foi o meu caso na agenda anticorrup��o.”
Moro defendeu ainda que � “ilus�o” acreditar que, em uma eventual reelei��o, Bolsonaro seja reformista e disse acreditar que as mesmas n�o v�o sair do papel, incluindo a reforma administrativa.
“Essas ilus�es j� ca�ram por terra. Se algu�m acredita que um segundo mandato do presidente vai ser reformista, acho que n�o aprendeu nada nesses tr�s, quatro anos. N�o � [um governo] reformista, n�o � isso que bate no cora��o do presidente Bolsonaro. Ent�o n�o adianta o Paulo Guedes vir aqui falar de um monte de reforma que n�o vai sair”.
O ex-ministro da Justi�a defendeu ser “muito diferente” de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
“Sou muito diferente de Bolsonaro e Lula. Em primeiro lugar, tenho por pressuposto que vivemos numa democracia. N�o devemos nem de um lado ou outro, intimida-la ou corromp�-la”.
Ele ainda destacou que, caso eleito, ser� de fato um “reformista”. “A principal diferen�a � que meu projeto � reformista. N�o quero nem revogar nem abandonar reformas. Temos no nosso DNA as reforma que precisam ser feitas para a gente voltar a crescer. N�o crescemos h� muito tempo porque estamos parados, sem lideran�as reformistas. O �ltimo presidente que fez reformas foi o Fernando Henrique Cardoso [PSDB]. Eu tenho defendido tr�s reformas: tribut�ria, administrativa e �tica”.
Como promessas de campanha, destacou o corte de privil�gios como o fim do foro privilegiado, assim como o fim da reelei��o de presidentes da Rep�blica.
“A gente pode dizer que � um compromisso escrito na pedra: fim da reelei��o de presidente da Rep�blica”. “Vamos acabar com o foro privilegiado para todo mundo, inclusive para o presidente. �s vezes, existem excessos, mas esses problemas n�o justificam excesso. O foro tem servido como blindagem para gente que faz coisas erradas”.
Privatiza��o
Moro se disse favor�vel a privatizar “o que for poss�vel”, desde que n�o troque o monop�lio p�blico por um privado. “A minha posi��o � muito clara. N�o tenho nenhum preconceito contra a privatiza��o. Em princ�pio sou favor�vel a privatizar tudo o que for poss�vel. N�o � um tema que a gente pode tratar da perspectiva ideol�gica. N�o obstante, o que n�s temos que analisar � se funciona do ponto de viabilidade econ�mica”. “Privatiza��o n�o pode resultar no monop�lio privado em substitui��o ao monop�lio p�blico”, continuou, emendando que seu programa econ�mico ainda est� em constru��o liderado pelo economista Affonso Celso Pastore.
Reforma administrativa
Ele criticou o texto da reforma administrativa, caracterizando-o como “p�ssimo” e defendeu meritocracia no funcionalismo p�blico. “A ideia � colocar a meritocracia dentro do servi�o p�blico. O foco de uma reforma nunca � demitir servidor, � incentivar. Precisa criar um regime de incentivo, treinamento e capacita��o para estimular os bons servidores”, disse.
Por fim, disse que “n�o existe bala de prata que resolve todos os trabalho da economia” e que � “essencial que tenhamos �ncora fiscal”.
“N�o existe uma bala de prata que resolve todos os problemas da economia, o que a gente precisa fazer � planejamento, dedica��o e esfor�o, mas tamb�m precisamos fazer reformas. Precisamos fazer para mexer tamb�m na administra��o p�blica, na parte executiva, e a gente consegue come�ar a avan�ar. � essencial que n�s tenhamos uma �ncora fiscal. A gente precisa sim de responsabilidade social, a gente precisa fazer a economia voltar a crescer”.
Mais cedo, pelas redes sociais, defendeu que “entre o petrol�o e a rachadinha, n�o h� escolha poss�vel”.
“S�rio que, entre um ladr�o de um lado e um ladr�o do outro, a culpa � do juiz? Entre o petrol�o e a rachadinha, n�o h� escolha poss�vel. Precisamos, sim, reformar nosso sistema de justi�a para que casos de corrup��o n�o fiquem impunes”, escreveu.