
"Hoje, temos um problema a 10 mil km daqui. E a nossa responsabilidade, em primeiro lugar, � com o bem estar do nosso povo. A nossa postura tem mostrado ao mundo como estamos agindo neste epis�dio. Estamos conectados com o mundo todo. E o equil�brio, a isen��o e o respeito a todos se faz valer pelo chefe do Executivo. O Brasil n�o mergulhar� em uma aventura. O Brasil tem o seu caminho, respeita a liberdade de todos, faz tudo pela paz, mas, num primeiro lugar, temos que dar exemplo para isso", alegou.
Horas antes, sem m�scara, o presidente postou nas redes sociais imagens em que aparece cumprimentando apoiadores locais e tirando fotos. Um dos bolsonaristas se referiu a ele como um presidente do "saco roxo".
Posteriormente, andou de moto e parou pr�ximo a um ped�gio, onde ficou acenando na pista a um grupo de motociclistas.
Tamb�m estiveram presentes no evento das rodovias a deputada Federal Carla Zambelli (Uni�o-SP), o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio Freitas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Uni�o-SP), o ministro do GSI, o general Augusto Heleno, al�m do ex-ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, que antecipou a aposentadoria na reserva para tentar uma vaga na C�mara dos Deputados pelo Rio de Janeiro.
R�ssia x Ucr�nia
Na viagem � R�ssia no m�s passado, Bolsonaro se mostrou simp�tico � figura de Putin com o qual disse ter valores comuns. Sentados em poltronas pr�ximas e em breve discurso de ambos os lados, sem detalhar ao que se referia, o chefe do Executivo brasileiro afirmou que o pa�s "� solid�rio � R�ssia".
J� em coletiva no �ltimo dia 27, Bolsonaro adotou uma posi��o de neutralidade sobre o confronto no leste europeu. De acordo com o presidente, romper com a R�ssia poderia acarretar em fome e mis�ria, “e n�o queremos trazer mais sofrimentos”.
A respeito da invas�o russa � Ucr�nia, o presidente, em tom irritado, questionou a um dos jornalistas: "Voc� quer que eu fa�a o que para acabar com a guerra? Tudo que eu podia fazer eu j� fiz e vou continuar fazendo", disparou.
O presidente garantiu ainda na data que era um 'exagero falar em massacre' na Ucr�nia. "Eu entendo que n�o h� interesse por parte do l�der russo de praticar um massacre. Ele est� se empenhando em duas regi�es do Sul da Ucr�nia, nas quais, em referendo, mais de 90% da popula��o quis se tornar independente, se aproximando da R�ssia. Uma decis�o minha pode trazer s�rios preju�zos para o Brasil", reiterou.
"Mal informado"
Um dia depois, em resposta �s declara��es de Bolsonaro, o Encarregado de Neg�cios da Ucr�nia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse que o presidente est� "mal informado" e sugeriu que Bolsonaro dialogasse com o presidente ucraniano.
Tkach explicou que, "nesse momento, n�o se trata de apoio � Ucr�nia, se trata de apoio aos valores democr�ticos, direito internacional, incluindo fundamentos como n�o devastar as fronteiras, o respeito de soberania internacional e � integridade territorial".
No mesmo dia, � noite, o chefe do Executivo afirmou que n�o tem o qu� conversar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Alguns querem que eu converse com Zelensky, o presidente da Ucr�nia, eu, no momento, n�o tenho o que conversar com ele. Eu lamento, se depender de mim, n�o teremos guerra no mundo".
Bolsonaro tamb�m criticou o posicionamento do vice-presidente Hamilton Mour�o (PRTB) sobre o papel do Brasil na guerra da Ucr�nia. O general chegou a declarar que "o Brasil n�o est� neutro" e que o pa�s "n�o concorda com uma invas�o do territ�rio ucraniano". O chefe do Executivo rebateu que o vice n�o tem compet�ncia para fazer os coment�rios e disse que ele estaria "dando peruada naquilo que n�o lhe compete".
Ontem, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, ligou para Bolsonaro para conversar sobre o cessar-fogo na guerra da Ucr�nia.
Segundo a assessoria do brit�nico, ambos estadistas concordaram sobre a quest�o, e "o primeiro-ministro disse que as a��es do regime russo na Ucr�nia s�o repugnantes". O premi� ainda teria acrescentado que "civis inocentes est�o sendo mortos e cidades, destru�das, e que o mundo n�o pode permitir que a agress�o do presidente Putin tenha sucesso".
Johnson ainda teria relembrado a alian�a "vital" com o Brasil no per�odo da Segunda Guerra Mundial e que a for�a do pa�s � "novamente crucial nesse momento de crise".
Ainda de acordo com a assessoria do governo do Reino Unido, Boris Johnson destacou: "Juntos, o Reino Unido e o Brasil precisavam pedir o fim da viol�ncia".