Tain� Andrade, Raphael Felice e Ingrid Soares
O presidente Jair Bolsonaro (PL) desmentiu o pr�prio partido sobre o objetivo do evento que ser� realizado, hoje, �s 10h, no Centro de Conven��es do Brasil. H� quatro dias, o partido tornou p�blico que mudaria o teor do evento de um pr�-lan�amento de candidatura de Bolsonaro para incentivar novas filia��es ao PL. A decis�o teria dois motivos: aproveitar o per�odo da janela partid�ria e evitar problemas com a lei das elei��es, que permite o in�cio das campanhas eleitorais somente a partir de 16 de agosto.
No entanto, ontem, em passeio de moto em Santo Ant�nio do Descoberto (GO), o pr�prio presidente afirmou que lan�ar� a pr�-candidatura no evento do partido. “Ainda n�o vou come�ar a campanha. A campanha � 45 dias antes. S� sou pr�-candidato � reelei��o”, declarou.
Uma mo�a que estava pr�ximo ao presidente comentou que a campanha j� havia come�ado, em apoio. “A gente come�a a campanha aqui. N�o precisa dele pra come�ar n�o. O nosso amor, o nosso acreditar j� come�a aqui. Ent�o a sua campanha j� existe desde a �poca em que voc� come�ou a fazer essas a��es aqui em Bras�lia e no Brasil, pode ter certeza disso. O presidente � quem faz, n�o � quem fala”, brandou.
Essa foi a terceira vez que Bolsonaro teve o pr�-lan�amento adiado. A primeira foi em 29 de janeiro, em seguida foi marcada para 26 de mar�o, depois para um dia depois e agora segue sem data. A advogada do partido, Caroline Lacerda, informou, na quarta-feira, que a decis�o foi para evitar “poss�veis questionamentos jur�dicos” e preferiram se amparar na lei. Na programa��o do evento estava prevista a reuni�o de caravanas de apoio a Bolsonaro, o que poderia ser comparado a um com�cio.
A lei das elei��es diz que os partidos podem realizar conven��es, eventos partid�rios para decidir e anunciar sobre seus candidatos. Do mesmo modo, eles podem divulgar as pr�-candidaturas em entrevistas ou nas redes sociais. Mas eventos que pe�am votos expl�citos ao candidato configuram propaganda eleitoral.
Na declara��o em Goi�s, Bolsonaro tamb�m avisou que o p�blico n�o precisaria de inscri��o para ingressar no evento. “Amanh� est� previsto, �s 10 da manh�. Deve ter muita gente l�, muita gente est� se inscrevendo. N�o precisa se inscrever. Se tiver espa�o, vai entrar mesmo quem n�o estiver inscrito. � o lan�amento da pr�-candidatura”, completou. Esse foi outro desalinhamento com o partido, que organizou a cerim�nia com um credenciamento do p�blico, que poderia retirar o ingresso em um site.
Crescimento Ap�s o PL alterar o status do evento, agora intitulado Movimento Filia Brasil, quer se limitar � filia��o de novos correligion�rios. Independentemente do status da cerim�nia, com a chegada do presidente da Rep�blica, o PL j� recebeu v�rios novos quadros bolsonaristas e se tornou a maior bancada da C�mara dos Deputados nesta janela partid�ria, com 65 integrantes (antes, o partido tinha 42). Caroline Lacerda, do escrit�rio de advocacia de Tarc�sio Vieira de Carvalho Neto, relatou que o evento contar� com palestras de temas como a participa��o de mulheres e de jovens sobre os ideais do partido, al�m de declara��es dos principais nomes de dentro do partido.
“Tudo pensado para estar dentro da lei das elei��es. O PL tem a expectativa de que seja um grande evento e que a filia��o seja estimulada at� mesmo em outros estados”, disse. Entre os nomes do partido que devem fazer uso da palavra e estar em evid�ncia s�o alguns dos novos quadros bolsonaristas que entram na legenda j� com status de caciques, como Eduardo Bolsonaro (SP), Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (SP), o l�der da bancada evang�lica S�stenes Cavalcante, al�m do ex-l�der do governo na C�mara, Major Vitor Hugo, que vai disputar o governo de Goi�s.
Tamb�m s�o esperados no partido integrantes da Esplanada dos Minist�rios que est�o licenciados de suas atribui��es no Congresso devido a suas atua��es nas pastas executivas. Al�m de Fl�via Arruda, que j� est� no PL, o partido de Bolsonaro deve abrigar Gilson Machado, Rog�rio Marinho, Onyx Lorenzoni, Marcos Pontes e possivelmente Jo�o Roma e Braga Netto, o mais cotado a vice na chapa de Bolsonaro � reelei��o.
No PL, apesar da preocupa��o em alguns estados – sobretudo naqueles em que Bolsonaro possui forte rejei��o –, na esfera nacional, h� consenso em apoiar Jair Bolsonaro, sobretudo pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto. H� cerca de duas semanas o chef�o do PL disse que a legenda teve “sorte” de receber Bolsonaro, devido ao crescimento do partido. “Eu nunca pensei que �amos chegar aonde n�s estamos chegando, independentemente de qualquer coisa, porque o eleitor do Bolsonaro � fiel. E, aconte�a o que acontecer, o resultado vai vir. � por isso que n�s temos que ser fi�is ao Bolsonaro, fazer tudo o que ele pede, tudo o que ele precisa, para podermos retribuir o que ele fez por n�s”, disse.