
L�der das pesquisas de inten��o de voto, Luiz In�cio Lula da Silva foi �s redes sociais questionar "para que serve um presidente que briga com todo mundo". "At� em coisas s�rias, ele (Bolsonaro) mente, disse que tinha conseguido a paz ao viajar para a R�ssia", escreveu Lula. O petista referiu-se � declara��o de Jair Bolsonaro de que Putin "busca a paz" e que, "coincid�ncia ou n�o, parte das tropas deixaram a fronteira" durante a visita do presidente brasileiro.
Terceiro colocado na corrida eleitoral, Sergio Moro preferiu criticar ambos concorrentes. Acusou Bolsonaro e o Partido dos Trabalhadores de estarem alinhados a apoiadores da R�ssia. "Venezuela, Nicar�gua e Cuba apoiam a agress�o Russa � Ucr�nia. Alinhados com estas ditaduras est�o tamb�m Bolsonaro e o PT. N�s estamos do outro lado", escreveu.
O presidenci�vel Jo�o Doria (PSDB-SP) tamb�m atacou os dois p�los. Sobre a nota do PT contra os Estados Unidos, depois apagada, o tucano disse que o partido "desprezou a dor e o sofrimento de seres humanos para defender um ditador". Ontem, criticou Jair Bolsonaro: "Ao n�o assinar carta da OEA condenando a invas�o russa � Ucr�nia, o Brasil fica ao lado de ditaduras como Cuba e Nicar�gua, que tamb�m se recusaram a ratificar o documento. 500 brasileiros esperam por ajuda na Ucr�nia. Este governo ficar� ao lado da democracia ou do autoritarismo?", disparou o governador.
O Planalto reagiu. A primeira contraofensiva partiu do ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Segundo ele, a politiza��o da guerra na Ucr�nia � "oportunista". Em resposta � sugest�o de Lula para Bolsonaro ir � Ucr�nia em busca de paz, o ministro disse que o Brasil deve se preocupar com a Ur�nia, "um dos quase 70% dos munic�pios brasileiros com menos de 20.000 habitantes que precisam de pol�ticas p�blicas", escreveu. Segundo Ciro, � preciso "resolver os problemas brasileiros e n�o usar ironias estudantis para atacar o presidente Bolsonaro".
O presidente, por sua vez, se manifestou ontem nas redes sociais. Bolsonaro ressaltou as a��es do Brasil no �mbito diplom�tico e culpou a imprensa por "ru�dos" em seus posicionamentos contra a viol�ncia sofrida na Ucr�nia.
Para analistas pol�ticos, � poss�vel que pr�-candidatos se estendam nas cr�ticas � postura do Brasil ante o conflito europeu. � o que aposta o cientista pol�tico do Insper Leandro Consentino. "Como a terceira via est� vendo que a polariza��o est� estabelecida, eles v�o tentar explorar quaisquer fatos novos para tentar furar a polariza��o e se impor", avaliou. Para o especialista, a postura de Bolsonaro n�o deve mudar.
O professor do Instituto de Rela��es Internacionais da Universidade de Bras�lia (UnB) Roberto Goulart Menezes acredita que a guerra na Ucr�nia tende a se tornar um tema nas elei��es por conta de o Brasil ser membro dos Brics, assim como a R�ssia. "O Brasil ser� cobrado a se posicionar de modo firme frente �s graves viola��es que a R�ssia est� cometendo. Caso a guerra se estenda, sem d�vida ser� um tema da elei��o e no contexto da reconstru��o da pol�tica externa brasileira", observou.