![Cláudia Navarro, secretária de Saúde de BH: 'Vamos com calma [sobre o uso de máscara], vamos olhar os dados. É uma decisão de toda a equipe, que envolve vários profissionais, mas sem dúvida nenhuma vai ser uma das questões a que daremos prioridade'(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press) Cláudia Navarro, secretária de Saúde de BH](https://i.em.com.br/CE5lqOWUm8iF7t3N8kCO54xXCWI=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2022/03/31/1356745/claudia-navarro-secretaria-de-saude-de-bh_1_36901.jpg)
A nova secret�ria de Sa�de de Belo Horizonte ser� Cl�udia Navarro, nomeada ontem pelo prefeito Fuad Noman. Ex-presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), ela � doutora em reprodu��o humana, especialista em ginecologia e obstetr�cia, graduou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atualmente integra o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG). Em entrevista ao Estado de Minas, ela apontou as prioridades de sua gest�o, muitas decorrentes ainda da pandemia do novo coronav�rus."Tem problemas que acabaram se acumulando, principalmente por conta da pandemia. Uma grande preocupa��o hoje � com a fila da cirurgia eletiva, porque teve que se dar prioridade dos leitos para a COVID, o que atrasou cirurgias, consultas, exames", declarou.
Cl�udia Navarro, entretanto, diz que a COVID precisa ser considerada ainda. "A pandemia n�o pode ser deixada de lado. Apesar de os n�meros terem estabilizado e estar caindo, ainda � uma quest�o muito importante e que a gente tem que continuar para que n�o volte a subir", ponderou. (Confira ao lado entrevista da secret�ria sobre as prioridades de sua gest�o.)
Sobre o fato de ainda integrar o CRM-MG, a nova secret�ria de Sa�de disse que vai oficializar imediatamente sua sa�da do cargo de conselheira da entidade. "Acho que n�o � compat�vel, n�o s� do ponto de vista filos�fico, como tamb�m do pr�tico. N�o consigo ser conselheira e secret�ria da Sa�de, porque quando me proponho a assumir algum desafio, eu realmente dedico o m�ximo que eu posso", declarou � reportagem.
Ela foi presidente do CRM-MG de 2018 a 2020 e afirma que o pedido para deixar o �rg�o j� havia sido comunicado � presid�ncia e aos demais conselheiros. “Eu gostaria de dizer que eu sou funcion�ria p�blica da rede municipal, que trabalhei em centro de sa�de, na aten��o secund�ria, no hospital das cl�nicas, sempre com o Sistema �nico de Sa�de (SUS). Aposentei-me este ano, mas tenho uma experi�ncia enorme", ponderou a secret�ria.
REA��O
Na �ltima segunda-feira, 40 entidades, coletivos e vereadores se manifestaram contra a presen�a de uma integrante do CRM-MG na chefia da Secretaria Municipal de Sa�de ap�s o nome da atual segunda vice-presidente, Fabiana Prado dos Santos Nogueira, ser especulado para a vaga. “O SUS-BH n�o � espa�o de privil�gio de corpora��es, muito menos quando a entidade em quest�o se posiciona de forma equivocada em rela��o � sa�de p�blica em v�rios campos, sempre defendendo interesses pr�prios e privatistas em detrimento da sa�de da popula��o”, disseram no comunicado.
De acordo com Navarro, a sua nomea��o n�o aconteceu pelos cargos que ocupou no CRM-MG, e ressaltou que os protestos n�o s�o contra ela. "Acho que n�o existe nenhum questionamento de a profissional Cl�udia Navarro assumir o cargo. O questionamento era: 'O CRM est� dentro da secretaria? O CRM est� assumindo a secretaria?'. N�o. Quem est� assumindo a Secretaria Municipal de Sa�de hoje � uma profissional m�dica que trabalhou 30 anos numa linha de frente e que tem uma experi�ncia enorme no SUS", ponderou. O CRM-MG declarou, em nota enviada ao Estado de Minas, que neste momento n�o vai se pronunciar sobre a carta, nem sobre a nomea��o da ex-presidente da entidade.
CINCO PERGUNTAS PARA...
Cl�udia Navarro
Secret�ria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte
O uso de m�scaras vai continuar sendo obrigat�rio em locais fechados?
Ainda n�o temos nenhum posicionamento. Vamos com calma, vamos olhar os dados. � uma decis�o de toda a equipe, que envolve v�rios profissionais, mas sem d�vida nenhuma vai ser uma das quest�es a que daremos prioridade. A gente tem que ter todo o embasamento t�cnico, cient�fico e estat�stico para n�o tomar nenhuma decis�o que atrapalhe o bom andamento que tivemos no enfrentamento da pandemia.
Qual o seu posicionamento sobre o fim do Comit� de Enfrentamento � COVID-19?
O Comit� de Enfrentamento � COVID foi criado em 2020, com t�rmino previsto para 31 de mar�o de 2022. Ou seja, fui nomeada hoje [ontem] e o comit� vai se encerrar coincidentemente amanh� [hoje] por uma decis�o que foi tomada h� dois anos.
Os profissionais que integram o Comit� de Enfrentamento � COVID v�o continuar?
Os funcion�rios n�o estar�o totalmente fora por causa do encerramento do comit�. Decis�es v�o ser tomadas, n�s vamos consult�-los. Do ponto de vista pr�tico operacional eu n�o sei. S� quero dizer que o trabalho deles foi brilhante e n�o pode ser desconsiderado de uma hora para outra de forma alguma.
Quais medidas v�o ser tomadas para o combate � dengue?
J� conversei muito com os respons�veis pela �rea de vigil�ncia, sem d�vida � uma grande preocupa��o. A gente sabe o que significa uma epidemia de dengue e s�o v�rios os cuidados. Ter armadilhas para saber analisar o crescimento, trabalhar com drones que s�o capazes de atingir �reas muito pequenas, como resid�ncias, usar mosquitos n�o contaminados para substituir e combater, al�m de outras medidas.
Como resolver os problemas de infraestrutura nas unidades de sa�de?
Temos 152 centros de sa�de distribu�dos em nove regionais. A gente tem que se preocupar com muita coisa. A quest�o da estrutura f�sica, por exemplo, pois alguns ainda funcionam em antigas resid�ncias que foram adaptadas e isso por si j� prejudica uma boa assist�ncia. O ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) investiu na reforma ou constru��o de 50 unidades e 33 j� foram entregues. A expectativa � que at� outubro todas as unidades estejam funcionando bem. Uma outra quest�o que atrapalha ou dificulta a assist�ncia � a popula��o saber a diferen�a entre um centro de sa�de e uma unidade de pronto-atendimento (UPA). Muitas pessoas da UPA poderiam estar nos centros, e esse � um ponto de gargalo.