
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), subiu o tom contra a presidente da C�mara Municipal, Nely Aquino (Podemos) e declarou que eles agora s�o “declaradamente inimigos”. A rea��o do chefe do Executivo ocorreu depois que a parlamentar devolveu ontem � PBH o projeto de lei sobre as diretrizes para baixar de R$ 4,50 para R$ 4,30 as tarifas de �nibus da capital. Em entrevista coletiva, Kalil afirmou que Nely tem o “del�rio” de ser candidata a vice-governadora de Minas Gerais na chapa de Romeu Zema (Novo).
O chefe do Executivo informou que vai apresentar o projeto novamente ao Legislativo. “Ou � m�-fe ou � incompet�ncia da presidente da C�mara Municipal de Belo Horizonte. Se ela me devolver de novo, vamos chamar um juiz e ver o que fazer. Se o juiz determinar o aumento da passagem, ela vai de R$ 4,50 para R$ 5,75”, disse ele em entrevista coletiva.
“Belo Horizonte � a �nica capital do Brasil que conseguiu, por ser uma prefeitura enxuta e robusta, baixar o pre�o da tarifa de �nibus para 2022. E, por quest�es pol�ticas, por esse del�rio de ser candidata a vice-governadora, [Nely] prejudica o que � de mais sagrado: a popula��o que precisa”, disse. “Acabou a festa dela e de seus asseclas”, criticou, instantes depois, em nova men��o � parlamentar.
Kalil afirmou que o movimento da C�mara para recusar o projeto sobre a diminui��o em R$ 0,20 do valor pago pelos usu�rios do transporte coletivo tem motiva��o pol�tica. E pediu “desculpas” ao povo belo-horizontino. “N�o achei que a agress�o a mim ia chegar a voc�s. Eu n�o sabia que esse �dio contra mim ia refletir na pobreza e em quem precisa”, disse.
As concession�rias dos coletivos pretendem elevar o pre�o da passagem para R$ 5,75. A fim de evitar o aumento, a PBH prop�s injetar R$ 156 milh�es neste ano e, assim, arcar com 10% das gratuidades aos passageiros. O repasse p�blico, al�m de evitar o aumento � casa dos R$ 5, geraria diminui��o em R$ 0,20 no valor atual da tarifa.
Kalil apontou aus�ncia de di�logo na postura da C�mara em rela��o ao projeto das passagens. Para ele, a devolu��o do texto antes mesmo de o tema ser posto em pauta impede que o conjunto de vereadores possa debater o assunto. Ele protestou contra o modus operandi de Nely Aquino. “O voo do poder � voo de galinha. Quem trata a popula��o assim n�o vai chegar em lugar algum”, afirmou.
Nely Aquino reagiu �s acusa��es do prefeito: “Caso o prefeito, assim como j� fez anteriormente, cometa crimes contra a honra de membros da C�mara Municipal ou crimes de viol�ncia pol�tica, ser� acionado judicialmente por isso”.
Segundo ela, o projeto n�o especifica os contratos do transporte p�blico que ser�o modificados por causa do repasse p�blico. “O caput do artigo 5º determina que o subs�dio proposto pelo projeto de lei dever� ser ‘objeto de termo aditivo ao contrato de concess�o’, mais uma vez utilizando express�o inespec�fica, que impossibilita determinar quais contratos de concess�o no munic�pio ser�o afetados pelo novo subs�dio”, l�-se em trecho do of�cio da presidente do Parlamento municipal.