
Em princ�pio, a apresenta��o do nome de Alckmin seria mais um passo na liturgia que envolve a uni�o de PT e PSB para o pleito de outubro. Mas, diante de uma semana em que o notici�rio foi pouco favor�vel � candidatura petista, o encontro de hoje ter� como objetivo, tamb�m, injetar �nimo na pr�-campanha. N�o ser�, ainda, o lan�amento oficial da chapa Lula-Alckmin, que deve ocorrer entre o fim de abril e meados de maio.
A fala de Lula sobre aborto e a sugest�o que o ex-presidente deu ao eleitor para que v� � casa dos pol�ticos fazer press�o foram amplamente criticadas por grupos ligados ao bolsonarismo e criou constrangimento dentro do pr�prio PT. O ex-presidente teve de se explicar, ontem, para amenizar a repercuss�o das declara��es. No caso do aborto, depois de se dizer favor�vel � pr�tica como pol�tica de sa�de p�blica, Lula declarou que, como pai e av�, � contra, mas defende que as mulheres possam ser atendidas pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS).
"� melhor ele (Lula) ficar calado. Bolsonaro fechou a boca e est� subindo (nas pesquisas). N�o que o prejudique na campanha, mas cria ru�dos, principalmente na elite pol�tica", queixou-se um parlamentar lulista.
- Leia: Lula derrapa onde Bolsonaro nada de bra�ada: elei��o n�o termina na v�spera
�s declara��es pol�micas de Lula somaram-se fatos da corrida eleitoral que deixaram pouco espa�o para not�cias positivas. O bom desempenho das legendas da base do governo no fechamento da janela partid�ria sinalizou palanques fortes para a campanha de reelei��o do chefe do Executivo. PL, PP e Republicanos, que formam a base de sustenta��o de Bolsonaro, comemoraram o crescimento de suas bancadas federais. A esquerda, ao contr�rio, amargou perdas. O PSB, por exemplo, tinha 32 deputados no in�cio da legislatura. Minguou nesta semana para 25. S� o PT seguiu praticamente do mesmo tamanho na C�mara.
As mais recentes pesquisas de inten��o de voto tamb�m ajudaram a alimentar o otimismo do lado bolsonarista e acenderam o alerta na campanha do PT. J� sem o nome do ex-ministro Sergio Moro, cujo futuro pol�tico segue indefinido, os levantamentos confirmam a tend�ncia de Bolsonaro herdar boa parte do eleitorado do ex-juiz da Lava-Jato. E a aprova��o do governo tamb�m subiu.
- Veja: N�o h� registro de pesquisa que mostre Bolsonaro com 65% das inten��es de voto para 2022
Na pesquisa Genial/Quaest, divulgada ontem, a aprova��o do governo Bolsonaro voltou ao seu melhor n�vel desde julho do ano passado, com 26%. E a avalia��o negativa caiu, dentro da margem de erro, de 49% em mar�o para 47% no in�cio deste m�s. Em um hipot�tico confronto no segundo turno, a diferen�a para o l�der, Lula, cai de 18 pontos percentuais (em mar�o) para 13 p.p. em abril (45% votariam em Lula, contra 31% em Bolsonaro).
S�o n�meros semelhantes aos da pesquisa Ipespe, divulgada no in�cio da semana. A avalia��o negativa do governo Bolsonaro ficou em 54%, contra 29% de avalia��o entre �tima e boa.
