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Estado de Minas Entrevista

Andr� Janones : 'Temos falsa polariza��o'

Pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica, deputado federal de Minas diz que vantagem de Lula e Bolsonaro � enganosa, e que eleitor decidir� na �ltima hora


20/03/2022 04:00 - atualizado 20/03/2022 07:54

André Janones
Andr� Janones: 'Bolsonaro n�o percebeu que virou presidente. Ele continua sendo deputado' (foto: Jorge Lopes/EM/D.a press)

Embora tenha milh�es de seguidores nas redes sociais e, muitas vezes, precise de apenas um clique para fazer viralizar um discurso, o deputado federal mineiro Andr� Janones (Avante) resolveu colocar o p� na estrada para impulsionar a pr�-candidatura ao Pal�cio do Planalto. “Por mais que eu tenha 13 milh�es de pessoas nas redes, n�o fui � Ucr�nia para tentar ganhar like. N�o sou youtuber ou influenciador”, diz, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.

A cita��o � Ucr�nia se conecta ao deputado estadual Arthur do Val (sem partido-SP), que gravou �udio com declara��es machistas a respeito das mulheres do Leste europeu. E, enquanto aposta no corpo a corpo para impulsionar a campanha, Janones se fia, tamb�m, em um programa de transfer�ncia de renda, definido por ele como “pontap� inicial” para diminuir o abismo entre ricos e pobres.

Nesta conversa, ele explica uma de suas ideias para viabilizar a renda b�sica: o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Segundo ele, tributando as riquezas de menos de 1% da popula��o, � poss�vel arrecadar cerca de R$ 100 bilh�es ao ano. Apesar disso, afirma que, para tirar o plano do papel, ser� preciso vencer a resist�ncia de alguns.

Janones tem percorrido o pa�s de avi�o, mas, nos destinos mais pr�ximos, um �nibus estilizado para a pr�-campanha, estampado com seu rosto e na cor laranja do Avante, costuma estar l� para transport�-lo nos deslocamentos entre as agendas. Embora sua pr�-candidatura tenha ganho f�lego quando apareceu empatado com Jo�o Doria (PSDB) em uma pesquisa eleitoral do Ipec — ambos tinham 2% —, o deputado n�o se apega nos levantamentos. Acredita que, no momento certo, o eleitor dar� aten��o ao pleito. “O eleitor s� volta as aten��es � elei��o nos �ltimos 30 dias [de campanha], em setembro”, diz.

N�o faltam cr�ticas a Jair Bolsonaro (PL), que, segundo ele, n�o se deu conta de que � presidente e continua atuando como deputado, e a Paulo Guedes, ministro da Economia, a quem aponta “insensibilidade”. Sobre a disputa nacional, o pr�-candidato do Avante � Presid�ncia diz que existe uma “falsa polariza��o” entre Bolsonaro e Lula e que eleitor vai decidir na �ltima hora em quem vai votar.

As candidaturas de Lula e Bolsonaro est�o bem � frente das demais, que ainda tentam achar espa�o para crescer. O que, na vis�o do senhor, vai ser determinante para definir os rumos da disputa?

A maioria das an�lises d� um cen�rio de polariza��o. Discordo absolutamente. Pode haver polariza��es falsas ou verdadeiras. Minas Gerais, hoje, vive um cen�rio de efetiva polariza��o. H� dois candidatos que, se n�o concorressem entre si, estariam praticamente eleitos.

S�o dois candidatos com altos �ndices de aprova��o, com n�meros muito bons e entregas para mostrar. O eleitor precisa escolher o melhor, mas o candidato preterido, provavelmente, em outro cen�rio, teria a aprova��o. Isso � a polariza��o de fato, muito dif�cil de se reverter. Por que n�o sou candidato ao governo em vez de me lan�ar � Presid�ncia? Um dos motivos � que, no cen�rio de hoje, minha candidatura n�o se justifica. N�o h� um v�cuo, uma necessidade.

Uma candidatura n�o pode partir de projeto pessoal ou vaidade. Isso � a polariza��o real, que n�o abre espa�o para uma terceira via. No cen�rio nacional, temos o que � tido como falsa polariza��o. As pessoas, quando perguntadas em uma pesquisa, t�m que responder em quem votariam hoje. E, como n�o h� ningu�m que as represente de fato — pelo menos entre os que conhecem —, elas t�m que escolher o menos pior. O eleitor do Lula, hoje, reconhece todos os erros do PT.
 
� ilus�o quem acha que o povo � bobo ou burro. Ele sabe exatamente o que aconteceu, mas considera que, mais importante do que remeter aos erros, � colocar algu�m na Presid�ncia. E, hoje, n�o temos presidente da Rep�blica. Temos uma pessoa que est� l�, [mas] muito aqu�m do cargo. At� hoje, n�o sabe o que est� fazendo l� e n�o tem consci�ncia do que � ser chefe de Estado. N�o tem nenhuma no��o da import�ncia daquela cadeira.

Na vis�o do senhor, Bolsonaro j� foi presidente em algum momento?

Em 2019, quando ele ainda estava tentando alguma constru��o pol�tica, antes de se isolar por op��o, poderia avali�-lo como um presidente ruim, fraco, mas que ainda tentava. O primeiro ano foi o que mais votei com o governo, porque via, simplesmente, algu�m aqu�m do cargo, mas que se esfor�ava para estar � altura.

Na pandemia, a gente conheceu o lado mais sombrio de Bolsonaro. Voc� come�ou a perceber que n�o era s� aquele ‘tioz�o do zap’, aquele cara despreparado, que apareceu l�. Tinha, realmente, algo maquiav�lico por tr�s. Ele, realmente, mostrou as faces de um projeto de poder. Assim como o eleitor do Lula reconhece os erros do PT, o eleitor do Bolsonaro reconhece os erros do governo, as falhas de gest�o na pandemia e, tamb�m, n�o � bobo ou burro. Mas, para esse eleitor, a prioridade � n�o permitir que o PT volte ao poder.
 
Claramente, est�o escolhendo entre o menos pior. Ou, falando no popular: entre o sujo e o mal lavado. Muita gente vai fazer a defesa [do governo] por ser um per�odo de pandemia. Mas, se voc� tem um presidente da Rep�blica que, no momento de mais dificuldade, voc� n�o pode contar com ele para nada, precisa-se do homem p�blico nesses momentos. Se Bolsonaro ser� um bom presidente s� quando as coisas estiverem indo bem, � o maior dos motivos para tirar ele de l�. � na hora da dificuldade que os grandes homens aparecem.

Hoje, ent�o, o senhor considera que o exerc�cio da Presid�ncia est� vago?
 
Absolutamente. N�o temos um presidente da Rep�blica, mas algu�m que est� na cadeira. Nas c�maras municipais, por exemplo, h� vereadores e vereadores. Temos pessoas que sentam naquela cadeira, foram eleitas e v�o ficar l� — voc� goste ou n�o. O cara chega, acompanha a sess�o e vai embora.

Ele n�o � um vereador no sentido estrito da palavra; n�o exerce, efetivamente, o mandato. Ele tomou posse e fica l�. � a mesma coisa que acontece com o presidente da Rep�blica, que, hoje, � um pr�-candidato como foi em 2021 e 2020. Temos, na cadeira de presidente, um candidato — que faz discursos, tem o cercadinho, que � um palanque, um com�cio moderno. Ele d� declara��es pol�micas, ataca a imprensa e ofende, n�o por uma op��o, mas por n�o dar conta. Quando voc� � despreparado, esconde esse despreparo na arrog�ncia e no ataque pessoal.

Diria que temos um candidato desde o in�cio. Algu�m fazendo pol�tica. Ou, talvez, tenhamos ali um deputado, porque s�o atribui��es absolutamente diferentes. O parlamentar est� na fun��o de falar; Bolsonaro n�o percebeu que virou presidente. Ele continua sendo deputado. Cargos diferentes exigem a��es e perfis diferentes. Bolsonaro, como presidente, � um excelente deputado. N�o tem medo de se posicionar e opina em todos os assuntos — at� naqueles em que deveria ficar calado.

O senhor falou em uma ‘falsa polariza��o’. Como ela vai impactar a elei��o?

Essa falsa polariza��o, em minha �tica, na reta final vai derreter. Existem ‘N’ exemplos onde isso aconteceu, inclusive em Minas. Para mim, o case da elei��o presidencial ser� o que aconteceu em Minas, em 2018. N�o acredito que vai se repetir o cen�rio nacional, mas que teremos, exatamente, o que houve aqui.

O eleitor que declarava voto no Anastasia, assim como os eleitores de Bolsonaro e de Lula hoje, reconhecia os erros do PSDB e as falhas de gest�o, mas a prioridade era tirar o PT do poder. Ao mesmo tempo, o eleitor do Pimentel reconhecia os erros do ent�o governador, mas a prioridade era n�o permitir que o grupo do A�cio Neves — e era assim que todo mundo via —, do PSDB, voltasse ao governo. Tamb�m estava se escolhendo entre o menos pior. Na reta final, descobre-se uma terceira candidatura, que vem atropelando todo mundo e vence [Romeu Zema].

Se as pessoas n�o se identificam com Lula e Bolsonaro, dever�amos ter uma terceira via com ao menos 20 pontos. Por que as pessoas n�o veem na terceira via essa op��o?

A resposta � muito �bvia: a cultura do voto �til. Voto em algu�m que vai ganhar. Voto no Lula envergonhado, reconhe�o os erros do PT, mas quem s�o os outros candidatos? ‘Ningu�m ganha’. Continuo votando no Lula porque tenho de tirar o Bolsonaro. E vice-versa: o eleitor do Bolsonaro olha as op��es, [diz] ‘todos fracos, sem possibilidade de vencer’ e continua votando no Bolsonaro para o PT n�o voltar. N�o acredito em crescimento de ningu�m na fase de pr�-candidatura em termos percentuais de voto. Nem no meu.

Crescer candidatura n�o significa percentual de voto. Nossa pr�-candidatura est� crescendo muito al�m do que eu esperava, mas est� se consolidando. Estamos estabelecendo di�logos, a pr�-candidatura come�a a ser respeitada, mas isso n�o reflete nas pesquisas. O cidad�o come�a a ouvir minha mensagem, mas ainda n�o se declara eleitor porque est� esperando ver viabilidade.

Se Lula ou Bolsonaro vencerem, n�o � por m�rito, mas por incompet�ncia minha e de todos os demais candidatos da terceira via, que n�o conseguimos levar a mensagem da maneira adequada. Durante a campanha, na reta final, nos debates com maior audi�ncia e as entrevistas, quando o eleitor se voltar � pol�tica para escolher o candidato, se ele ver o m�nimo de condi��o, preparo e viabilidade em algu�m da terceira via, ser� o escolhido. E, modestamente, n�o tenho d�vida de que nossa candidatura ser� uma das — talvez a �nica — com uma mensagem diferente para passar.

E que mensagem diferente � essa?

[A mensagem] da supera��o do debate ideol�gico. O que est� segurando o pa�s e desgra�ando o debate pol�tico, tirando o interesse das pessoas, � o discurso ideol�gico prevalecendo. N�o h� espa�o para debater problemas reais. O debate ideol�gico � v�lido e precisa existir, mas n�o pode ser priorit�rio. Temos que discutir a causa LGBT, ideologia de g�nero e se vai liberar, ou n�o, o porte de arma. O que n�o pode — � um exemplo, n�o que tenha ocorrido — � que, no dia em que a gasolina chega a quase R$ 10 o litro, os parlamentares usarem o microfone para debater ideologia de g�nero. Vivi isso tr�s anos.

Como o senhor avalia a postura de Paulo Guedes ante a crise dos combust�veis?

N�o d� para discutir com n�meros. [O pre�o] s� est� aumentando. Minha avalia��o � p�ssima por um motivo muito simples: n�o existe sensibilidade. � algu�m que vive destilando preconceito contra os mais pobres, e nem o faz  por mal. Acho que � a origem, a hist�ria e a falta de conhecimento de causa. Ele realmente acredita que � um problema a empregada ir � Disney, que se pagar um aux�lio emergencial as pessoas n�o v�o querer trabalhar — pois R$ 600 � muito dinheiro, como se fosse suficiente para o brasileiro realizar todas as aspira��es.

A falha n�o � dele, mas de quem o colocou l�. Esse � o papel de um l�der, que n�o tem de entender profundamente de todos os temas, mas ter uma no��o para escolher a equipe. � o que falta ao presidente Bolsonaro. Por isso, ele se esconde no debate ideol�gico. Um presidente da Rep�blica n�o tem que entrar em quest�es do Parlamento. Religi�o, por exemplo, � extremamente pessoal. V�rios candidatos t�m montado n�cleos de atua��o evang�lica. N�o tenho interesse no voto evang�lico, mas no voto do brasileiro, independentemente da religi�o.

Como o senhor analisa a atual pol�tica de pre�os da Petrobras? O que pensa em apresentar � popula��o para aliviar os custos dos motoristas?

Propositalmente, o assunto � discutido de modo a afastar a sociedade, parecer um debate intelectual, que voc� ouve e n�o entende, mas tem vergonha de dizer que n�o entendeu. Meu conhecimento na �rea econ�mica � superficial, mas busquei algum conhecimento espec�fico durante o mandato.

Fiquei chocado quando entendi a simplicidade. N�o precisa ser um g�nio da economia ou buscar algu�m nos EUA para resolver. Cerca de 80% do combust�vel consumido aqui � refinado em nosso pa�s; 20% v�m de fora. Na hora de estipular o pre�o, optou-se por uma pol�tica em que esses 20% ditam o pre�o dos 100%. Se o d�lar aumenta e o pre�o do barril l� fora sobe, vai subir dos 100%.

Quem sai beneficiado s�o os investidores. O lucro deles explodiu — at� 300% no aumento. Sobe o d�lar, aumenta o pre�o do combust�vel. � s� ir l� e mudar. Defendo [uma pol�tica] em que voc� inclua o custo da produ��o e estipule uma taxa de lucro fixa, que seja discutida com os investidores.

O que precisa para fazer isso? 

Querer. 

Se � t�o simples, por que ningu�m faz? 

Porque vai mexer no bolso de ‘meia d�zia’ de pessoas que controlam a economia do Brasil. Alega-se que esses investidores v�o deixar de investir na Petrobras, sair do pa�s e que a Petrobras vai quebrar. Mas como a Petrobras existia at� 2016 se ela vai quebrar caso deixemos de adotar a pol�tica de cota��o internacional? At� 2015, essa pol�tica n�o existia. Ela foi adotada como maneira de aumentar o lucro dos investidores. Se voc� reduzir o lucro em 300%, ainda assim seria um neg�cio extremamente vantajoso.

� como quando se fala em criar o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). A alega��o de quem � contra � que � um valor irris�rio. O deputado abrir m�o da gasolina n�o � valor irris�rio, [pois] ‘de gr�o em gr�o, a galinha enche o papo’. Mas, quando se fala em criar o IGF, que vai gerar arrecada��o de R$ 100 bilh�es [ao ano], � irris�rio? N�o �!

Defendo um programa de renda m�nima, e precisamos encontrar uma receita extra de R$ 500 milh�es ou R$ 600 milh�es, e 20% ou 30% do que precisamos viriam do IGF. Outra alega��o: quem tem grana, vai come�ar uma evas�o fiscal. A Receita tem instrumentos para fiscalizar 150 milh�es de brasileiros, mas n�o tem como fiscalizar menos de 1% da popula��o, que seria atingida pelo IGF?

Infelizmente, no Brasil, tem muita gente que conseguiu comprar uma casa pr�pria financiada em 30 anos, um carro parcelado em 60 meses, levar uma vida mediana, comer bem, sair uma vez na semana, viajar � praia com a fam�lia uma vez ao ano, e acha que � rica. Acham que, quando falam taxar as grandes fortunas, ser�o atingidos. Colocam-se no andar de cima, mas n�o perceberam que eles � que deveriam estar fomentando a luta pela diminui��o da desigualdade.

Falei isso em uma reuni�o com investidores na XP [Investimentos]. N�o tenho problema que ganhem os milh�es deles. A desigualdade sempre vai existir. Existe ‘espa�o’ para a meritocracia e quem se arrisca. O problema � que, no mesmo ambiente em que alguns ganham milh�es, existam pessoas na fila de um a�ougue pegando ossos para se alimentar. A gente consegue minimizar a desigualdade com a��es de coragem.

O senhor falou do Imposto sobre Grandes Fortunas e de renda b�sica. Como tirar do papel esse tributo e desagu�-lo em um programa de transfer�ncia de renda? O IGF � a principal ideia para diminuir a desigualdade?

A desigualdade � o �nico problema do pa�s; os outros, na economia, na educa��o e na sa�de, s�o efeitos colaterais. Poucos lugares no mundo t�m esse n�vel de desigualdade. E, para atacar esse problema, a principal a��o — um pontap� inicial, porque n�o acredito em uma solu��o para diminui��o efetiva das diferen�as antes de 20 anos — � instituir um programa de renda m�nima, que leve dignidade aos que vivem abaixo da linha de pobreza.

O cen�rio ideal � [repassar] R$ 1 mil, R$ 2 mil ou R$ 3 mil, mas mais importante do que o valor, � a abrang�ncia do benef�cio. Um erro do governo quando instituiu o Aux�lio Brasil: continuou com um valor relativamente razo�vel, mas diminui drasticamente, de 40 milh�es para 13 milh�es, o n�mero de atendidos. O recurso � um incentivo, garantir o m�nimo, e n�o para ningu�m se acomodar. 

Como buscar receitas extras? O carro-chefe � uma reforma tribut�ria profunda. Vamos fazer uma reforma para simplesmente facilitar a vida de quem est� no topo da pir�mide ou vamos facilitar a vida deles, mas com o objetivo final de diminuir a desigualdade? Se � isso, vamos come�ar a taxar jatinhos, iates e helic�pteros. Isso vai promover arrecada��o, mas, mais do que isso, vai passar a mensagem de que todos est�o colaborando, que somos um pa�s igual. Precisamos ter a cria��o do IGF, que levaria mais de R$ 100 bilh�es.

Quando o senhor cr� que o eleitorado vai decidir, de fato, em quem votar para presidente? Em 2018, houve uma elei��o decidida por grupos de WhatsApp. Qual o papel das redes neste ano?

Na reta final. O eleitor est� preocupado com a alta dos combust�veis e outros problemas reais. O eleitor s� volta as aten��es � elei��o nos �ltimos 30 dias [de campanha], em setembro. A principal ferramenta de comunica��o, novamente, ser� a rede social, mas com um diferencial: o eleitor est� mais esperto e cuidadoso com a quest�o das fake news.

A rede social reinou sozinha em 2018; em 2022, vai dividir espa�o com a imprensa escrita, a televis�o e os outros canais de m�dia tradicionais. Estamos migrando para o meio do caminho. No modelo antigo, a grande m�dia era detentora �nica das informa��es; depois, fomos para o outro extremo, onde o cidad�o buscava informa��o basicamente na rede. Agora, voc� atrela a credibilidade da m�dia � espontaneidade e ao dinamismo na rede social.

Em janeiro, o senhor projetou chegar a um patamar entre seis e oito por cento de inten��o de voto em ‘alguns meses’. Na mais recente pesquisa XP/Ipespe, por�m, apareceu com 1%. Nesta entrevista, o senhor deu a entender que mudou a percep��o sobre a import�ncia dos percentuais de inten��o de voto. O senhor n�o pensa mais em atingir esse patamar que tra�ou?

N�o considero pesquisas feitas por telefone. N�o por duvidar da credibilidade do instituto, porque n�o fa�o parte dos conspiracionistas, mas n�o acredito na metodologia. Pesquisa, para mim, que serve de embasamento, � a feita em domic�lio, e, em todas elas, variamos entre 2% e 3%.

De fato, dei um giro de 360 graus em minha percep��o. Quando comecei a viajar para outros estados, percebi que o eleitor n�o est� disposto a voltar as aten��es � disputa eleitoral neste momento. Nosso objetivo, agora, � criar corpo, levar a mensagem, visitar as capitais, a lideran�a e a imprensa. O crescimento de qualquer pr�-candidatura da terceira via s� ocorrer� no per�odo eleitoral.


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