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Estado de Minas BELO HORIZONTE

Quem � Fuad Noman, que vai assumir prefeitura de BH no lugar de Kalil

De perfil t�cnico e discreto, pr�ximo prefeito de Belo Horizonte � especialista em gest�o p�blica e atleticano como seu antecessor


25/03/2022 11:29 - atualizado 25/03/2022 19:55

Fuad Noman
Fuad Noman assume a prefeitura de Belo Horizonte (foto: Wikimmedia Commons/Reprodu��o )

Quando Fuad Jorge Noman Filho, ou simplesmente Fuad Noman, presidente municipal do PSD, deixou, em junho de 2020, o cargo de secret�rio da Fazenda da Prefeitura de Belo Horizonte para cuidar da reelei��o do ent�o prefeito Alexandre Kalil (PSD), ele n�o apenas sabia que seria o vice da chapa, como tampouco Kalil fizera segredo de seu projeto pol�tico: concorrer ao governo de Minas nas elei��es de 2022.

Eram fatos p�blicos. Nascido em Belo Horizonte, aos 74 anos, - ele faz anivers�rio em 30 de junho -, o economista Fuad Noman mantinha-se discret�ssimo. Diferentemente dos novos crist�os, que em 2016, diante da primeira elei��o do outsider ao governo da capital mineira, se apressaram em anunciar para si aquele sucesso eleitoral, Fuad quietava na muda, evitando disputar o protagonismo com a personagem principal.

Sempre que indagado sobre a grande probabilidade de assumir a PBH, com a necess�ria desincompatibiliza��o de Kalil para concorrer ao Pal�cio Tiradentes, o vice desencorajava a expectativa de poder que assume oficialmente na pr�xima ter�a-feira, em cerim�nia na C�mara Municipal de Belo Horizonte.

� discri��o, entre outras caracter�sticas que o levaram a ser considerado por Alexandre Kalil o seu “baluarte” nos primeiros anos do primeiro mandato, Fuad alia o perfil t�cnico �s habilidades pol�ticas, desenvolvidas em 50 anos de vida p�blica nos bastidores do poder.

Bacharel em Ci�ncias Econ�micas pelo Centro de Ensino Unificado de Bras�lia (Ceub), p�s-graduado em Programa��o Econ�mica e Execu��o Or�ament�ria, Fuad ingressou no servi�o p�blico como funcion�rio de carreira do Banco Central do Brasil.

Trabalhou no Tesouro Nacional, foi secret�rio-executivo da Casa Civil da Presid�ncia da Rep�blica durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi diretor do Banco do Brasil e presidente da BrasilPrev; consultor do Fundo Monet�rio Internacional para o governo de Cabo Verde.

Ent�o filiado ao PSDB, em Minas, foi secret�rio de estado da Fazenda (2003-2007), no primeiro mandato de A�cio Neves; depois foi secret�rio de Transportes e Obras P�blicas (2007-2010) durante o governo de Antonio Anastasia. 

Ser prefeito de Belo Horizonte, �, de longe, o mais importante cargo que Fuad ocupa - tanto da perspectiva da visibilidade quanto do peso pol�tico - , sem que jamais tenha encabe�ado uma disputa eleitoral. 

Com o novo prefeito, � esperada uma reforma administrativa j� que, al�m de Alexandre Kalil, deixar�o a prefeitura o secret�rio de Sa�de, Jackson Machado, a secret�ria de Pol�ticas Urbanas, Maria Caldas, a de Assuntos Institucionais e Comunica��o, Adriana Branco, e o procurador-geral Castelar Guimar�es. Tamb�m Paulo Lamac (Rede), que foi vice de Kalil no primeiro mandato, deixar� o cargo de assessor na Secretaria do Meio Ambiente, para concorrer � C�mara dos Deputados. 

O atual secret�rio de Obras, Josu� Valad�o, - que por oito anos foi secret�rio do ex-prefeito Marcio Lacerda - vai para a secretaria de Governo com o desafio de pacificar a rela��o com a C�mara Municipal.

O pr�prio Fuad Noman tem experi�ncia nesse relacionamento pragm�tico entre Executivo e Legislativo. Quando assumiu a presid�ncia municipal do PSD, Fuad chamou para si as tratativas em torno da reelei��o de Kalil, inclusive a forma��o da chapa de candidatos a vereador da legenda.

O PSD, que em 2016 conquistou apenas duas cadeiras, foi inflado ao longo do primeiro mandato de Kalil alcan�ado bancada de 13 vereadores. A legenda conquistou seis cadeiras, � a maior bancada legislativa, mas insuficiente para garantir maioria ao Executivo, bombardeado pela a��o pol�tica do deputado federal Marcelo Aro (PP), prov�vel vice na chapa de Romeu Zema. 

O septuagen�rio Fuad Noman, casado com Monica Drummond, pai de dois filhos, � dado a recome�os: h� cinco anos desengavetou a ambi��o liter�ria e  lan�ou “O Amargo e o Doce” (Editora Quixote), ao qual se seguiu “Cobi�a”, (Editora Ramalhete), dois anos depois.

Ambos constru�dos pelo olhar para a “pol�tica como ela �” – sobretudo naqueles grot�es apelidados de “burgos podres” por Tancredo Neves - , em que at� o final do s�culo 20 ainda imprimiam � l�gica eleitoral  elementos fundantes do coronelismo.

De tanto rodar pelo interior mineiro para acompanhar campanhas majorit�rias, Fuad acumulou hist�rias para reconstruir em seus romances o contexto pol�tico e cultural em que transitam as personagens ficcionais.

No campo dos costumes, os dois livros de Fuad abordam temas abominados nas alcovas mentais do pensamento conservador:  a viol�ncia praticada contra a mulher pelo patriarcado mineiro e a orienta��o sexual de homens e mulheres, numa sociedade em que a tradicional fam�lia mineira, encobria o homossexualismo sob o manto sagrado de arranjos for�ados em casamentos heterossexuais. 

Fuad Noman n�o foi para Kalil o tradicional vice, cujo relacionamento evolui ao longo do mandato para o desconforto ou o confronto aberto, Newton Cardoso foi para Itamar Franco ; Roberto Carvalho para Marcio Lacerda; Michel Temer para Dilma Rousseff.

Se deixou o mandato, como previra, para concorrer ao governo de Minas, � porque Kalil v� em Fuad muito mais do que um aliado que tamb�m torce para o Clube Atl�tico Mineiro, tamb�m de ascend�ncia s�ria, - a fam�lia de Fuad � origin�ria da cidade de Homs. Kalil conta com Fuad para consolidar um projeto pol�tico. 



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