O jogo de xadrez dos partidos para criar as federa��es

As federa��es trouxeram para as elei��es deste ano um item de complexidade para o j� dif�cil quadro de forma��o de alian�as entre os partidos. Isso porque esse dispositivo, institu�do na reforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado, obriga os partidos a ficarem juntos pela pr�xima legislatura — algo que nem sempre interessa, pois v�rias coliga��es seguem regras de conveni�ncia pol�tica visando exclusivamente a conquista do voto. No atual quadro eleitoral, os partidos vivem diferentes est�gios para a forma��o das federa��es.

Um dos principais casos � entre PT e PSB, que n�o se acertam sobre o casamento dos pr�ximos quatro anos – e envolve, ainda, PCdoB e PV.

E com o an�ncio da pr�-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Esp�rito Santo, no �ltimo domingo, o problema aumentou. A decis�o veio semanas depois que o governador Renato Casagrande (PSB) recebeu o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), causando desconforto no PT.

Da parte do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), h� disposi��o em construir a federa��o com a inclus�o do PSB para formar maioria na C�mara dos Deputados. Por isso, continuam trabalhando para resolver os problemas regionais.

E � preciso ainda resolver a quest�o paulista: o PT lan�ou Fernando Haddad e o PSB, M�rcio Fran�a. Nenhum dos dois abre m�o de concorrer ao Pal�cio dos Bandeirantes. Impasses como esse se repetem em todo o pa�s para petistas e socialistas.

At� abril, o PT se esfor�ar� para concluir as negocia��es. Isso porque, caso Lula ven�a a corrida presidencial, contar� com uma base mais unida nas vota��es no Congresso Nacional e ainda ter� mais condi��es de resistir �s investidas do Centr�o — hoje quase todo fechado com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Centro-direita

Se na esquerda o di�logo parece ficar mais complicado a cada dia, na centro-direita o entendimento parece mais f�cil. Os presidentes do Uni�o Brasil, Luciano Bivar, do MDB, Baleia Rossi, e do PSDB, Bruno Ara�jo, admitiram a possibilidade de desistir de uma candidatura pr�pria nacional e v�rias estaduais para formar uma federa��o entre as tr�s siglas.

O Uni�o Brasil, por�m, tem que resolver entraves na Bahia, no Amap� e em Pernambuco. Para compensar, estados-chave — como S�o Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro — j� t�m o aval dos representantes no partido.

Nos bastidores do MDB, discute-se a hip�tese de fechar a Federa��o ou uma alian�a forte com o UB para a corrida ao Pal�cio do Planalto j� no pr�ximo m�s.

A possibilidade, nesse caso, � de uma converg�ncia em torno da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Os dois partidos trabalham para atrair os tucanos, mas incomodam-se com a ideia de que o governador de S�o Paulo Jo�o Doria seja o nome que v� represent�-los na disputa ao Pal�cio do Planalto.