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Estado de Minas GOVERNO

Presidente do FNDE diz que pastores iam ao MEC apenas para fazer ora��es

Integrante do Minist�rio da Educa��o confirma presen�a de dois evang�licos em eventos na pasta


08/04/2022 04:00 - atualizado 07/04/2022 23:18

Marcelo Lopes da Ponte, presidente do FNDE
Marcelo Lopes da Ponte, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE): Acredito que terceiros usaram o nome dele [Milton Ribeiro], e o meu, eventualmente, para se gabaritar ou fazer lobby sem nossa autoriza��o" (foto: PEDRO FRAN�A/AG�NCIA SENADO)


Bras�lia – Convidados pela Comiss�o de Educa��o do Senado para prestar esclarecimentos sobre as den�ncias envolvendo seus nomes em tr�fico de influ�ncia para libera��o de verbas no Minist�rio da Educa��o, os pastores evang�licos Gilmar Santos e Arilton Moura, enviaram of�cios ao colegiado informando que n�o compareceriam. A negativa levou o presidente da comiss�o, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a afirmar que uma comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) "est� cada vez mais pr�xima de acontecer". O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) j� conseguiu 26 das 27 assinaturas necess�rias para instalar a CPI. Quem dep�s ontem foi o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte, que confirmou ter participado de quatro agendas com pastores no Minist�rio da Educa��o, megou envolvimento em corrup��o na libera��o de recursos para munic�pios.

"Um rem�dio amargo, por�m necess�rio. O que n�s queremos � esclarecer os fatos. O que nos compete � que os recursos p�blicos realmente cumpram sua fun��o na sociedade, para n�s termos uma educa��o de melhor qualidade. Pelo menos ele [o presidente do FNDE] veio aqui e prestigiou nossa comiss�o”, disse Marcelo Castro, referindo-se � aus�ncia dos pastores.

Em seu depoimento, Marcelo da Ponte afirmou sobre os pastores: “Eu os conheci numa agenda no Minist�rio da Educa��o, minha rela��o foi enquanto convidado para essas audi�ncias", disse Marcelo, na sess�o agendada para presta��o de esclarecimentos sobre as den�ncias de favorecimento indevido na destina��o de verbas p�blicas do MEC.

Ele afirmou a que fun��o desses pastores nas reuni�es das quais participou era fazer "alguma fala" ou "ora��o". "�s vezes fazia alguma fala, alguma ora��o. Foi o que eu percebi, que eu tive entendimento. Nada al�m disso que eu tenha percebido. Eram o que eles geralmente faziam”, afirmou. Presidente do FNDE desde junho de 2020, Marcelo Lopes negou tamb�m que tenha se encontrado com prefeitos a pedido dos pastores e disse que os repasses do fundo aos munic�pios citados nas den�ncias de corrup��o foram suspendidos preventivamente.

Lopes da Ponte refor�ou que acredita na boa conduta do ex-ministro da Educa��o Milton Ribeiro. "O ministro Milton Ribeiro tem a minha mais elevada estima. Acredito na conduta dele. Acredito que terceiros usaram o nome dele, e o meu, eventualmente, para se gabaritar ou fazer lobby sem nossa autoriza��o", afirmou aos senadores.

PEDIDO EXPRESSO

A Comiss�o de Educa��o do Senado realiza audi�ncias para apurar o beneficiamento indevido na destina��o dos recursos da educa��o. A apura��o ocorre ap�s a imprensa ter divulgado �udios em que o ex-ministro Milton Ribeiro afirma priorizar munic�pios administrados por prefeitos vinculados aos pastores na libera��o de recursos do Fundo Nacional da Educa��o (FNDE). Na grava��o, Ribeiro ainda cita que o favorecimento � um pedido expresso do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na �ltima ter�a-feira, durante audi�ncia p�blica, tr�s prefeitos confirmaram � Comiss�o de Educa��o que receberam pedido de propina para destravar a libera��o de recursos do FNDE.

Pressionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Marcelo da Ponte ele acabou admitindo que os encontrou "algumas vezes no FNDE" tamb�m. Marcelo da Ponte chegou a negar ter conhecimento de que os pastores organizassem eventos com prefeitos. Randolfe exibiu, por�m, um v�deo de um evento em Salin�polis (SP) em que o presidente do FNDE se dirige aos dois pastores, sentados � mesa de honra do evento, e declara: "Pastor Gilmar, mais uma vez juntos, muito obrigado pela presen�a; pastor Arilton, que sempre organiza...". “Foi um modo de falar. Eles me diziam, por exemplo, quantos prefeitos estariam [l�], para eu saber o n�mero de t�cnicos que precisava levar para o evento”, justificou Marcelo da Ponte.

O presidente do FNDE acrescentou ter prestado esclarecimentos � Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) em um processo sigiloso que apurou as den�ncias. Anunciou ainda a suspens�o preventiva dos repasses do fundo aos munic�pios citados nas den�ncias de corrup��o cujos prefeitos foram convidados a depor na comiss�o na �ltima ter�a-feira.
 
Randolfe Rodrigues
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) j� conseguiu 26 das 27 assinaturas necess�rios para abrir CPI do MEC (foto: WALDEMIR BARRETO/AG�NCIA SENADO)
 

Mobiliza��o para instalar CPI

Bras�lia – O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que j� tem 26 assinaturas necess�rias para instalar uma CPI sobre as den�ncias de corrup��o no Minist�rio da Educa��o. Apesar de ainda n�o ter atingido a totalidade de assinaturas, o nome do presidente da Comiss�o de Educa��o, de Marcelo Castro (MDB-PI), � ainda n�o consta na rela��o. O emedebista vem afirmando querer tentar ouvir o ministro interino da Educa��o, Victor Godoy, e tamb�m o ex-ministro Milton Ribeiro, piv� do esc�ndalo do MEC. Os senadores da oposi��o presentes na comiss�o avaliaram o depoimento do presidente do FNDE como pouco esclarecedor e j� afirmam que o entendimento de momento � “marchar para uma CPI, segundo Marcelo Castro.

O senador Carlos Viana (PL-MG), da base do governo, declarou-se contr�rio a uma CPI, embora favor�vel � investiga��o das den�ncias. “N�o � momento para isso. O pa�s est� precisando retomar o crescimento, como est� acontecendo”, argumentou. Outros senadores do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, Marcos Rog�rio (PL-RO) e Carlos Portinho (PL-RJ) argumentaram que o caso no Minist�rio da Educa��o evidencia n�o haver corrup��o no governo federal, afinal, segundo eles, n�o se concretizou o tr�fico de influ�ncia. “Nenhum governo � imune � tentativa de fraude. Mas aqui os �rg�os de controle funcionam, sobretudo internamente, coisa que n�o acontecia nos governos do PT. Espertalh�es certamente existem em todos os n�veis do governo. No governo do presidente Bolsonaro, at� este momento, corrup��o zero”, disse Marcos Rog�rio.

Portinho acusou a imprensa de "desconhecimento sobre gest�o p�blica", referindo-se ao caso do preg�o dos �nibus. Ele deu a entender que um �nibus escolar � mais caro que um �nibus comum, por necessitar de equipamentos espec�ficos e, no caso daqueles destinados � zona rural, tra��o dupla para circular em estradas prec�rias. Wellington Fagundes (PL-MT) e Lasier Martins (Podemos-RS) lamentaram que a paralisa��o de obras, em raz�o de suspeitas de corrup��o, impe�a a inaugura��o de novas escolas. Opinando sobre a quest�o, Marcelo da Ponte defendeu que a lei permita a revis�o do valor de obras "que estejam saneadas", j� que "uma obra de 2013 n�o tem o mesmo valor de hoje, e o prefeito muitas vezes n�o consegue continuar uma obra com o valor que est� pactuado".

Bolsonaro minimiza den�ncias

Bras�lia – O presidente Jair Bolsonaro (PL ) comentou ontem as den�ncias de corrup��o apontadas no governo. Segundo ele, h� pessoas que erram por “boa f�”. Ele alegou que sua gest�o est� focada em medidas de “preven��o” e, sem explicar o que quis dizer, afirmou n�o querer esc�ndalo, mas, sim, “resolver o assunto”. “A imprensa tem divulgado que no governo Bolsonaro existem sete suspeitas de corrup��o. Poxa vida. Chegaram a isso? Sete suspeitos de corrup��o?”, questionou, rindo. “Buscamos fazer a coisa certa e investimos muito na preven��o. A gente sempre procura se antecipar �queles que, de vez em quando, at� por boa f�, n�, mas erram. A gente n�o quer o esc�ndalo, quer resolver o assunto. Ent�o, a gente vai tendo exemplo.”

Bolsonaro (PL) cumprimentou os parlamentares que votaram contra a urg�ncia do projeto das fake news. A declara��o ocorreu durante a cerim�nia de lan�amento do "BB Antecipa Frete" e do "BB CPR Preserva��o". "Parabenizo os parlamentares que n�o deram urg�ncia. Seria uma forma de balizar os excessos das m�dias sociais. Quem abre m�o de um pouco da sua liberdade para ter seguran�a, acaba n�o tendo liberdade, nem seguran�a. Parab�ns aos parlamentares. Por nove votos n�o passou a urg�ncia. E olha quem era o relator: um deputado do PCdoB. Qualquer proposta enquanto era parlamentar, de acordo com o partido do caboclo, eu j� votava contra, eu nem lia o projeto. N�o tinha o que discutir. N�o pode vir coisa boa de quem defende o comunismo”, alegou

Ele afirmou ainda que era “estatizante” como parlamentar. “A imprensa (est�) o tempo todo atirando de .50 em cima da gente. E como � que a gente resiste a tudo isso a�? Porque � resili�ncia de todos n�s, dos senhores, tamb�m servidores do BB, em buscar fazer a coisa certa. O Paulo Guedes (ministro da Economia) recebia o Sachsida. � um homem de vis�o. Em 2017, frequentava meu gabinete. Ele apareceu l� com um laptop e eu: 'Quem � esse cara a�'. 'N�o sei, p�'. Me ajudava a entender um pouco de economia. Eu mudei. Eu era estatizante. L� atr�s, eu votava com a esquerda muita coisa. E em pouco tempo, a gente, nessa quest�o econ�mica, v� qual � o caminho certo, qual o norte. Sem liberdade, a gente n�o vai a lugar nenhum”, alegou.

Bolsonaro aproveitou para criticar indiretamente o PT. “As pessoas s� podem ter iniciativas se tiverem liberdade. Como era loteado no passado o Banco do Brasil, presidente e diretores? Voc�s sabem. Como era a Caixa Econ�mica, os minist�rios, as estatais, as secretarias? N�o tinha como dar certo. O que eu sempre fiz? Liberdade total ao Fausto (Ribeiro, presidente do Banco do Brasil), ao Pedro (Guimar�es, presidente), da Caixa; Guedes, da Economia, e demais ministros.”



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